Saúde reforça ações contra a nova gripe com Comitê Municipal da Influenza A

13/08/2009

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas reforçou ainda mais as ações contra a nova gripe e implementou nesta quarta-feira, dia 12 de agosto, o Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1). O objetivo é agregar pessoas que representam outros setores da saúde no município, das áreas científica e de assistência, que possam somar forças com a Administração Municipal nas decisões, medidas de controle e de assistência aos pacientes.

O Comitê é formado por representantes da Secretaria de Estado da Saúde (do Grupo de Vigilância Epidemiológica - GVE XVII e da Diretoria de Saúde - 7 DRS 7); da Universidade Estadual de Campinas e da Pontifícia Universidades Católica de Campinas; da Regulação de Vagas do município; das Faculdades de Medicina e de Enfermagem da Puc e da Unicamp; Hospitais Celso Pierro, de Clínicas (HC), Mário Gatti e Ouro Verde; Medicina Preventiva da Unicamp; Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism); Unimed; Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas; Gabinete do Prefeito; Gabinete do Secretário de Saúde; e técnicos e gestores da Secretaria Municipal de Saúde, incluindo áreas Jurídica e Administrativa, Departamento de Saúde, Vigilância em Saúde, Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional (DGDO); além do Departamento de Comunicação (Decom) da Prefeitura.

A primeira reunião do Comitê ocorreu na manhã desta quarta-feira e uma das decisões foi em relação à volta às aulas. Serão reforçadas as ações de educação em saúde, informação e mobilização social com a distribuição de 300 mil folhetos entre alunos, pais e professores com orientação sobre a nova gripe, sintomas, orientações sobre crianças com sinais – que não devem freqüentar a escola e precisam de atendimento médico – e sobre afastamento para os alunos com síndrome gripal – que devem permanecer em casa por sete dias após início de sintomas.

Os 5 mil servidores da rede pública municipal de educação, incluindo professores, monitores e diretores foram capacitados com todas as informações relativas à situação epidemiológica no município em relação à nova gripe e procedimentos a serem adotados no retorno às aulas.

Outro encaminhamento do Comitê foi quanto a assistência às gestantes, que constituem um dos principais grupos de risco para a nova gripe – elas são mais suscetíveis e evoluem com mais gravidade, inclusive apresentando maior taxa de mortalidade. Para garantir assistência a este grupo, o Comitê apontou a necessidade de reunir todas as maternidades e unidades de neonatologia do município para orientar e reorganizar o sistema de atendimento.

Também foi apontada na reunião a necessidade de reforçar a orientação aos médicos quanto à situação epidemiológica, protocolo de manejo clínico e distribuição de medicamentos.

Para o secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, o Comitê soma forças, já que amplia o debate técnico sobre o cenário da doença - nos contextos local, regional e metropolitano -, com a colaboração da comunidade científica, Secretaria de Estado da Saúde e outros gestores e técnicos da Saúde, e colabora com subsídios nas ações estratégicas.

Boletim epidemiológico. Na reunião, a Vigilância em Saúde de Campinas divulgou informe técnico sobre a situação da Influenza A (H1N1) no município. Segundo o documento, os primeiros casos em Campinas tiveram início de sintomas em 14 de junho e eram dois adultos procedentes da Argentina.

Até o momento, Campinas registra 142 casos da nova gripe (H1N1), sendo que 55 possuem vínculo com outros países afetados. Do total, 80 casos são em mulheres e 62 em homens. Oito foram em gestantes.

Nove pessoas morreram, sendo uma delas gestante. A taxa de mortalidade é de 0,84/100.000 habitantes. Dos nove óbitos, oito são em mulheres e a idade média é de 35 anos. Oito apresentavam fatores de risco (80%). Entre os fatores de risco isolados apresentados 1 foi por gestação, dois por imunodepressão e dois por obesidade mórbida. Entre os fatores associados, uma das pessoas apresentava associação de diabetes e obesidade mórbida e outra diabetes e pneumopatia.

Em relação à faixa etária, a maioria dos acometidos possui entre 15 e 49 anos (110 casos ou 78%). Portanto, o perfil da doença em Campinas vem mostrando que os mais acometidos são adolescentes e adultos jovens, mantendo este padrão nos óbitos.

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