Uma
das frentes de atuação é o controle da população de
morcegos, animais que também podem transmitir a doença
O aparecimento
de morcegos contaminados pela em raiva em áreas urbanas de
Campinas preocupa a Secretaria de Saúde de Campinas. As ocorrências
já desencadearam campanhas educativas e levaram o CCZ (Centro
de Controle de Zoonoses) a intensificar a busca por estes
animais na cidade. Morcegos caídos no chão mortos ou com
dificuldades de vôo podem estar doentes e transmitir a raiva.
Recentemente, a Secretaria de Saúde confirmou a doença em um
morcego encontrado caído durante o dia no Largo do Rosário.
Em 2002, 26
casos de raiva animal foram registrados em Campinas, sendo três
em morcegos e o restante em bois e cavalos. O último caso foi
confirmado, no último dia 14, em um touro da Fazenda Rio das
Pedras, localizada na área que pertence à Região Norte de
Campinas. A suspeita é de que o animal tenha sido mordido por
um morcego hematófago, que se alimenta de sangue.
Todos os outros
casos confirmados são da região Leste, da área de abrangência
do Centro de Saúde Taquaral, nos bairros Monte Belo, Bananal,
Carlos Gomes, Recanto dos Dourados e Gargantilha. Nesta
localidade, nos últimos meses, foram eliminadas 8 colônias de
morcegos hematófagos. Na área urbana, as espécies mais comuns
são as que se alimentam de insetos e de frutas e que também
podem transmitir a doença.
"Os
morcegos só vão colocar a saliva em contato com algum animal
ou com o homem no momento de morder e esta mordida é uma reação
natural, para se defender. Por isso, é importante que as
pessoas nunca manipulem morcegos", informa a veterinária
Jeanete Trigo Nasser, coordenadora do CCZ de Campinas.
A raiva animal
é uma doença sempre fatal e pode atingir o homem se ele
mantiver contato com algum animal infectado. Então, no caso de
morcegos com os sintomas, o correto é recolhê-lo com a ajuda
de uma vassoura e uma pá e entrar em contato com o CCZ ou com o
Centro de Saúde. "Somente pessoas autorizadas, com
capacitação técnica ou pré-expostas à raiva devem ter
contato com morcegos", informa o veterinário Luiz Henrique
Martinelle Ramos, da Visa (Vigilância em Saúde) do Distrito de
Saúde Leste.
Ele diz ainda
que o problema de morcegos em áreas urbanas, em prédios
principalmente, é comum nas cidades grandes com características
como as de Campinas. Se a população tiver alguma queixa neste
sentido, o correto é se informar sobre como proceder e
solicitar ajuda ao CCZ. Martinelle informa que existem alguns
artefatos, algumas formas de colocar barreiras para impedir a
entrada de morcegos nestes locais. "Também existem técnicas
de engenharia que podem ser adotadas para impedir que morcegos
tomem estes locais como abrigos", completa.
Saiba mais
sobre a raiva animal em Campinas
A raiva animal
vem avançando em Campinas desde 2000, quando foram
identificados os primeiros casos da doença em herbívoros –
bois, cavalos, porcos e ovelhas - na região de Joaquim Egídio.
Em 2001, a doença atingiu também Sousas e a área rural do
Taquaral e o município confirmou 30 casos entre bovinos, eqüinos
e morcegos.
A ocorrência
da doença em animais que convivem próximos ao ser humano
aumenta a possibilidade da doença, sempre fatal, atingir o
homem. Por isso, é importante que as pessoas informem o Centro
de Saúde ou o Escritório de Defesa Animal se algum animal
morrer com suspeita de raiva ou por outro motivo desconhecido. O
telefone do Centro de Controle de Zoonoses é 3245 1219 ou 3245
7181 ou 3245 2258.
Ocorrências
No ano passado,
uma mulher morreu de raiva no Estado de São Paulo depois de ter
sido arranhada por seu gato, que tinha atacado um morcego
infectado pelo vírus rábico.
Em campinas, o
último caso de raiva em humano ocorreu em 1981. Em gato, o último
caso ocorreu em 1999, no Parque Santa Bárbara, na Região
Norte.
O CCZ informa
que as pessoas não devem tocar animais desconhecidos, apartar
brigas ou mexer em cadelas com filhotes para evitar agressões.
Em caso de acidentes com animais, a pessoa deve procurar o
Centro de Saúde.