Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas estende, a partir desta sexta-feira, dia
24 de setembro, para todos os bairros das regiões Noroeste,
Sudoeste, e, a partir de segunda-feira, dia 27, para os das
regiões Leste e Norte da cidade, o Serviço de Atendimento
Domiciliar (SAD), que atende em casa as pessoas com doenças
mais graves. Até então, a cidade contava com o serviço na
Região Sul.
A ampliação
atende a antiga reivindicação dos gestores e servidores públicos
municipais e da população e é uma demanda do Orçamento
Participativo (OP) apontada na temática da Saúde. Também
consta no plano de governo da atual Administração e foi
tirada como diretriz na última Conferência Municipal de Saúde.
Para
viabilizar o atendimento domiciliar nas regiões Noroeste e
Sudoeste, a Secretaria ampliou o convênio com a Sociedade
Campineira de Educação e Instrução, mantenedora da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas) e do
Hospital e Maternidade Celso Pierro. Nas regiões Leste e
Norte, a ampliação foi possível pela ampliação do convênio
com a Irmandade Misericórdia de Campinas, conhecida como
Santa Casa de Misericórdia. As duas instituições vão
receber, cada uma, R$ 60 mil por mês para as despesas com
pessoal e insumos. A verba é do Sistema Único de Saúde
(SUS).
A equipe do
SAD, multidisciplinar, é composta por médico,
fisioterapeuta, enfermeiro, auxiliar de enfermagem,
nutricionista, assistente social e terapeuta ocupacional.
"A necessidade do atendimento em casa é avaliada pelo
hospital, no momento da alta, pelo Centro de Saúde e, em
alguns casos, é realizada triagem", informa a médica
sanitarista Valéria Cristina Miola Vendramini, do apoio técnico
do Distrito de Saúde Noroeste.
A sanitarista
explica que o SAD é um grande salto na questão da humanização
porque permite que a pessoa permaneça em casa, com sua família,
no seu próprio ambiente. A família recebe, segundo Valéria,
orientações da equipe para os cuidados que devem ser
adotados. "O procedimento ainda permite diminuir o tempo
de hospitalização e, assim, o risco da pessoa adquirir uma
infecção hospitalar", diz.
A terapeuta
ocupacional e sanitarista Mônica Macedo Nunes, que coordena
os SADs em Campinas, afirma que todos ganham com este
atendimento. O paciente ganha porque tem melhor qualidade de
vida, a família ganha porque pode estar do lado do seu
parente e o sistema de saúde ganha com a redução das
hospitalizações desnecessárias.
Mônica
afirma que, com a ampliação do SAD, as equipes do Paidéia
recebem um apoio importante que garante maior eficácia nos
cuidados domiciliares que já vêm sendo realizados já que,
nos casos mais complexos, além do acompanhamento da sua
equipe de referência, o paciente passa a receber também a
atenção da equipe do SAD", diz.
Para o médico
sanitarista Adílson Rocha Campos, responsável pelo
Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional (DGDO)
da Secretaria de Saúde, a ampliação do atendimento
domiciliar permite que Campinas amplie e melhore a qualidade
da assistência prestada à população. "Além disso,
permite consolidar a política municipal de atenção
domiciliar e fortalece o Sistema Único de Saúde da
cidade", diz o sanitarista.
SAD começou
em 1994 na região
Sul
O Serviço de
Atendimento Domiciliar (SAD) teve início em Campinas há 11
anos na Região Sul da cidade. A introdução do Programa Paidéia
de Saúde da Família, em 2001, viabilizou, entre outras
coisas, a expansão da área de atuação do serviço e a
ampliação da equipe que passou a atender casos de maior
complexidade. E, a partir deste mês, está sendo estendido
para toda cidade.
Uma das
pessoas que recebe a equipe do SAD é Antônia Ianoni, de 87
anos, que mora no Proença, região Sul. Ela teve paralisia
infantil com 1 ano de idade. Com o passar dos anos, ela
desenvolveu diabetes e hipertensão. Antônia conta que recebe
a visita do SAD há seis anos e diz que, se não pudesse
contar com esta assistência, necessitaria ser internada com
freqüência.
"Eles
fazem controle da diabetes, da hipertensão, curativo,
fisioterapia e também exames e atendimento médico. Tudo na
minha casa. Ainda ensinam como a gente deve se cuidar e quais
devem ser os cuidados da família. É uma maravilha. A cidade
merece que este trabalho seja ampliado", afirma Antônia.
Serviço será
modelo para restante
do País
Nesta
quinta-feira, dia 23, a Secretaria de Saúde de Campinas foi
informada pelo Ministério da Saúde que o Serviço de
Atendimento Domiciliar (SAD) desenvolvido na cidade será
utilizado como modelo para o Projeto de Implantação de Atenção
Domiciliar em todo País.
Além de
Campinas, mais nove municípios brasileiros serão pólos-piloto
para o projeto.
Com isso,
Campinas vai receber mais recursos, já que o Ministério vai
destinar verbas para as cidades pólo.
"A
escolha representa um reconhecimento do trabalho de equipe
onde as pessoas atuam de forma humanizada, se
co-responsabilizando pelos cuidados integrais à saúde, com a
preocupação com o bem-estar, respeitando a especificidade de
cada paciente e demonstrando a importância do vínculo terapêutico.
É bom para os usuários e muito gratificante para os
profissionais", diz a terapeuta ocupacional e sanitarista
Mônica Macedo Nunes, coordenadora dos SADs em Campinas.