Secretaria de Saúde de Campinas registra casos de catapora

10/09/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas notificou, nesta sexta-feira, 10 de setembro, 24 casos de catapora (varicela) em uma escola de ensino infantil da cidade. No total, desde junho, a Vigilância em Saúde (Visa) municipal notificou 250 casos da doença. As ocorrências são de 12 instituições municipais, entre escolas e outros locais que recebem crianças com até seis anos de idade. No ano passado, entre junho e outubro – a catapora é sazonal e a maior parte dos casos em creches e escolas ocorre entre o final do inverno e o início da primavera-, foram registrados 700 casos na cidade.

A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa municipal, informa que a Secretaria de Saúde já adotou todas as medidas recomendadas para o bloqueio de surtos em instituições coletivas, com a vacinação dos suscetíveis - pessoas que não tiveram catapora antes e que tiveram contato próximo com o doente.

"As doses são liberadas mediante notificação dos casos à vigilância e disponibilizadas para todas as crianças menores de cinco anos que ainda não tiveram varicela e que tiveram contato prolongado com o doente. Adultos que trabalham das instituições atingidas e que ainda não tiveram a doença também recebem a vacina", diz Carmo Ferreira.

De acordo com a sanitarista, a vacina que protege contra a catapora está disponível na rotina da rede pública de saúde apenas para casos específicos como pessoas imunodeprimidas ou comunicantes destes e profissionais de saúde. Carmo Ferreira informa ainda que a varicela, também chamada catapora, não é de notificação obrigatória. No entanto, surtos e epidemias devem ser registrados e acompanhados para que se conheça melhor o comportamento da doença.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Visa, informa que a catapora é uma doença contagiosa, causada pelo vírus varicela-zoster, que atinge principalmente menores de 15 anos. A principal forma de manifestação da doença – segundo explicou a enfermeira – é o surgimento de pequenas bolhas pelo corpo, que evoluem para crostas e cicatrizam em aproximadamente cinco dias. O quadro também pode apresentar febre e indisposição.

"Na imensa maioria dos casos, a varicela é benigna. No entanto, pacientes com desnutrição ou quadro de baixa imunidade tendem a apresentar formas mais graves da doença, como pneumonia e complicações hemorrágicas, o que pode causar óbitos", diz Brigina.

A sanitarista reforça que, em Campinas, as ações de controle e vigilância epidemiológica estão sendo realizadas de forma criteriosa e correta. A orientação dos profissionais da Visa municipal, conforme normas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, é que as crianças com suspeita de varicela sejam levadas aos Centros de Saúde e, confirmado o diagnóstico, afastadas da creche ou escola até o sétimo dia após o aparecimento das lesões ou até que todas as crostas tenham caído.

Também é importante manter cuidados com a higiene, como unhas bem aparadas. O banho diário também é fundamental. "Estas medidas simples podem evitar a infecção das vesículas por bactérias, que podem agravar o quadro", disse Brigina Kemp.

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