Com base na experiência
de Campinas e de outros municípios pioneiros, o Ministério da
Saúde acaba de lançar o Projeto Nascer. Maternidades públicas
e prestadoras do SUS (Sistema Único de Saúde) de todo País
serão capacitadas para aconselhar e fazer o teste de detecção
do vírus HIV no momento do parto em mulheres que não tenham
sido aconselhadas e testadas no pré-natal.
A prática reduz o
risco de transmissão do HIV de mãe para filho, na hora do
nascimento, de 25% para até 2% - chamada de transmissão
materno-infantil.
O procedimento
já vem sendo adotado pelo Programa de DST/HIV/AIDS de Campinas
há quase dois anos. Neste período, foram treinadas as equipes
de todas as maternidades do município, inclusive profissionais
dos hospitais privados. Em 2001, no primeiro ano da implantação
do projeto em Campinas, os testes rápidos para detecção do
HIV e a retaguarda para o leite artificial – chamado de fórmula
láctea – foram custeados e fornecidos pela Secretaria
Municipal de Saúde.
A partir de então,
a Secretaria manteve o abastecimento de testes rápidos,
anti-retrovirais e fórmula láctea para as maternidades de
Campinas com mais de 150 partos por mês – Maternidade de
Campinas, Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da
Mulher) e a Maternidade Celso Pierro.
No último mês,
o Ministério da Saúde implantou o projeto em todo País e
incluiu entre os insumos fornecidos aos hospitais o inibidor de
lactação – medicação para secar o leite. A equipe técnica
do Centro de referência do Programa de DST/HIV/AIDS de Campinas
foi requisitada pela Coordenação Estadual de DST/AIDS para
auxiliar na capacitação dos serviços de outros municípios.
Quem recebe o
tratamento - Atualmente, 90% das mulheres que fazem pré-natal
nos 46 Centros de Saúde de Campinas recebem aconselhamento e são
submetidas à testagem do HIV. A meta da Secretaria Municipal de
Saúde é atingir 100% delas.
Existe ainda
uma pequena parcela de mulheres que deixa de fazer o pré-natal
ou que mesmo fazendo o pré-natal deixa de realizar os testes
para detecção do HIV. Também há aquelas que chegam para as
maternidades de Campinas vindas de outros municípios e sem
terem sido aconselhadas ou testadas.
É para estas
mulheres que a Secretaria de Saúde disponibiliza esta estratégia
de prevenção da transmissão materno-infantil no momento do
parto. Estudos científicos demonstram que a estratégia oferece
proteção adicional para o bebê.
Para as
mulheres que fazem o teste no início do pré-natal e detectam o
vírus, o tratamento é iniciado antes da 18a semana de
gestação, quando elas passam a receber o coquetel contra a
aids. Nestes casos, o bebê também recebe o xarope de AZT (Vidovudina)
por quatro semanas após nascer.