Saúde compra medicamento para substituir o Tricilon

23/10/2002

A Secretaria de Saúde de Campinas está providenciando a compra emergencial do anticoncepcional injetável acetato de medroxiprogesterona. A compra está sendo providenciada para substituir o Tricilon, fabricado na Holanda e distribuído no Brasil pelo Akzo Nobel Ltda - Divisão Organon.

A Secretaria de Saúde de Campinas identificou que três mulheres engravidaram, mesmo tendo utilizado o Tricilon que é distribuído nos Centros de Saúde do município.

Imediatamente após identificar as ocorrências, a Prefeitura solicitou análise do medicamento ao Instituto Adolfo Lutz, laboratório oficial de referência para saúde pública e um dos mais conceituados laboratórios de análises do Brasil.

O resultado da análise do Lutz apontou que o lote A33720 do Tricilon apresenta problemas na suspensão. Segundo Salma Balista, responsável pela Coordenadoria e Vigilância Sanitária de Campinas (Covisa), um produto com este problema pode não ser injetado na quantidade suficiente para que produza o efeito a que se propõe.

Com a compra emergencial, o objetivo é adquirir 7 mil ampolas de outro medicamento com o mesmo princípio ativo do Tricilon. A quantidade é suficiente para abastecer a Rede Municipal de Saúde por três meses.

Após receber os resultados do Lutz, a Secretaria de Saúde interditou as unidades do lote A33720 no município. Também suspendeu, preventivamente, a distribuição do medicamento na Rede Pública. Amostras de todos os lotes serão analisadas.


Assistência às mulheres

Para dar toda assistência às mulheres que fazem ou fizeram uso do Tricilon, a Secretaria de Saúde de Campinas está levantando todas as fichas de todas as gestantes que estão em acompanhamento pré-natal para saber se alguma delas recebeu o medicamento.

Além disso, a Secretaria de Saúde está substituindo o uso do Tricilon por outros métodos anticoncepcionais para as mulheres que podem utilizar diferentes alternativas. A compra emergencial do medicamento com o mesmo princípio ativo é para as mulheres que não podem utilizar outro método.

Os Centros de Saúde de Campinas estão disponíveis e preparados para acolher todas as mulheres que precisem de orientações.


Contraprova

A empresa Akzo Nobel Ltda - Divisão Organon, que distribui o produto no Brasil, foi notificada pela Secretaria de Saúde sobre os testes do Lutz em 20 de setembro passado, imediatamente após receber o resultado. Porém, não apresentou o pedido de análise de contra-prova, dentro do prazo, conforme estabelecem os artigos 99 e 100 da Lei 10.083/98 do Código Sanitário do Estado de São Paulo.

Somente nesta quarta-feira, 23 de outubro, a empresa apresentou requerimento de contra-prova da análise do Lutz, estando, portanto, fora do prazo estabelecido em lei.
A Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde também foram informados sobre o caso e estão acompanhando o caso e tomando providências.

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