Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas informa que termina nesta sexta-feira,
dia 10 de setembro, a Campanha de Vacinação contra a
Poliomielite e o Sarampo. "É importante que as crianças
ainda não vacinadas sejam levadas aos centros de saúde. A
dose contra a paralisia infantil está indicada para a faixa
etária de 0 a 5 anos e a vacina contra o sarampo para a
população com idade entre 1 e cinco anos", diz a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas.
Os pais e
responsáveis poderão também atualizar o cartão de vacinação
da criança, caso ela não tenha recebido as doses
recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações. No
entanto, a Sabin (contra a pólio) e a tríplice viral (contra
caxumba, sarampo e rubéola) serão aplicadas mesmo sem o cartão.
Oficialmente,
a campanha, que teve início dia 21 agosto, terminaria dia 3
de setembro. Mas, em Campinas, a vacinação foi prorrogada
pois as metas não foram alcançadas. A prorrogação foi
recomendada pelo Ministério da Saúde para todos os municípios
brasileiros que não conseguiram vacinar pelo menos 95% das
crianças menores de cinco anos.
Balanço
parcial.
De acordo com dados dos Centros de Saúde e Módulos Paidéia
de Saúde da Família, mais de 64,03 mil crianças tinham sido
vacinadas contra a poliomielite até a última quarta-feira,
dia 8. O número representa 85,3% das 75,05 mil crianças
menores de cinco anos de idade residentes na cidade. Contra o
sarampo, Campinas teve 52,73 mil crianças vacinadas também
até o dia 8 de setembro, o que representa 86,7 % das 60,8 mil
da população do município com idade entre 1 e 5 anos (4
anos, 11 meses e 29 dias).
Segundo Carmo
Ferreira, a vacinação em massa contra a poliomielite é
importante porque mantém a doença erradicada no Brasil, onde
o último caso foi registrado em 1989. Em Campinas, o último
caso foi registrado em 1982. "A estratégia impede,
ainda, a importação de casos de países que ainda têm
registros de poliomielite", diz a sanitarista.
Com relação ao sarampo, segundo Carmo Ferreira, a vacinação
elimina o risco de a criança contrair a doença e garante ao
Brasil a eliminação desta enfermidade. A enfermeira afirma
que, em 1995, o Brasil já havia alcançado um bom nível de
controle do sarampo. "Na época, em alguns estados
brasileiros achava-se que não era preciso participar da
campanha de vacinação contra a doença, o que levou a uma
cobertura vacinal muito baixa", diz.
Como resultado, em 1996 houve a importação de casos de
sarampo, vindos provavelmente da Itália, que levaram a uma
epidemia em todo o País. Foram mais de 50 mil casos entre
1997 e 1998. A epidemia causou cerca de 60 mortes. Outro fator
que levou à epidemia foi que a Campanha não foi realizada
por muitos estados em 1995.
Recurso. O Ministério da Saúde investiu
aproximadamente R$ 103,5 milhões, dos quais R$ 87,8 milhões
na compra de vacinas (cerca de R$ 10 milhões para as doses
contra a pólio e cerca de 77 milhões para as doses da tríplice
viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), R$
11,3 milhões em repasses para as secretarias estaduais de Saúde
operacionalizarem a vacinação e aproximadamente R$ 4,5 milhões
para a divulgação da campanha.