Serviço
também recebe
esta
semana quatro novas ambulâncias
que já haviam sido
adquiridas pela Prefeitura
com recursos do OP
Campinas
será uma das primeiras cidades brasileiras a receber os
investimentos do Ministério da Saúde destinados aos Serviços
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A verba de pelo
menos R$ 155 mil mensais – R$ 12,5 mil para cada equipe de
suporte básico e R$ 27,5 mil para cada equipe de Unidade de
Tratamento Intensivo (UTI) - foi anunciada nesta
quarta-feira, 29 de outubro, em Brasília, quando a coordenação
de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde
apresentou para o Ministério o plano de assistência pré-hospitalar
móvel da cidade elaborado de acordo com a normatização
nacional.
A previsão
é de que o repasse seja efetuado já em dezembro. O custo
mensal do Samu é de R$ 419 mil mensais e, até então, era
totalmente financiado pela Prefeitura. Além do
financiamento do Ministério da Saúde, o Samu também
recebe esta semana quatro novas ambulâncias que já haviam
sido compradas pela Prefeitura com recursos do Orçamento
Participativo.
O
investimento estava previsto pela Política Nacional de Atenção
às Urgências lançada pelo Ministério da Saúde em
setembro com o objetivo de estruturar a atenção às urgências
no país, cujo principal braço são os Samus. Em todo País,
até dezembro de 2004, serão R$ 120,1 milhões para
estruturar equipes de Samu em 132 municípios e 20 capitais,
com mais de 100 mil habitantes. Nesta primeira etapa, cerca
de 68 milhões de pessoas serão beneficiadas.
Em
Campinas, a população já conta com o Samu há oito anos.
A unidade, da Prefeitura, presta atendimento às urgências
provocadas por causas traumáticas, clínicas pediátricas,
cirúrgicas, gineco-obstetrícia e psiquiátricas no local
onde o cidadão se encontra e, se necessário, após
estabilizar a vítima, transporta-a para um serviço médico.
O Samu/Campinas
recebe 5 mil solicitações por mês e ainda realiza o
transporte de 2.500 pacientes crônicos, que, sem recursos
próprios, carecem de ser transportados para serviços de
hemodiálise, fisioterapia e quimoterapia.
De acordo
com o médico emergencista José Roberto Hansen, coordenador
do Samu, com o programa do Ministério, a Prefeitura de
Campinas vai concluir a ampliação e renovação da frota,
medidas que já estavam em andamento. "O Ministério
ainda vai custear, como prevê o programa, metade das
equipes do serviço", afirma. Atualmente a frota do
Samu é composta por 15 ambulâncias básicas e 3 UTIs.
Histórico
– No Brasil, além do Samu de Campinas, já são 15 os
Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em
funcionamento: Aracaju (SE); Araras (SP); Ribeirão Preto
(SP); São Paulo (SP); Belém (PA); Betim (MG); Belo
Horizonte (MG); Maceió (AL); Fortaleza (CE); Natal (RN);
Porto Alegre (RS); Recife (PE); Vitória da Conquista (BA);
e Região do Vale do Ribeira (SP), que através de consórcio
intermunicipal engloba 26 municípios, além da BR-116, do
trecho de Juquitiba à Barra do Turvo (divisa de SP com PR).
Atualmente, todas essas cidades financiam seus próprios
serviços.
Segundo o
Ministério da Saúde, a experiência internacional comprova
que o atendimento precoce oferecido pelas equipes do Samu
resulta em: redução da mortalidade por causas externas
(acidentes de trânsito, ferimentos por armas, quedas,
afogamentos, entre outras); diminuição dos óbitos de
infartos, doenças respiratórias, gravidez de alto risco e
recém-nascidos prematuros; atendimento humanizado aos
portadores de diferentes tipos de transtornos mentais nos
quadros de urgência.
Além da
redução de mortes e seqüelas, evita a existência de
pacientes "perambulando de porta em porta de
hospitais", sem acesso garantido, sem transporte e
cuidados adequados a suas necessidades.
Segundo José
Roberto Hansen, o Samu também auxilia na adoção de ações
intersetoriais. Se em uma esquina ocorre um grande número
de atropelamentos, a equipe de resgate identifica a
necessidade de medidas de educação para o trânsito,
melhoria de sinalização e fiscalização, por exemplo.
Em outra
frente, o Samu permite ampliar a identificação de doadores
potenciais de órgãos para transplantes, melhorar a
notificação de acidentes de trabalho e violências contra
mulheres, crianças e idosos. Se aumentar a ocorrência de
uma determinada doença transmissível, como a meningite, a
Central Samu - 192 também faz a notificação às
autoridades sanitárias precocemente, permitindo a adoção
de medidas preventivas.