Equipe
estuda programas
de saúde
implantados em
Campinas e diz que
eles são modelos
Uma equipe
internacional da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)
está em Campinas, desde anteontem, com a missão de estudar
dois programas implantados na cidade pela Secretaria Municipal
de Saúde, o Paideía e o Cidade-Mãe. O médico
epidemiologista Juan Seclen Palacin, consultor da Opas, disse
ontem que Campinas, Vitória da Conquista (BA) e Curitiba (PR)
foram identificadas como as cidades brasileiras mais avançadas
tanto na atenção básica de saúde como na atenção
materno-infantil. "Nosso trabalho consiste em identificar
e analisar experiências avançadas em atenção básica e
difundir as experiências, para que outros países possam
compartilhar destes projetos", disse.
Palacin e a médica
especialista em saúde pública Gina Tambini, gerente da Opas
para a área de saúde da família e da comunidade, visitaram
ontem a Maternidade de Campinas, parceira da Secretaria de Saúde
no Cidade-Mãe, e os Centros de Saúde São Cristóvão e
Santa Lúcia, na região Sudoeste de Campinas.
Tambini disse
que a experiência de Campinas é muito positiva. " É um
trabalho muito bom e reconhecido inclusive fora do
Brasil", disse. A médica reiterou que o objetivo da Opas
é disseminar e compartilhar com outros países as experiências
positivas desenvolvidas no município.
Segundo ela,
a experiência de Campinas mostra que é possível desenvolver
o programa de saúde da família e humanizar o parto, mesmo em
cidades com mais de um milhão de habitantes. "Também
pudemos reconhecer aqui que o profissional de saúde se sente
motivado com o trabalho", afirmou Tambini.
Para o médico
Carlos Alberto Politano, presidente da Maternidade de
Campinas, a visita da Opas é fundamental porque reconhece a
importância do trabalho que a Secretaria de Saúde tem
desenvolvido, em parceria com a Maternidade, junto à
comunidade.
Cidade-Mãe
O Cidade-Mãe garante às mulheres de Campinas o direito ao pré-natal
e ao parto humanizado. Por meio do programa, as gestantes
podem fazer o exame para detecção da gravidez e
acompanhamento da gestação e preparação para o parto no
Centro de Saúde (CS) mais próximo de sua casa.
No Centro, a
gestante é acolhida e assistida por sua própria equipe de saúde,
a equipe do Paidéia – Saúde da Família. Além das
consultas, exames, medicação e, se necessário, orientações,
ela também recebe informações nas reuniões do grupo de
gestantes sobre como cuidar do bebê, a importância da
amamentação, a anticoncepção no pós-parto, como e quando
procurar o Centro de Lactação - Banco de Leite Humano de
Campinas, e demais cuidados a serem adotados nesta fase.
A gestante
também é encaminhada para conhecer a maternidade onde seu
bebê vai nascer e, no momento do nascimento, tem o direito de
estar acompanhada do seu companheiro ou de alguma outra pessoa
de sua confiança.
"Hoje a
gestante se sente mais segura ao chegar à Maternidade porque
sabe que vai usufruir de toda estrutura que propicia um
atendimento materno-infantil adequado e com um acompanhante
sempre ao seu lado", afirmou Carlos Alberto Politano.
Paidéia
amplia assistência para 150 mil famílias
O Paidéia
ampliou a assistência a saúde a 150 mil famílias de
Campinas. Desde sua implantação, em agosto de 2001, já
foram instituídas 150 equipes de saúde da família nos 46
Centros de Saúde do município. Cada equipe é composta por médico
de família, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes
comunitários de saúde. Algumas equipes ainda são ampliadas
com dentista, auxiliar e técnico de higiene dental.
Os agentes
comunitários, sempre moradores do bairro, visitam os cidadãos
das suas comunidades, identificam doenças e encaminham os
casos para as equipes que ficam nos Centros de Saúde ou nos Módulos
de Saúde da Família. O cidadão que precisa, recebe assistência
em casa.
"A gente
chega, se apresenta, informa sobre o Paidéia, explica nosso
objetivo e recolhe dados para fazer o cadastro. Também
verifica as condições de vida e se a pessoa tem alguma doença
e precisa de acompanhamento médico. Nosso primeiro contato já
desencadeia um vínculo", diz Maria do Carmo Lima, agente
comunitário. Ela faz parte da equipe Azul do Paidéia do CS São
Cristóvão.
A equipe do
Paidéia presta atendimento aos agravos de saúde e ainda atua
no combate e prevenção de doenças como tuberculose, hanseníase,
hipertensão e diabetes e para reduzir a mortalidade infantil.
Crianças, idosos e gestantes recebem atenção especial.
Órgão é
vinculado à OMS
A Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas) é um órgão internacional de
saúde pública vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS).
Seu objetivo é combater doenças, melhorar a qualidade de
vida e elevar a expectativa de vida nos países das Américas
por meio de pesquisas e trabalhos.
A Opas também
faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos
(OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU). Os
trabalhos são desenvolvidos por técnicos e cientistas que
estão espalhados por vários países do mundo. Os resultados
contribuem para o fortalecimento do setor de saúde nos países.