Saúde interdita lote de anticoncepcional injetável

22/10/2002

A Secretaria de Saúde de Campinas interditou nesta terça-feira, 22 de outubro, a utilização do anticoncepcional Tricilon - Maleato de Medroxiprogesterona - lote A33720 no município. A Prefeitura de Campinas adquiriu 10.500 ampolas deste lote. A interdição foi publicada no Diário Oficial de Campinas nesta terça, 22 de outubro.

Como medida preventiva, a Vigilância Sanitária Municipal também suspendeu, independentemente do lote, a utilização do anticoncepcional em toda rede municipal de saúde e está encaminhando amostras de todos estes lotes para análises laboratoriais. O município comprou, desde 2001, 38 mil frascos do produto.

A Secretaria de Saúde decidiu pela interdição após divulgação de exames do Instituto Adolfo Lutz que apontaram problemas na diluição do medicamento do referido lote. "Se o produto que não é bem diluído, há o risco de ser injetada a quantidade necessária. Portanto, não produz o efeito a que ele se propõe", diz Salma Balista, responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas.

Associada a queixa de problemas na diluição, havia relato de que uma mulher que fez uso da medicação no Centro de Saúde (CS) Santa Lúcia havia ficado grávida. Ao investigar o caso, a coordenação do Distrito Sudoeste, para o qual pertence o CS Santa Lúcia, encontrou outros dois casos de mulheres que haviam engravidado enquanto faziam uso do Tricilon.

Logo após a constatação, a Visa Sudoeste encaminhou amostras para o Lutz, que apontou resultados insatisfatórios.

O medicamento, produzido pelo laboratório Organon, é utilizado na Rede Municipal de Saúde como método de anticoncepção para mulheres que não podem tomar pílulas que contenham estrógeno. É o caso de mulheres com hipertensão, problemas vasculares ou varizes. O Tricilon também é comercializado em farmácias particulares.

A Secretaria de Saúde orienta que todas as mulheres que estão fazendo o uso do Tricilon passem a utilizar o preservativo, que está disponível nos Centros de Saúde.

A empresa Akzo Nobel Ltda - Divisão Organon, que fabrica o produto, foi notificada pela Secretaria de Saúde sobre os testes em 20 de setembro e não apresentou contra-prova dentro do prazo, conforme estabelecem os artigos 99 e 100 da Lei 10.083/98 do Código Sanitário do Estado de São Paulo.

A Secretaria de Saúde do Estado também foi informada sobre o caso.
A Secretaria de Saúde de Campinas está investigando todas as mulheres que fizeram uso do tricilon nos 46 Centros de Saúde da rede. O objetivo é detectar se houve mais algum caso de gravidez.

De acordo com dados do Departamento de Administração da Secretaria de Saúde, 7 mil mulheres utilizaram o Tricilon.

A Secretaria está tomando todas as medidas necessárias para informar as usuárias sobre o ocorrido. Elas serão orientadas a utilizar um outro método anticoncepcional, que também está disponível no Centro de Saúde.

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