Autor: Denize Assis
A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio do Programa Municipal de Saúde Integrativa,
ampliou em setembro para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) das cinco regiões de
Campinas o acesso à osteopatia, técnica que utiliza-se de um método terapêutico manual
empregado para o alívio das dores do corpo.
Até então, a técnica era disponibilizada para pacientes da região sudoeste e atendidos no
Complexo Ouro Verde, onde funciona um ambulatório para estágio de campo supervisionado por
professores do Núcleo de Estudos em Osteopatia e Terapias Manuais (NEO) associado à Escola
de Osteopatia de Madri. Na unidade, onde atuam vinte fisioterapeuas, já foram realizados
mais de 4 mil atendimentos desde agosto de 2006.
A osteopatia é uma modalidade de Saúde Integrativa, reconhecida no Brasil como especialidade
profissional pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e que tem sido
recomendada e incentivada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como modalidade de atenção
à saúde. Em alguns países, como Estados Unidos e Rússia, é uma especialidade médica.
Pacientes com problemas músculo-esqueléticos, nas articulações, vísceras e até com problemas
que envolvem o sistema nervoso central com o resto do corpo podem se tratar com a osteopatia.
São agravos como dores lombares, torácicas e cervicais, hérnias de disco, torcicolos,
enxaquecas, alergias respiratórias, otites, dores crônicas, síndrome pré-menstrual, queda na
imunidade, entre outros. A técnica é contra-indicada para pessoas acometidas por câncer e
tumores, infecções agudas, traumas recentes, lesões ortopédicas e reumatismo em fase aguda.
Segundo o fisioterapeuta Sidney Lopes Alonso Júnior, coordenador do Programa de Osteopatia
da Secretaria de Saúde, a técnica está indicada para pessoas de todas as faixas etárias.
Inclusive atletas podem se beneficiar com a osteopatia. “Em casos de hérnia de disco, pode
se chegar até a 80% de resultados, atrasando e até eliminando a indicação de cirurgia”, diz.
Sidney informa que Campinas é uma cidade pioneira no Brasil a disponibilizar esta técnica na
rede pública de saúde. Neste modelo de atendimento – por meio de ambulatório na rede pública
– é a única experiência no mundo. Até então, a osteopatia estava restrita a consultórios e
clínicas particulares. “A inclusão desta técnica, amplia as opções terapêuticas para os
usuários do Sistema Único de Saúde e reduz, com a intervenção manual, os gastos que o sistema
vai ter com exames e cirurgias”, afirma Sidney.
Segundo o médico acupunturista William Hyppólito Ferreira, Coordenador Municipal da Saúde
Integrativa, a disponibilização da osteopatia no Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas
representa um grande ganho para a população. “Sem dúvida, o ganho com a osteopatia é imenso
tanto do ponto de vista de tratamento, como do ponto de vista do resultado. Com poucas sessões
o paciente pode ficar sem dor e recuperado para o trabalho. Também representa um avanço
importante para a Saúde Integrativa”, diz William.
William informa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) está cada vez mais incentivando e
recomendando a adoção dessas modalidades de atenção à saúde. Segundo ele, tanto a osteopatia
como outras práticas integrativas estão sendo cada vez mais adotadas pelos países desenvolvidos.
“Esta política fortalece os princípios do SUS, de humanização e integralidade”, diz William.
Opções. Atualmente, a Secretaria de Saúde de Campinas disponibiliza, na sua rede própria de
serviços, por meio do Programa Municipal de Saúde Integrativa, acupuntura, homeopatia,
fitoterapia, ginástica postural, yoga, meditação médica (Ch´an tao) e osteopatia. Em breve,
os pacientes também vão poder contar com tai chi chuan.
Também são oferecidas, na maioria das unidades de saúde, aulas de ginástica chinesa lian gong,
que integra o arsenal da medicina tradicional chinesa e serve de controle para dores crônicas
osteomuculares. E, mesmo nos Centros de Saúde que ainda não disponibilizam estas técnicas, o
usuário poderá informar-se sobre a unidade mais próxima que ofereça o serviço.