Casos suspeitos de rotavírus já somam três mil em Campinas

14/10/2004

Denize Assis

O número de casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas subiu para 3 mil de acordo com informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira, dia 14 de outubro. Não foram registradas mortes. Em Campinas, o primeiro surto da doença foi notificado em 2003, com mais de 1,2 mil casos. Não há informações sobre períodos anteriores, já que somente a partir deste ano a cidade passou a dispor de um sistema organizado de investigação de diarréias.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde de Campinas, informa que o período de incubação da diarréia por rotavírus varia de um a três dias e os principais sintomas são vômitos, febre e diarréia líquida constante, que, se não tratada, pode levar a uma grave desidratação no paciente. "O importante é evitar a desidratação para que a doença não evolua para o óbito", diz.

A transmissão. Brigina informa que os rotavírus são transmitidos por via fecal-oral, por contato de pessoa a pessoa e também por meio de água, alimentos, utensílios ou superfícies contaminadas. Outra possível via de transmissão é a respiratória, por meio de aerossóis.

O tratamento é sintomático, a partir da avaliação por meio de exame clínico que identifica o grau de desidratação causado pela doença. Se for detectada uma desidratação leve, é recomendado o uso do soro de hidratação oral na própria casa do paciente. Se for moderada, é indicado também o soro via oral, mas sob observação médica. Já em casos mais graves, é feita aplicação do soro na veia do paciente. O tratamento inclui ainda o aumento da ingestão de líquidos. "Esse tratamento foi estabelecido e padronizado pela Organização Mundial da Saúde", informa a médica sanitarista Naoko Silveira, da Vigilância em Saúde de Campinas.

A prevenção. Mãos, alimentos e objetos contaminados com fezes são as principais formas de se contrair o rotavírus. Por isso, cuidados de higiene são fundamentais para a prevenção. É preciso lavar as mãos com sabão antes e depois de ir ao banheiro. Profissionais que lidam com crianças que usam fraldas devem ter cuidados redobrados ao fazer este procedimento. Também é necessária a desinfecção de frutas e verduras.
"Mesmo que a criança esteja com diarréia, o aleitamento materno deve continuar, pois é uma das mais importantes formas de prevenção das doenças diarréicas agudas", diz Naoko.

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