Aula
ocorre nesta quinta-feira na Espcex e será ministrada por
profissionais da Visa Norte e do Centro de Controle de
Zoonoses
Os 470
cadetes da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (Espcex)
de Campinas assistem nesta quinta-feira, 9 de outubro, das
13h30 às 14h30, aula sobre doenças transmitidas por
carrapatos. A atividade é parte dos trabalhos desenvolvidos
pela Secretaria de Saúde de Campinas para orientar os cidadãos
que freqüentam áreas de risco para febre maculosa, doença
de Lyme e babesiose. A aula será ministrada por profissionais
da Vigilância em Saúde (Visa) Norte e do Centro de Controle
de Zoonoses (CCZ).
De acordo com
a médica veterinária Tosca de Lucca Benini, da Visa Norte,
durante a atividade, os cadetes serão informados sobre as
características do carrapato, como locais que o aracnídeo
prefere, e medidas de prevenção como que tipo de roupa usar
ao freqüentar estes ambientes, importância da inspeção
corporal a cada duas horas e conseqüente remoção dos
carrapatos e quando procurar o serviço de saúde.
De acordo com
a Secretaria de Saúde, existe um caso suspeito de febre
maculosa notificado na área que abrange Círculo Militar,
Especex e Batalhão de Infantaria Blindada (BIB). O local é
considerado de risco para infecção de doenças transmitidas
por carrapatos por suas características ambientais que
incluem vegetação, água e capivara. "Também levamos
em conta o número de pessoas que circulam na área",
informa Tosca.
Um outro
fator considerado pela Secretaria de Saúde é o fato dos
cadetes desenvolverem atividades que podem submetê-los a
maior risco de infecção como participarem de treinamento que
exige pernoitar em matas. "Portanto, a chance de contato
destes profissionais com carrapatos é maior", diz a médica
veterinária.
Segundo
Tosca, conscientizar os cadetes com este nível de informação
é importante porque, além de contribuir para a prevenção,
ajuda no diagnóstico precoce das doenças.
Comum na região
de Campinas, a febre maculosa se manifesta com febre alta com
início súbito, dor de cabeça, dores musculares e manchas
vermelhas na pele. Também podem surgir dor abdominal e
prostração. Estes sintomas são parecidos com os de outras
doenças, como leptospirose e dengue hemorrágica. Então,
segundo Tosca, o paciente deve informar à equipe de saúde
que teve contato com carrapato.
De acordo com
a médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, coordenadora do
CCZ, apesar de atingir menos gente do que outras doenças
infecciosas, a febre maculosa preocupa pela alta taxa de
letalidade – entre 40% e 50%.
Entretanto,
segundo Jeanette, se tratada no começo do aparecimento dos
sintomas, geralmente tem boa evolução. "Quanto mais
precoce for iniciado o tratamento, maior a probabilidade de
cura". Ela informa que em 2001 em Campinas a taxa de cura
atingiu 100% - dos quatro casos confirmados, todos se
recuperaram.
Notificação
obrigatória
A febre
maculosa passou a ser de notificação obrigatória na região
da Dir 12 (Direção Regional de Saúde de Campinas) em 1989.
Desde lá, o número de casos suspeitos vem aumentando. Em
Campinas, as notificações quase dobraram desde 2001 para
2002. A Secretaria de Saúde confirmou quatro casos em 2001 e
nenhum em 2002. Não houve mortes neste período. Este ano, já
foram investigadas 26 ocorrências, sendo que duas estão
confirmadas, 19 foram descartadas e cinco ainda estão sendo
analisadas.
Em 2001, a
febre maculosa passou a ser de notificação obrigatória em
todo País. Estados como o Rio de Janeiro e Minas Gerais Também
são áreas de transmissão.