Mais 18
casos de catapora (varicela) foram notificados pela Vigilância
Epidemiológica Municipal, segundo dados divulgados pela
Secretaria de Saúde nesta segunda-feira, 6 de outubro. O último
balanço, divulgado dia 1 de outubro, somava 452 ocorrências.
No total,
desde o final de agosto, em Campinas, foram registrados 470
casos da doença. As ocorrências são referentes a surtos
ocorridos em 47 instituições municipais, a maioria escolas
de ensino infantil e fundamental onde não haviam sido
verificados casos anteriormente.
A Vigilância
Epidemiológica solicitou, para a Direção Regional de Saúde
(Dir 12), 2.357 doses de vacina contra a catapora para as
crianças que freqüentam as escolas atingidas. O Estado
enviou 1.986. O município aguarda para até esta terça-feira,
7, as 371 restantes e, se necessário, deve solicitar mais
doses.
A estratégia
para o controle da doença no município foi reforçada assim
que a Secretaria de Saúde de Campinas foi informada, pela Dir
12, da ocorrência de surtos em cidades vizinhas, no início
de agosto.
Segundo a
Secretaria de Estado da Saúde, mais de 60 municípios
paulistas enfrentam surtos da doença. Já foram notificados
mais de 10 mil casos, com onze mortes. No interior, a situação
mais grave foi registrada em Limeira onde, de acordo com o
Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual, duas crianças
morreram em decorrência de complicações da doença. Em São
João da Boa Vista também houve uma morte.
Medidas de
controle
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, os profissionais, ao registrarem
os primeiros casos suspeitos, devem desencadear todas as
medidas de controle necessárias para evitar a disseminação
da catapora e o aparecimento de complicações. "Os
profissionais devem monitorar o aparecimento de casos
novos", diz.
Brigina
explica que a varicela, também chamada catapora, não é uma
doença de notificação obrigatória. No entanto, de acordo
com ela, surtos e epidemias devem ser registrados e
acompanhados para que se conheça melhor o comportamento da
doença.
Saiba mais
– A catapora é uma doença altamente contagiosa e acomete
mais as crianças. No entanto, pode atingir também
adolescentes e adultos que não tenham tido catapora antes.
Ocorre com mais freqüência no final do inverno e início da
primavera.
É causada
por um vírus e fica incubada de 7 a 21 dias. Depois evolui. O
vírus é especialmente adaptado para atacar a mucosa do
aparelho respiratório e se propaga facilmente de pessoa para
pessoa pelas gotinhas de saliva deixadas no ar ao falar,
espirrar, tossir e também pelo contato direto com as lesões.
Os sintomas são
febre moderada, dor de cabeça, cansaço e mal-estar. As lesões
na pele aparecem, geralmente, primeiro no couro cabeludo e são
mais freqüentes no tronco. Nos casos mais graves, podem
acometer rosto, braços e pernas. Em alguns casos, estão
presentes na boca, garganta e olhos.
Existe vacina
contra a catapora, mas as doses não estão disponíveis na
rede pública de saúde por não fazerem parte do calendário
vacinal do Ministério da Saúde. No entanto, este ano, a
Secretaria de Estado da Saúde adquiriu a vacina para
disponibilizar em surtos em instituições coletivas que
recebem crianças de 1 a 5 anos.
"Entretanto,
a liberação depende de avaliação conjunta da Dir 12 com o
município", informa a enfermeira sanitarista Salma
Balista, responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde
Ambiental de Campinas (Covisa). Na rede particular, a dose
contra a catapora custa, em média, R$ 70.
Varicela
(catapora)
O que é:
É uma doença benigna (que se cura sozinha), mas altamente
contagiosa. É provocada por um vírus por via respiratória
ou pelo contato com as lesões de pele. A transmissão começa
dois dias antes do aparecimento das vesículas (bolhas na
pele) e vai até a fase de crosta. Como complicações da doença
podem ocorrer infecções das lesões de pele por bactérias.
Embora raras, complicações mais graves podem acontecer. A
vacina contra a catapora não está incluída na rotina do
calendário vacinal do Ministério da Saúde.
Cuidados e
medidas de controle:
Afastar as
crianças de creche ou escola até o sexto dia após o
aparecimento das lesões.
Manter
cuidados adequados de higiene
Manter as
unhas das mãos das crianças doentes bem aparadas, para
evitar lesões que propiciam infecção por bactérias
Procurar um
serviço de saúde para avaliação
Não dar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças
com varicela pois pode causar complicações graves
Não receber
novos alunos até 21 dias após o último caso
Notificar o
mais rápido possível, para avaliar a possibilidade e a
indicação de aplicação de vacina.