Equipes do
Centro de Saúde (CS) Santa Odila e do Centro de Controle de
Zoonoses (CCZ) iniciam nesta quarta-feira, 29 de outubro, a Operação
Finados, de controle e combate à dengue nos cemitérios
da Saudade e Santo Antônio, localizados na Região Sul de
Campinas.
Profissionais
de saúde vão orientar visitantes e pessoas que atuam na
limpeza e manutenção dos túmulos sobre a importância de
manter os vasos e floreiras sem água. A água acumulada nos
recipientes oferece condição para a proliferação de
mosquitos. De acordo com a Serviços Técnicos Gerais (Setec),
somente no Cemitério da Saudade há 40 mil vasos e floreiras
nos jazigos.
Os trabalhos,
segundo o engenheiro sanitarista Jeovani Alves dos Santos,
supervisor de controle ambiental da Prefeitura, incluem ações
de conscientização com a população e orientações para os
empreiteiros contratados pelas famílias para limpar e
promover a manutenção dos jazigos.
Jeovani
informou que, a partir desta quarta-feira, serão montadas
barracas nas principais entradas do cemitério. No local, serão
distribuídos materiais educativos e fornecidas informações
sobre a dengue, sintomas e maneiras de evitá-la.
O biólogo da
Secretaria de Saúde, Ovando Provati, explica que, no verão,
na água, em uma semana, a larva se transforma em um mosquito
adulto. "E basta um mosquito Aedes aegypti
infectado para iniciar a transmissão do vírus da dengue num
raio de 100 a 300 metros", disse. É por isso, segundo
Ovando, que cada família precisa estar conscientizada e
cuidar do seu jazigo de maneira que o local não ofereça
condições para a reprodução de mosquitos.
Segundo
Ovando, em Campinas, o Cemitério da Saudade é o de maior
risco para a dengue pelo tipo de jazigo que possui com vasos e
floreiras. Estes recipientes mantêm água por duas razões,
ou porque a pessoa vai lá e coloca o líquido ou porque
acumula água da chuva.
Nos últimos
dois anos, a Prefeitura tentou alternativas como a perfuração
dos vasos para impedir o acúmulo de água. No entanto,
segundo Ovando, os visitantes tapam os buracos com massa e os
recipientes voltam a acumular água.
O biólogo
informou que a localização do Cemitério da Saudade também
influencia no risco para a transmissão da dengue, por estar
numa área urbanizada e com vários outros pontos de risco nas
imediações. Pontos de risco são estabelecimentos que, pela
natureza de sua atividade, oferecem condições propícias
para a proliferação de mosquito, como sucateiros,
ferros-velhos, borracharias entre outros. "Além disso, o
cemitério tem uma grande circulação de pessoas e é de difícil
manutenção", disse Ovando.
O biólogo
informou ainda que em todas as pesquisas de larva realizadas
no local pelo CCZ tem sido encontrado o Aedes aegypti.
O estudo é realizado mensalmente dentro das ações de
monitoramento e controle da dengue nos cemitérios da cidade.
Os sintomas
da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza.
Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum
destes sinais, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de
Saúde.