Equipes do
Distrito de Saúde Leste retiraram cinco toneladas de entulhos e
outros materiais que podem servir para procriação de mosquito
em um terreno na esquina das ruas Santa Cruz e Maestro João de
Túlio, numa ação de combate à dengue na última terça-feira,
21 de outubro. A área, de mais de 5 mil metros quadrados,
abriga a fundação de um edifício da falida Construtora Encol.
Os trabalhos contaram com apoio da Secretaria Municipal de Serviços
Públicos.
A construção
foi paralisada na fase inicial das obras e se transformou num
problema de saúde pública. Além de propiciar a proliferação
de mosquitos, o local ainda serve de criadouro para ratos,
baratas e outros bichos que trazem muitos incômodos para as
pessoas que moram nas vizinhanças.
A Secretaria
Municipal de Saúde teve que solicitar autorização à Justiça
para que os profissionais de saúde pudessem entrar no local e
fazer a limpeza. O mesmo procedimento tem que ser adotado para
todas os outros prédios abandonados inacabados na cidade.
Levantamento da
Secretaria de Saúde aponta que há pelo menos 38 prédios
nestas condições na cidade. Destes, segundo informações
obtidas pela Prefeitura, 10 são da Encol e estão todos
localizados na Região Leste de Campinas. Estas construções são
pontos de risco para a dengue porque propiciam a proliferação
do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus que
causa a doença.
De acordo com a
supervisora de controle ambiental Janilce Souza, da Secretaria
de Saúde, um outro agravante na área trabalhada na última terça
é o fato das pessoas usarem o local para descartar lixo.
Janilce ressaltou que é necessário que a população se
conscientize de que só com a participação de toda comunidade
será possível manter a dengue sob controle. Segundo a
supervisora, levantamento recente da Secretaria de Saúde mostra
que o mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio
quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada.
O estudo aponta
que mais de 80% dos criadouros disponíveis para o mosquito estão
nas casas e quintais. São lotes sem capinar, cheios de sucatas,
pratos de vasos de planta, latas, garrafas, potes, pneus e
reservatórios de água entre outros. Estes locais podem manter
os ovos do mosquito da dengue no período de seca por até um
ano.
De acordo com
Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue na Secretaria
de Saúde, no verão, na água, em uma semana, o ovo se
transforma em larva que se transforma em um mosquito adulto do Aedes
aegypti. "E basta um mosquito infectado para iniciar a
transmissão num raio de 100 a 300 metros", disse. É por
isso, segundo Fernanda, que não basta cada família cuidar do
seu quintal. "As comunidades precisam se unir contra a
dengue", completou.
Os sintomas da
dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também
podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes
sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde o mais rápido
possível.
Desde janeiro
de 2003, a Vigilância Epidemiológica de Campinas registrou 451
casos de dengue dos quais 382 referem-se a pessoas que foram
infectadas no próprio município – são os chamados casos autóctones.
Os 69 casos restantes são de cidadãos que contraíram a doença
em viagens a outras cidades.