A Secretaria de
Saúde de Campinas divulgou nesta quarta-feira, 1 de outubro,
pesquisa que aponta que o índice médio de aleitamento
materno exclusivo – quando a criança recebe apenas leite da
mãe - na cidade é de 2,5 meses. O número não chega a 50%
do período preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de
seis meses. O estudo foi realizado em março e abril deste ano
com usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.
Aumentar este
índice é um dos principais desafios da Secretaria de Saúde
de Campinas que promove de hoje a 7 de outubro diversas
atividades para marcar a 12a Semana Mundial do Aleitamento
Materno que este ano tem como tema "Amamentação num
Mundo Globalizado – pela Paz e Justiça".
Um dos
fatores citados pelas mulheres que participaram da pesquisa
como limitador para o aleitamento materno exclusivo é o
trabalho. Porém, segundo a pediatra Cláudia Maria Monteiro
Sampaio, a questão cultural tem um peso muito grande na decisão,
como acreditar que o leite não sustenta ou que a mama vai
cair.
"Este é
um equívoco. Cada mãe produz o leite adequado para seu filho
e também não é verdade que a amamentação determine o
prejuízo estético da mama", diz a pediatra.
Dúvidas como
esta podem ser sanadas pelas mulheres que comparecerem de hoje
ao dia 7 de outubro nos Centros de Saúde da cidade. Na manhã
desta quarta-feira, no Centro de Saúde do Dic 3, as gestantes
e mamães assistiram a uma palestra sobre a importância do
aleitamento materno, receberam orientações individuais e
participaram de um café da manhã de confraternização.
Uma das
organizadoras do evento do Dic 3, a enfermeira Maria do Carmo
Silva Fochi considera a campanha como fundamental para
conscientizar a comunidade e as mulheres sobre a importância
do leite materno para o desenvolvimento do bebê.
"Dependendo
da situação, a amamentação pode ser a diferença entre a
vida e a morte", diz a enfermeira. Ela já trabalhou com
bebês prematuros e conta que é clara a diferença entre bebês
que recebem leite materno e bebês alimentados com leite
artificial, principalmente no que se refere a proteção
contra doenças. "Os bebês que recebem fórmula têm
risco muito maior de apresentar complicações como alergias,
infecções respiratórias e gastrointestinais, entre
outras", afirma Maria do Carmo.
A pediatra Cláudia
Sampaio reforça que a campanha é um momento de chamar a atenção
e convocar a comunidade para discutir mais sobre a amamentação.
"O evento foi criado pelo Unicef e é mais um fator na
rede de estímulo ao aleitamento", afirma.
Cláudia diz
que, em Campinas, esta rede é formada pelo Comitê Municipal
de Amamentação que é constituído pela coordenação do
Centro de Lactação - Banco de Leite Humano, Centro de Educação
dos Trabalhadores da Saúde (Cets), representantes dos Centros
de Saúde e um representante de cada distrito de saúde e no
comitê ampliado representantes de todas os serviços de saúde.
Por meio
destas instâncias, a Secretaria Municipal de Saúde
desenvolve ações permanentes de incentivo ao aleitamento e
estimula os diversos atores municipais envolvidos na questão.
Além das ações
educativas nos Centros de Saúde, também estão programadas
atividades como apresentação de peças teatrais e de coral
nos espaços do Centro de Convivência Cultural, na manhã do
dia 4, e palestras para profissionais de saúde no Salão
Vermelho da Prefeitura, no dia 7, a partir das 8h30, com a
dentista Gabriela Dorothy de Carvalho. O tema da palestra é Amamentação
como prevenção da síndrome do respirador bucal.