A
Vigilância Sanitária (Visa) Noroeste realiza neste momento,
manhã de quarta-feira, 8 de outubro, uma ação de interdição
e apreensão em uma fábrica clandestina de lingüiça na rua
Capão Redondo, s/no, no Satélite Íris 1, Região
Noroeste de Campinas. Além dos embutidos, mercadorias como
tripa, massa de carne, feto e couro de animal foram
encontradas no local.
De acordo com
a enfermeira sanitarista Eloisa Cristina dos Santos Costa,
coordenadora da Visa Noroeste, o estabelecimento não possui
licença no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e da Vigilância
Sanitária Municipal para produzir embutidos. Também não tem
alvará de funcionamento expedido pela Prefeitura.
Eloísa
informa que a fábrica e os equipamentos da indústria
clandestina serão lacrados e interditados. Os produtos foram
inutilizados e serão levados ainda hoje para o aterro Delta.
A estimativa é de que sejam transportadas entre quatro e
cinco toneladas. O trabalho deve prosseguir por toda a tarde.
Parcerias
A ação
conta com a parceria do Serviço de Inspeção Federal (SIF),
da Guarda Municipal, da Polícia Civil de Campinas e da
Secretaria de Serviços Públicos. Os profissionais da
Secretaria de Saúde chegaram ao local por meio de denúncia
anônima. Para ingressar no estabelecimento, a equipe
necessitou de autorização judicial.
Esta é a
segunda ação ocorrida na fábrica clandestina nos últimos
18 meses. No início de 2002, o estabelecimento foi
interditado e a Vigilância Sanitária determinou o
encerramento das atividades.
Contaminação
De acordo com
o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da
Vigilância Sanitária de Campinas, o produto de origem animal
fabricado em condições inadequadas pode estar contaminado
por agentes causadores de doença, principalmente bactérias e
fungos, que causam danos à saúde como problemas
gastrointestinais, toxoplasmose, verminoses graves e toxiinfecção
alimentar.
"O item
clandestino de origem animal oferece risco porque pode ter
sido produzido sem cuidados de higiene e com contaminação
inclusive por coliformes fecais entre outros problemas",
afirma Pisani Neto.
O médico
orienta para que o consumidor não adquira produtos de origem
animal sem registro nos órgão competentes – SIF, Serviço
de Inspeção de São Paulo (SISP) e na Vigilância Sanitária
Municipal. "O registro pode ser a garantia do produto
saudável. Se houver dúvida, o consumidor deve entrar em
contato com a Vigilância Sanitária Municipal", diz.
Pisani Neto
afirma que o consumidor tende a acreditar que o produto
caseiro é mais saudável. No entanto, de acordo com ele, isto
é um equívoco. O item pode ter sofrido processo de conservação
ou manipulação inadequados, o que compromete a sua qualidade
e causa danos à saúde.
Prevenção
No final de
2002, a Secretaria de Saúde de Campinas vistoriou, em ação
conjunta com Procon, Departamento de Uso e Ocupação do Solo
(Duos) e Sanasa, 196 estabelecimentos comerciais do município.
Na ação, foram apreendidas 6,5 toneladas de alimentos que
poderiam comprometer a saúde (estavam com prazo de validade
vencida ou eram de procedência desconhecida). Este ano, ações
de fiscalização de alimentos já resultaram na interdição
de mais de 30 estabelecimentos nas cinco regiões da cidade.