Prefeitura inicia Operação Finados de combate à dengue no cemitério

28/10/2003

Equipes do Centro de Saúde (CS) Santa Odila e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) iniciam nesta quarta-feira, 29 de outubro, a Operação Finados, de controle e combate à dengue nos cemitérios da Saudade e Santo Antônio, localizados na Região Sul de Campinas.

Profissionais de saúde vão orientar visitantes e pessoas que atuam na limpeza e manutenção dos túmulos sobre a importância de manter os vasos e floreiras sem água. A água acumulada nos recipientes oferece condição para a proliferação de mosquitos. De acordo com a Serviços Técnicos Gerais (Setec), somente no Cemitério da Saudade há 40 mil vasos e floreiras nos jazigos.

Os trabalhos, segundo o engenheiro sanitarista Jeovani Alves dos Santos, supervisor de controle ambiental da Prefeitura, incluem ações de conscientização com a população e orientações para os empreiteiros contratados pelas famílias para limpar e promover a manutenção dos jazigos.

Jeovani informou que, a partir desta quarta-feira, serão montadas barracas nas principais entradas do cemitério. No local, serão distribuídos materiais educativos e fornecidas informações sobre a dengue, sintomas e maneiras de evitá-la.

O biólogo da Secretaria de Saúde, Ovando Provati, explica que, no verão, na água, em uma semana, a larva se transforma em um mosquito adulto. "E basta um mosquito Aedes aegypti infectado para iniciar a transmissão do vírus da dengue num raio de 100 a 300 metros", disse. É por isso, segundo Ovando, que cada família precisa estar conscientizada e cuidar do seu jazigo de maneira que o local não ofereça condições para a reprodução de mosquitos.

Segundo Ovando, em Campinas, o Cemitério da Saudade é o de maior risco para a dengue pelo tipo de jazigo que possui com vasos e floreiras. Estes recipientes mantêm água por duas razões, ou porque a pessoa vai lá e coloca o líquido ou porque acumula água da chuva.

Nos últimos dois anos, a Prefeitura tentou alternativas como a perfuração dos vasos para impedir o acúmulo de água. No entanto, segundo Ovando, os visitantes tapam os buracos com massa e os recipientes voltam a acumular água.

O biólogo informou que a localização do Cemitério da Saudade também influencia no risco para a transmissão da dengue, por estar numa área urbanizada e com vários outros pontos de risco nas imediações. Pontos de risco são estabelecimentos que, pela natureza de sua atividade, oferecem condições propícias para a proliferação de mosquito, como sucateiros, ferros-velhos, borracharias entre outros. "Além disso, o cemitério tem uma grande circulação de pessoas e é de difícil manutenção", disse Ovando.

O biólogo informou ainda que em todas as pesquisas de larva realizadas no local pelo CCZ tem sido encontrado o Aedes aegypti. O estudo é realizado mensalmente dentro das ações de monitoramento e controle da dengue nos cemitérios da cidade.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de Saúde.

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