Estado
só vai enviar doses da vacina para creches que registraram
os últimos casos entre 25 de setembro e 2 de outubro
A
Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta
quarta-feira, 8 de outubro, que já foram registrados 497
casos de varicela (catapora) na cidade desde agosto. A Vigilância
Epidemiológica municipal informou ainda que quatro crianças
necessitaram ser internadas por complicações em decorrência
da doença, uma no Hospital Municipal Mário Gatti, uma no
Hospital Celso Pierro e duas no Hospital de Sumaré. Todas
apresentaram boa evolução e passam bem.
As ocorrências
se referem a surtos em 52 instituições sendo a maioria
delas escolas da Prefeitura que acolhem crianças menores de
cinco anos. A faixa etária mais acometida é a de crianças
de 0 a 5 anos, com 65% das ocorrências, seguida pelo público
de 5 a 9 anos, que concentra 25%.
A situação
de Campinas reflete o quadro do Estado de São Paulo, onde já
foram registrados 1.010 surtos em mais de 70 municípios.
Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica da
Secretaria de Estado da Saúde (CVE), desde julho já foram
notificados 21.196 casos e 20 óbitos. Em cidades mais próximas
a Campinas, foram registradas mortes em Limeira - duas -,
Piracicaba – 2 - e São João da Boa Vista – 1.
Existe
vacina contra a catapora, mas o medicamento não é
fornecido pela rede pública de saúde em nenhuma cidade do
Brasil. No entanto, este ano, a Secretaria de Estado de Saúde
de São Paulo adquiriu doses para disponibilizar, mediante
avaliação, em surtos em instituições coletivas. Até o
momento, segundo o CVE, já foram vacinadas 43 mil crianças
em todo o Estado.
Em
Campinas, a Vigilância Epidemiológica solicitou 2.211
doses para as crianças que freqüentam todas as escolas
onde foram notificados surtos. O município ainda aguarda a
liberação de 945. Porém, um ofício enviado à Secretaria
Municipal de Saúde na tarde desta quarta-feira, 8, pela
direção técnica do CVE comunica que só serão enviadas
doses para instituições que registraram os últimos casos
entre 25 de setembro e 2 de outubro.
Segundo o
informe, a Secretaria de Estado da Saúde estará
impossibilitada de adquirir mais doses da vacina e,
portanto, de dar continuidade às ações de bloqueio que
vinham sendo desencadeadas. O Estado justifica que os
laboratórios produtores estão com os estoques esgotados.
"No
momento, temos em nosso estoque 4 mil doses e uma solicitação
de 12 mil das regionais de saúde do estado. Pela limitação
de doses disponíveis, foi elaborada uma grade que contempla
apenas as creches que registraram os últimos casos entre 25
de setembro e 2 de outubro", informa o ofício que é
assinado pelo médico Carlos Magno Fortaleza, diretor técnico
do CVE. Ainda de acordo com a nota, os surtos e o
levantamento das crianças suscetíveis devem continuar a
ser registrados.
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, a vacina é
apenas um dos cuidados a serem adotados em casos de surto de
catapora. também é recomendado afastar as crianças de
creche ou escola até o sexto dia após o aparecimento das
lesões, além de manter cuidados adequados de higiene e
manter as unhas das mãos das crianças doentes bem
aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção por
bactérias.
Também é
importante, de acordo com Carmo Ferreira, procurar um serviço
de saúde para avaliação. Outra recomendação é não dar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças
com varicela pois pode causar complicações graves.
As escolas
também não devem receber novos alunos até 21 dias após o
último caso. E os casos devem ser notificados o mais rápido
possível.
A catapora
é uma doença benigna - que se cura sozinha -, comum na infância
e as complicações são muito raras. Os casos ocorrem
comumente no final do inverno e início da primavera e, este
ano, não há nenhuma situação que indique maior incidência
da doença ou casos de maior gravidade em relação a anos
anteriores, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica
Estadual (CVE).