Mário Gatti inicia construção de complexo para tratar oncologia

04/10/2002

Implantação do serviço de quimioterapia no
Hospital Municipal ampliará atendimento de
oncologia para pacientes do SUS

O Hospital Municipal "Dr. Mário Gatti" (HMMG) deu início, na última semana, às obras para a instalação de um complexo oncológico para tratamento com radioterapia e quimioterapia. O projeto, previsto para ser concluído em 120 dias, implica na implantação do serviço quimioterápico e, ainda, na reforma do prédio onde funciona atualmente a radioterapia.

O serviço de radioterapia, segundo Édson Malvezi, coordenador do Núcleo de Apoio à Gestão do HMMGH, permanecerá em funcionamento durante todo o tempo em que as obras prosseguirem.

Malvezi explica que o serviço de quimioterapia está sendo montado para atender cerca de trezentos pacientes/mês. Atualmente, o usuário do SUS, em Campinas, pode fazer esse tratamento no Hospital de Clínicas da Unicamp, no Celso Pierro, da PUC de Campinas e na Beneficência Portuguesa.

"De qualquer forma, o tratamento quimioterápico disponível na cidade e região é insuficiente para oferecer um atendimento de qualidade ao paciente", ressalta o coordenador. Ele acredita que a implantação do serviço no Mário Gatti vai minimizar o problema de muitos doentes que, hoje, enfrentam longas filas de espera.

A obra, orçada em R$ 113.252,00, foi planejada com recursos do próprio Hospital. Robert Serafin Mejias, engenheiro responsável pela manutenção predial do HMMG, conta que essa iniciativa só foi possível "graças à racionalização do custeio e ao empenho de cada setor que entendeu a importância e, assim, colocou como prioridade a execução dessa obra".

Ao mesmo tempo em que o setor de quimioterapia está sendo instalado, o prédio da radioterapia, construído há mais de vinte anos, passa por uma série de reformas. As obras incluem troca do piso, pintura interna e reformulação de todo o sistema elétrico e hidráulico.

Enquanto isso, a Diretoria do HMMG permanece com um olho na balança cambial e com outro no tomógrafo da radioterapia. Isso porque a pastilha de cobalto, principal componente do equipamento, custa 135 mil dólares. O Departamento de Compras do hospital acredita que o valor da moeda americana deva cair após as eleições.

Com a nova pastilha de cobalto, o serviço de radioterapia do Mário Gatti vai ampliar o número sessões, uma vez que o tempo de exposição dos pacientes às radiações ionizantes será menor.

 

Atendimento integral

O Mário Gatti, ao implantar esse complexo de oncologia, que inclui radioterapia e Quimioterapia, segundo detalha a diretora administrativa Hospital, Márcia Molina, oferecerá um "tratamento integral" ao paciente de Câncer.

A diretora esclarece que essa proposta inclui a formação de uma equipe interdisciplinar formada por médicos oncologistas, psicólogos, enfermeiros, e assistentes sociais.

"Dentro dessa forma de atender, baseada em nosso Projeto de Humanização Hospitalar, pretendemos dar todo o suporte físico e emocional ao paciente", explica. Márcia Molina destaca que essa "humanização" inclui, além da atenção especial ao ao paciente, reuniões com familiares e acompanhantes.

 

O QUE É QUIMIOTERAPIA

Tratamento clínico com drogas que inibem proliferação celular. Esses medicamentos, chamados quimioterápicos, atuam combatendo as células doentes, destruindo e/ou controlando seu desenvolvimento. Podem ser ministradas isoladamente (monoquimioterapia) ou combinadas (poliquimioterapia). Sendo esta última a que apresenta resultados mais eficazes, pois consegue maior resposta a cada aplicação, diminui o risco de resistência às drogas e consegue atingir as células em diferentes fases do seu ciclo.

 

O QUE É RADIOTERAPIA

A radioterapia consiste na utilização de radiações ionizantes para destruir células tumorais. Esse processo danifica o material genético da célula do tumor e evita que ela cresça e se reproduza. A quantidade de sessões, radiação utilizada e o tempo de exposição é determinada pelo tipo e tamanho do tumor.

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