A Secretaria de
Saúde da Campinas informou nesta terça-feira, 7 de outubro, a
notificação de mais 19 casos de varicela (catapora), o que
eleva para 489 o número total de casos registrados desde o
final de agosto pela Vigilância Epidemiológica municipal.
As ocorrências
se referem a surtos em 51 instituições sendo a maioria delas
escolas da Prefeitura que acolhem crianças menores de cinco
anos. A faixa etária mais acometida é a de crianças de 1 a 5
anos, com 70% das ocorrências, seguida pelo público de 5 a 9
anos, que concentra 28%.
Existe vacina
contra a catapora, porém ela não é fornecida pela rede pública
de saúde em nenhuma cidade do Brasil. No entanto, este ano, a
Secretaria de Saúde de São Paulo adquiriu doses para
disponibilizar, mediante avaliação, em surtos em instituições
coletivas.
Em Campinas, a
Vigilância Epidemiológica municipal solicitou doses para as
crianças que freqüentam todas as escolas atingidas. No
entanto, a liberação depende de avaliação conjunta das
secretarias de Saúde do Estado e do Município.
"As duas
instâncias avaliam a possibilidade de vacinar as crianças de
acordo com a faixa etária do grupo atingido e leva em conta
também a data do registro do último caso e o tempo que a criança
permanece na escola", diz a enfermeira sanitarista Brigina
Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.
Até o momento,
foram liberadas doses para 35 instituições de Campinas. Sete
escolas não se enquadram no critério exigido pelo Estado para
a liberação das vacinas. Ainda estão sendo aguardadas 524
doses para bloqueio em 5 instituições.
A vacina é
apenas um dos cuidados a serem adotados em casos de surto de
catapora. Segundo Brigina, também é recomendado afastar as
crianças de creche ou escola até o sexto dia após o
aparecimento das lesões, além de manter cuidados adequados de
higiene e manter as unhas das mãos das crianças doentes bem
aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção por bactérias.
Também é
importante, de acordo com Brigina, procurar um serviço de saúde
para avaliação. Outra recomendação é não dar medicamentos
à base de ácido acetilsalicílico para crianças com varicela
pois pode causar complicações graves.
As escolas também
não devem receber novos alunos até 21 dias após o último
caso. E os casos devem ser notificados o mais rápido possível,
para avaliar a possibilidade e a indicação de aplicação de
vacina.
A catapora é
uma doença benigna - que se cura sozinha -, comum na infância
e as complicações são muito raras. Os casos ocorrem comumente
no final do inverno e início da primavera e, este ano, não há
nenhuma situação inusitada em relação a anos anteriores,
segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual (CVE).