Saúde fecha fábrica clandestina de lingüiça

08/10/2003

A Vigilância Sanitária (Visa) Noroeste realiza neste momento, manhã de quarta-feira, 8 de outubro, uma ação de interdição e apreensão em uma fábrica clandestina de lingüiça na rua Capão Redondo, s/no, no Satélite Íris 1, Região Noroeste de Campinas. Além dos embutidos, mercadorias como tripa, massa de carne, feto e couro de animal foram encontradas no local.

De acordo com a enfermeira sanitarista Eloisa Cristina dos Santos Costa, coordenadora da Visa Noroeste, o estabelecimento não possui licença no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e da Vigilância Sanitária Municipal para produzir embutidos. Também não tem alvará de funcionamento expedido pela Prefeitura.

Eloísa informa que a fábrica e os equipamentos da indústria clandestina serão lacrados e interditados. Os produtos foram inutilizados e serão levados ainda hoje para o aterro Delta. A estimativa é de que sejam transportadas entre quatro e cinco toneladas. O trabalho deve prosseguir por toda a tarde.

Parcerias

A ação conta com a parceria do Serviço de Inspeção Federal (SIF), da Guarda Municipal, da Polícia Civil de Campinas e da Secretaria de Serviços Públicos. Os profissionais da Secretaria de Saúde chegaram ao local por meio de denúncia anônima. Para ingressar no estabelecimento, a equipe necessitou de autorização judicial.

Esta é a segunda ação ocorrida na fábrica clandestina nos últimos 18 meses. No início de 2002, o estabelecimento foi interditado e a Vigilância Sanitária determinou o encerramento das atividades.

Contaminação

De acordo com o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da Vigilância Sanitária de Campinas, o produto de origem animal fabricado em condições inadequadas pode estar contaminado por agentes causadores de doença, principalmente bactérias e fungos, que causam danos à saúde como problemas gastrointestinais, toxoplasmose, verminoses graves e toxiinfecção alimentar.

"O item clandestino de origem animal oferece risco porque pode ter sido produzido sem cuidados de higiene e com contaminação inclusive por coliformes fecais entre outros problemas", afirma Pisani Neto.

O médico orienta para que o consumidor não adquira produtos de origem animal sem registro nos órgão competentes – SIF, Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP) e na Vigilância Sanitária Municipal. "O registro pode ser a garantia do produto saudável. Se houver dúvida, o consumidor deve entrar em contato com a Vigilância Sanitária Municipal", diz.

Pisani Neto afirma que o consumidor tende a acreditar que o produto caseiro é mais saudável. No entanto, de acordo com ele, isto é um equívoco. O item pode ter sofrido processo de conservação ou manipulação inadequados, o que compromete a sua qualidade e causa danos à saúde.

Prevenção

No final de 2002, a Secretaria de Saúde de Campinas vistoriou, em ação conjunta com Procon, Departamento de Uso e Ocupação do Solo (Duos) e Sanasa, 196 estabelecimentos comerciais do município. Na ação, foram apreendidas 6,5 toneladas de alimentos que poderiam comprometer a saúde (estavam com prazo de validade vencida ou eram de procedência desconhecida). Este ano, ações de fiscalização de alimentos já resultaram na interdição de mais de 30 estabelecimentos nas cinco regiões da cidade.

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