Campinas, 11 de agosto de 2009, às 17h30
Secretaria de Saúde de Campinas
Nota à imprensa
Ocorrências de casos humanos de
Influenza A (H1N1)
1. CASOS EM CAMPINAS
1.1- A Secretaria Municipal de Saúde informa
nesta terça-feira, 11 de agosto, que foi
confirmado
1 NOVO ÓBITO
de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em
morador de Campinas. Trata-se de uma mulher
de 25 anos, que morreu no dia 25 de julho em
um hospital da rede privada. Ela estava no
grupo de maior risco para desenvolver as
formas graves da doença (com comorbidade).
1.2- Com o novo caso, a Secretaria de Saúde
registra um total de
137 CASOS CONFIRMADOS
da doença, entre os quais nove óbitos (o
confirmado hoje; homem de 35 anos ocorrido
dia 20 de julho; mulher de 32 anos que
morreu dia 30 de julho; uma mulher de 63
anos que morreu dia 29 de julho;
uma mulher de 37 anos que morreu dia 23 de
julho; uma mulher de 48 anos que morreu dia
27; uma mulher de 54 que faleceu dia 25 de
julho; uma mulher de 17 anos que morreu dia
31 de julho e havia dado à luz a gêmeos; e
uma mulher de 30 anos que morreu dia 2 de
agosto e que era moradora de outro estado).
1.3 – Também estão confirmados
3 SUR TOS,
em creche, com três casos, e serviços de
saúde, com cinco casos e seis casos). Outros
dois surtos estão em investigação.
1.4 - Vale destacar que o total de casos é o
resultado acumulado desde os primeiros
registros confirmados de infecção em
moradores de Campinas, no dia 19 de junho.
Foram dois casos com início de sintomas no
dia 14 de junho.
A quase totalidade desses pacientes já
recebeu alta ou está em processo de
recuperação.
1.5 - De acordo o Protocolo de
Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica
da Influenza, de 15 de julho, baseado em
recomendações da Organização Mundial da
Saúde (OMS), não está mais indicada a
identificação individual de cada caso de
influenza pelo novo H1N1, mas a notificação,
investigação, diagnóstico laboratorial e
tratamento dos casos com síndrome
respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos
de risco para desenvolver formas graves,
assim como identificação de novos focos da
doença no país. Portanto, os casos
confirmados em Campinas não representam a
totalidade.
Os grupos com maior risco para desenvolver
as formas graves da doença são os seguintes:
- Gestação;
- Idade menor que 2 e maior que 60 anos;
- Pessoas com doenças que debilitam o
sistema imunológico (defesas do organismo),
como câncer e aids; ou que tomam
regularmente medicamentos que debilitam o
sistema imunológico;
- Doenças crônicas preexistentes, como
problemas cardíacos (como arritmias),
pulmonares (exemplos: bronquite e asma),
renais (pessoas que fazem hemodiálise, por
exemplo) e sanguíneos (como anemia e
hemofilia); diabetes e obesidade mórbida.
1.6 – Dentro deste cenário, comunica que
investiga
4 ÓBITOS SUSPEITOS
de Doença Respiratória Aguda Grave (SRAG),
que serão investigados também para Influenza
A (H1N1). São 4 mulheres: 66 anos (comorbidade)
falecida dia 5 de agosto; 36 anos (sem
comorbidade) falecida dia 17 de julho; 32
anos (sem comorbidade) falecida dia 17 de
julho; 56 anos (sem comorbidade) falecida
dia 8 de julho.
1.7 - Cabe destacar que, de acordo com o
novo protocolo,
o cálculo da taxa de letalidade em relação
ao total de casos de influenza não é mais
utilizado como parâmetro para monitorar o
comportamento da doença,
uma vez que os casos leves não são mais
notificados, exceto em surtos, segundo
recomendação da Organização Mundial de Saúde
(OMS). Em Campinas, a mortalidade neste
momento é de 0,72/100 mil habitantes.
2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS EM
CAMPINAS E PROVIDÊNCIAS
2.1 – Em Campinas, a análise epidemiológica
realizada até o momento indica que a faixa
etária mais acometida tanto pelo vírus H1N1
quanto pelo vírus da influenza sazonal é a
de 20 a 49 anos (90 casos, o que equivale a
65%). Do total de casos, 60 são em homens
(44%) e 77 em mulheres (56%). Oito casos
confirmados são de gestantes, sendo que uma
delas morreu.
2.2 - O monitoramento da circulação do novo
vírus no município está sendo feito pela
Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância
em Saúde e Vigilâncias Distritais com apoio
dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com
base no acompanhamento dos casos suspeitos e
confirmados.
2.3 – A Secretaria de Saúde informa que tem
monitorado casos graves junto aos hospitais
públicos e privados de Campinas e
disponibilizado suporte técnico e logístico
para toda rede pública e privada de saúde do
município – com disponibilização de
medicamento para casos em que há indicação
conforme Protocolo do Ministério da Saúde e
investigação laboratorial -, para que todos
os pacientes sejam tratados adequadamente.
Essas medidas têm o objetivo de realizar
diagnóstico precoce e proporcionar
tratamento ágil a todos que necessitem, no
sentido de reduzir a possibilidade de
óbitos.
3. - PROVIDÊNCIAS
adotadas por Campinas:
- Capacitação das redes de saúde pública e
privada;
- Reuniões com setores hoteleiro, de
turismo, comercial, de educação e com a RMC;
- Reunião com secretariado e autarquias
municipais;
- Reunião com o Conselho Municipal de Saúde;
- Elaboração do plano de contingência e
protocolo de atendimento;
- Incremento do plantão de vigilância;
- Reorganização da rede de assistência;
- Adiamento do início das aulas para todas
as escolas públicas até dia 17 de julho,
suspensão das aulas na educação infantil e
recomendação da prorrogação das férias
também para a rede privada inclusive
universidades e faculdades.
- Adequação da logística de recursos
materiais e humanos;
- Incremento constante das ações de
comunicação, informação e mobilização
social, tendo sido firmadas recentemente
parcerias com a Emdec, para campanha na
Rodoviária e entre motoristas e cobradores,
e com a Unimed Campinas, para campanha entre
profissionais de saúde cooperados e para a
população em geral;
- Além disso, a Vigilância em Saúde divulgou
orientação técnica onde indica que gestantes
trabalhadoras que atuam em contato direto
com o público, particularmente na área da
saúde, sejam deslocadas para novas
atribuições ou afastadas de suas atividades,
de acordo com as especificidades de cada
local.
3.1 – A Prefeitura informa que o início das
aulas na rede pública municipal de educação
foi prorrogado para o dia 17 de agosto. A
medida inclui Centros Municipais de Educação
Infantil (Cemeis), creches municipais
conveniadas, pré-escola, ensino fundamental
e Educação de Jovens e Adultos. A decisão
atinge pelo menos 65 mil alunos em todo
município. A medida visa conter o avanço da
epidemia da nova gripe (Influenza A H1N1),
já que reduz a capacidade de disseminação do
vírus na comunidade, e preservar a saúde das
crianças, já que o comportamento social dos
pequenos facilita a transmissão entre eles.
4. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA
REGIÃO:
4.1- No Estado de São Paulo, foram
confirmados
69 ÓBITOS
até dia 7 de agosto. Na Região de Campinas,
são 19.
5. RECOMENDAÇÕES:
Diante da situação epidemiológica atual da
influenza, a Vigilância em Saúde de Campinas
reforça as medidas de prevenção e proteção
individual que neste momento são as mais
importantes para reduzir o risco da
propagação da doença no município e no País.
As medidas são:
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a
boca com um lenço, preferencialmente
descartável.
- Lavar as mãos frequentemente com água e
sabão, especialmente depois de tossir ou
espirrar.
- Evitar locais fechados com aglomeração de
pessoas.
- Evitar o contato direto com pessoas
doentes.
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas
e objetos de uso pessoal.
- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
- Em caso de adoecimento, procurar
assistência médica e informar história de
contato com doentes ou/e roteiro de viagens
recentes.
- Não usar medicamentos sem orientação
médica.
- Pessoas com sintomas de gripe (febre,
tosse, coriza e dores de garganta, de cabeça
ou pelo corpo e desconforto respiratório
como dor e dificuldade para respirar) devem
procurar o profissional de saúde onde
habitualmente já se consultam para avaliação
do médico e monitoramento clínico,
diagnóstico precoce de gravidade e
investigação epidemiológica de casos graves
e surtos. Elas não devem ir ao trabalho e à
escola ou a locais de aglomeração de
pessoas. Os hospitais devem ser reservados
para os casos mais graves.