Campinas é
a única cidade do interior paulista a integrar este ano
um grupo de 12 municípios brasileiros que vai comemorar
junto a profissionais de saúde e população o Dia Mundial
do Coração, em 29 de setembro. No Brasil, também
participam do evento o Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Florianópolis, Curitiba, Londrina, Goiânia, Belo
Horizonte, Recife, Salvador e Brasília.
O
objetivo, em Campinas, segundo o Secretário Municipal de
Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, é fazer da data uma
oportunidade para divulgar fatores de risco que
contribuem para que as doenças do coração ocorram,
propagar maneiras de prevenção e informar sobre locais
de atendimento à população no Sistema Único de Saúde
(SUS).
Entre as
atividades previstas para o Dia constam panfletagem no
Largo do Rosário, no Centro da cidade, e distribuição de
folhetos educativos nos centros de saúde. A Secretaria
conta ainda com apoio da mídia local para divulgação do
evento.
“Nosso
grande objetivo é aproveitar a data como um dia de
alerta, de conscientização sobre os hábitos da vida
moderna que se constituem em risco para as doenças
cardiovasculares e fazer uma ampla campanha de
orientação à população. O que nós queremos é que as
pessoas se conscientizem do problema e mudem seus
comportamentos”, afirma Saraiva.
O
secretário informa que as doenças do coração – também
chamadas doenças cardiovasculares ou doenças do aparelho
circulatório - se constituem na primeira causa de morte
em Campinas.
Dados
preliminares da Secretaria de Saúde, divulgados nesta
segunda-feira, dia 25 de setembro, mostram que em
Campinas as doenças cardiovasculares respondem por 31,9%
do total de mortes, sendo a maioria delas causadas por
infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Ainda de
acordo com os dados, a taxa mortalidade por estas
doenças vem diminuindo ano a ano em Campinas e é menor
do que a taxa verificada no Estado de São Paulo. “Apesar
de enfatizarem a importância das mortes por doenças
cardiovasculares no quadro de mortalidade no município,
os dados demonstram que a cidade tem desenvolvido
programas adequados de atenção e promoção à saúde. Sem
dúvida, é preciso avançar e ampliar os programas, mas já
dá para avaliar que estamos no caminho certo”, diz
Saraiva.
No Brasil,
300 mil brasileiros morrem todos os anos vítimas das
doenças do coração. A expectativa, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), é que em 40 anos o Brasil seja o
primeiro país no mundo em doenças cardiovasculares.
Por isso,
além de alertar a população, o Dia Mundial do Coração
vai ser comemorado com o intuito de chamar atenção das
organizações para que promovam um esforço conjunto, um
trabalho orquestrado entre gestores, governo – em todas
as esferas - e sociedade para que desenvolvam políticas
de prevenção e programas para aprimorar o tratamento das
doenças cardiovasculares, como iniciativas que estimulem
dieta saudável e combatam a obesidade.
Saraiva
informa que Campinas vai iniciar em breve dois trabalhos
neste sentido. Um deles visa identificar fatores de
risco da obesidade em crianças e adolescentes e será
feito em conjunto pela Secretaria Municipal de Saúde e
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(Puc-Campinas), com apoio das secretarias municipais de
Educação e de Esportes. O objetivo é, a partir do
diagnóstico, desencadear ações de prevenção através de
atividade física, dieta e combate ao fumo.
O outro, a
ser realizado em conjunto pela Secretaria de Saúde e
Universidades instaladas no município, vai ampliar a
oferta de estágios para alunos de educação física,
nutrição e fisioterapia na rede pública municipal de
saúde, com o objetivo de estimular a prática de
exercícios e promover dieta saudável.
Outra
diretriz da Secretaria de Saúde, segundo Saraiva, é
ampliar em 2007/2008 programas no sentido de que as
unidades básicas de saúde possam implementar estratégias
para divulgar maneiras de prevenção das doenças do
coração.
Saraiva
informa que os fatores de risco, ou fatores que levam às
doenças do coração são hipertensão ou pressão alta,
colesterol, diabetes, tabagismo, sedentarismo, estresse,
obesidade, doença arterial obstrutiva periférica e
drogas e alcoolismo.
Segundo o
secretário, o principal desafio no combate às doenças do
coração é fazer com que as pessoas mudem de hábitos. “É
necessário manter uma dieta saudável – com menos sal,
açúcar e alimentos gordurosos -, não fumar, fazer
exercícios físicos regularmente, controlar o estresse,
reduzir o consumo de álcool, fazer avaliações
preventivas regulares e tratar doenças que levam aos
problemas do coração porque quem já tem uma doença
instalada, se tratar, vai ter menos risco”, diz.
O Dia
Mundial do Coração é realizado pela Federação Mundial do
Coração (World Heart Federation), com apoio da
Sanofi-Aventis. No Brasil, a ação é desenvolvida pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade de
Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira de
Estudos da Obesidade (ABESO).
Denize
Assis