Ministério da Saúde implanta projeto com base na experiência de Campinas

31/10/2002

Com base na experiência de Campinas e de outros municípios pioneiros, o Ministério da Saúde acaba de lançar o Projeto Nascer. Maternidades públicas e prestadoras do SUS (Sistema Único de Saúde) de todo País serão capacitadas para aconselhar e fazer o teste de detecção do vírus HIV no momento do parto em mulheres que não tenham sido aconselhadas e testadas no pré-natal.

A prática reduz o risco de transmissão do HIV de mãe para filho, na hora do nascimento, de 25% para até 2% - chamada de transmissão materno-infantil.

O procedimento já vem sendo adotado pelo Programa de DST/HIV/AIDS de Campinas há quase dois anos. Neste período, foram treinadas as equipes de todas as maternidades do município, inclusive profissionais dos hospitais privados. Em 2001, no primeiro ano da implantação do projeto em Campinas, os testes rápidos para detecção do HIV e a retaguarda para o leite artificial – chamado de fórmula láctea – foram custeados e fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde.

A partir de então, a Secretaria manteve o abastecimento de testes rápidos, anti-retrovirais e fórmula láctea para as maternidades de Campinas com mais de 150 partos por mês – Maternidade de Campinas, Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) e a Maternidade Celso Pierro.

No último mês, o Ministério da Saúde implantou o projeto em todo País e incluiu entre os insumos fornecidos aos hospitais o inibidor de lactação – medicação para secar o leite. A equipe técnica do Centro de referência do Programa de DST/HIV/AIDS de Campinas foi requisitada pela Coordenação Estadual de DST/AIDS para auxiliar na capacitação dos serviços de outros municípios.

Quem recebe o tratamento - Atualmente, 90% das mulheres que fazem pré-natal nos 46 Centros de Saúde de Campinas recebem aconselhamento e são submetidas à testagem do HIV. A meta da Secretaria Municipal de Saúde é atingir 100% delas.

Existe ainda uma pequena parcela de mulheres que deixa de fazer o pré-natal ou que mesmo fazendo o pré-natal deixa de realizar os testes para detecção do HIV. Também há aquelas que chegam para as maternidades de Campinas vindas de outros municípios e sem terem sido aconselhadas ou testadas.

É para estas mulheres que a Secretaria de Saúde disponibiliza esta estratégia de prevenção da transmissão materno-infantil no momento do parto. Estudos científicos demonstram que a estratégia oferece proteção adicional para o bebê.

Para as mulheres que fazem o teste no início do pré-natal e detectam o vírus, o tratamento é iniciado antes da 18a semana de gestação, quando elas passam a receber o coquetel contra a aids. Nestes casos, o bebê também recebe o xarope de AZT (Vidovudina) por quatro semanas após nascer.

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