Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas notificou, nesta sexta-feira, 10 de setembro,
24 casos de catapora (varicela) em uma escola de ensino infantil
da cidade. No total, desde junho, a Vigilância em Saúde (Visa)
municipal notificou 250 casos da doença. As ocorrências são
de 12 instituições municipais, entre escolas e outros locais
que recebem crianças com até seis anos de idade. No ano
passado, entre junho e outubro – a catapora é sazonal e a
maior parte dos casos em creches e escolas ocorre entre o final
do inverno e o início da primavera-, foram registrados 700
casos na cidade.
A enfermeira
sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa municipal, informa
que a Secretaria de Saúde já adotou todas as medidas
recomendadas para o bloqueio de surtos em instituições
coletivas, com a vacinação dos suscetíveis - pessoas que não
tiveram catapora antes e que tiveram contato próximo com o
doente.
"As doses
são liberadas mediante notificação dos casos à vigilância e
disponibilizadas para todas as crianças menores de cinco anos
que ainda não tiveram varicela e que tiveram contato prolongado
com o doente. Adultos que trabalham das instituições atingidas
e que ainda não tiveram a doença também recebem a
vacina", diz Carmo Ferreira.
De acordo com a
sanitarista, a vacina que protege contra a catapora está disponível
na rotina da rede pública de saúde apenas para casos específicos
como pessoas imunodeprimidas ou comunicantes destes e
profissionais de saúde. Carmo Ferreira informa ainda que a
varicela, também chamada catapora, não é de notificação
obrigatória. No entanto, surtos e epidemias devem ser
registrados e acompanhados para que se conheça melhor o
comportamento da doença.
A enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, da Visa, informa que a catapora é uma
doença contagiosa, causada pelo vírus varicela-zoster,
que atinge principalmente menores de 15 anos. A principal forma
de manifestação da doença – segundo explicou a enfermeira
– é o surgimento de pequenas bolhas pelo corpo, que evoluem
para crostas e cicatrizam em aproximadamente cinco dias. O
quadro também pode apresentar febre e indisposição.
"Na imensa
maioria dos casos, a varicela é benigna. No entanto, pacientes
com desnutrição ou quadro de baixa imunidade tendem a
apresentar formas mais graves da doença, como pneumonia e
complicações hemorrágicas, o que pode causar óbitos",
diz Brigina.
A sanitarista
reforça que, em Campinas, as ações de controle e vigilância
epidemiológica estão sendo realizadas de forma criteriosa e
correta. A orientação dos profissionais da Visa municipal,
conforme normas do Ministério da Saúde e da Organização
Mundial de Saúde, é que as crianças com suspeita de varicela
sejam levadas aos Centros de Saúde e, confirmado o diagnóstico,
afastadas da creche ou escola até o sétimo dia após o
aparecimento das lesões ou até que todas as crostas tenham caído.
Também é
importante manter cuidados com a higiene, como unhas bem
aparadas. O banho diário também é fundamental. "Estas
medidas simples podem evitar a infecção das vesículas por
bactérias, que podem agravar o quadro", disse Brigina Kemp.