Atividade
é parte do
Troca-Treco, desenvolvido
pelo Centro
de Saúde Floresta,
projeto que mereceu
destaque no
Encontro Nacional de
Agentes de Saúde
Denize Assis
e Fátima Solange
Centenas de
pessoas compareceram nesta sexta-feira, 31 de outubro, à
Escola Estadual Hugo Penteado, no Parque Floresta 3, Região
Noroeste de Campinas, para participar da segunda edição do
Troca-Treco. A atividade, promovida pelo Centro de Saúde (CS)
Floresta, consiste na troca de materiais que podem se
transformar em criadouros do mosquito da dengue como garrafas,
pneus, latas, vidros, potes e copos descartáveis por
brinquedos, cestas básicas e material escolar. Nesta edição,
foram distribuídos 600 kits de material escolar e o público
alvo foram as crianças.
A idéia do
Troca-Treco é do grupo de agentes comunitários do CS
Floresta e surgiu, segundo a agente Francisca Francilete da
Silva, com o intuito de envolver a comunidade na questão da
dengue. Ela explica que cada criadouro é classificado de
acordo com o tamanho e vale pontos com os quais a pessoa
adquire o prêmio. Exemplo: a garrafa pet vale três pontos,
cada pneu ou latinha de refrigerante vale 5 e, ao juntar 20
tampinhas de garrafa, o cidadão ganha mais 5 pontos. Ao somar
150 pontos, a pessoa tem a opção de trocar pelo kit que contém
lápis, caneta, apontador, borracha, régua, camiseta e um
caderno.
O agente
comunitário João Sestari, um dos idealizadores do projeto,
informou que os brinquedos, cestas básicas e material escolar
são doados pelos comerciantes e outros representantes da
comunidade local.
Além de
recolher os potenciais criadouros, durante a atividade os
profissionais de saúde desenvolvem ações de conscientização
em relação à doença. As pessoas são informadas sobre
sintomas, como combater o mosquito e quando procurar a equipe
de saúde. "A idéia é que estes conceitos sejam
disseminados na família e na comunidade", disse
Francisca.
A primeira
edição do Troca-Treco aconteceu em 26 de novembro de 2002,
no Campina Grande. Na ocasião foram recolhidas três
toneladas de criadouros e 234 pneus e distribuídas 70 cestas
básicas. A experiência mereceu menção honrosa no Encontro
Nacional de Agentes Comunitários de Saúde.
Para receber
seis kits de material escolar, o garoto João Paulo, de 10
anos, recolheu e levou ao Troca-Treco materiais como latas de
óleo, copinhos plásticos e garrafas. Ele disse estar feliz
com a iniciativa. "Troquei um monte de coisas que podem
criar dengue por material para a escola", afirmou. João
contou ainda que a mãe dele coloca areia nos pratos de vasos
de flores para impedir que o mosquito da dengue procrie.
O cidadão João
da Silva Nicolau, 36 anos, foi ao Troca-Treco para acompanhar
o filho e avaliou a atividade como muito importante no
controle da dengue. "É uma forma das pessoas retirarem
coisas do quintal. Todo mundo aprende e todos ganham. É mais
saúde. Seria bom se todas as cidades fizessem assim",
disse.
Levantamento
recente da Secretaria de Saúde mostra que o mosquito da
dengue muitas vezes se desenvolve no próprio quintal das
pessoas, nas vasilhas com água parada. E ainda mostra que
mais de 80% dos criadouros disponíveis para o mosquito estão
nas casas e quintais. São lotes sem capinar, cheios de
sucatas, pratos de vasas de planta, latas, garrafas, potes,
pneus e reservatórios de água entre outros.
É por isso,
segundo a psicóloga Fernanda Borges, supervisora das ações
da dengue na Prefeitura, que cada família deve cuidar do seu
quintal mantendo-o livre de qualquer recipiente que possa
acumular água. "As comunidades precisam se unir contra a
dengue", afirmou.
Os sintomas
da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza.
Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum
destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde o
mais rápido possível.