A
Secretaria de Saúde de Campinas está providenciando a compra
emergencial do anticoncepcional injetável acetato de
medroxiprogesterona. A compra está sendo providenciada para
substituir o Tricilon, fabricado na Holanda e distribuído no
Brasil pelo Akzo Nobel Ltda - Divisão Organon.
A
Secretaria de Saúde de Campinas identificou que três mulheres
engravidaram, mesmo tendo utilizado o Tricilon que é distribuído
nos Centros de Saúde do município.
Imediatamente
após identificar as ocorrências, a Prefeitura solicitou análise
do medicamento ao Instituto Adolfo Lutz, laboratório oficial de
referência para saúde pública e um dos mais conceituados
laboratórios de análises do Brasil.
O
resultado da análise do Lutz apontou que o lote A33720 do
Tricilon apresenta problemas na suspensão. Segundo Salma
Balista, responsável pela Coordenadoria e Vigilância Sanitária
de Campinas (Covisa), um produto com este problema pode não ser
injetado na quantidade suficiente para que produza o efeito a
que se propõe.
Com
a compra emergencial, o objetivo é adquirir 7 mil ampolas de
outro medicamento com o mesmo princípio ativo do Tricilon. A
quantidade é suficiente para abastecer a Rede Municipal de Saúde
por três meses.
Após
receber os resultados do Lutz, a Secretaria de Saúde interditou
as unidades do lote A33720 no município. Também suspendeu,
preventivamente, a distribuição do medicamento na Rede Pública.
Amostras de todos os lotes serão analisadas.
Assistência
às mulheres
Para
dar toda assistência às mulheres que fazem ou fizeram uso do
Tricilon, a Secretaria de Saúde de Campinas está levantando
todas as fichas de todas as gestantes que estão em
acompanhamento pré-natal para saber se alguma delas recebeu o
medicamento.
Além
disso, a Secretaria de Saúde está substituindo o uso do
Tricilon por outros métodos anticoncepcionais para as mulheres
que podem utilizar diferentes alternativas. A compra emergencial
do medicamento com o mesmo princípio ativo é para as mulheres
que não podem utilizar outro método.
Os
Centros de Saúde de Campinas estão disponíveis e preparados
para acolher todas as mulheres que precisem de orientações.
Contraprova
A
empresa Akzo Nobel Ltda - Divisão Organon, que distribui o
produto no Brasil, foi notificada pela Secretaria de Saúde
sobre os testes do Lutz em 20 de setembro passado, imediatamente
após receber o resultado. Porém, não apresentou o pedido de
análise de contra-prova, dentro do prazo, conforme estabelecem
os artigos 99 e 100 da Lei 10.083/98 do Código Sanitário do
Estado de São Paulo.
Somente
nesta quarta-feira, 23 de outubro, a empresa apresentou
requerimento de contra-prova da análise do Lutz, estando,
portanto, fora do prazo estabelecido em lei.
A Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde também
foram informados sobre o caso e estão acompanhando o caso e
tomando providências.