Por Denize
Assis
Para marcar
o Dia D Nacional de Combate à Dengue, em 29 de novembro, a
Prefeitura de Campinas promove uma programação especial
durante toda esta semana com arrastões para remoção de
criadouros do mosquito, limpeza em prédios abandonados,
atividades educativas nas escolas, nos Centros de Saúde (CSs)
e em praças públicas, além de iniciativas como o
Troca-Treco, que consiste na troca de potenciais criadouros
por brinquedos, cestas básicas e guloseimas (leia matéria
nesta página). O objetivo é alertar a sociedade sobre
a necessidade da colaboração de todos para afastar a ameaça
da doença.
Campinas
enfrenta epidemia de dengue desde 1998. Este ano foram
registradas 452 ocorrências. No ano passado, foram
confirmadas 1.462, com nove registros da forma hemorrágica,
que é mais grave e pode levar à morte.
Na última
segunda-feira, alunos das escolas que ficam na abrangência
do Centro de Saúde Vila Rica, na Região Sul, apresentaram
trabalhos no concurso ‘Chega de dengo, acabe com a
dengue’. As apresentações premiadas foram as dos colégios
Violeta Dora Lins, Celestina de Campos, Consuelo Brandão,
Washington José de Lacerda Ortiz e Carlos Francisco de
Paula.
Durante a
preparação para o concurso, os alunos aprenderam sobre
dengue, os perigos da doença e como combater o mosquito Aedes
aegypti. As aulas foram ministradas pelos agentes
comunitários de saúde, supervisores de dengue e por outros
profissionais das equipes do Centro de Saúde Vila Rica com
apoio da Secretaria Municipal de Educação.
Em várias
escolas da cidade, aulas que explicam os sintomas e as
formas de evitar a doença foram incluídas no currículo
desta semana. A dengue virou tema de gincanas e de muitos
outros motivos para brincar. Nas atividades, o mosquito
transmissor da dengue é o vilão. Ganha o jogo que
conseguir eliminá-lo.
Professores
também receberam subsídios da Secretaria de Saúde para
que tenham meios de conscientizar seus alunos trabalhando
para que eles divulguem, dentro das suas casas e na
comunidade, os meios de prevenir a dengue.
A ajuda de
professores e alunos chega num bom momento, segundo a psicóloga
Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue na
Prefeitura, pois é nestes meses de calor e chuva que o
mosquito encontra no meio ambiente as condições ideais
para proliferar. "É uma época em que há acúmulo de
água nos criadouros e, assim, os insetos encontram as condições
favoráveis para se reproduzir", explica Fernanda.
Na Região
Leste, também na última segunda, equipes da Secretaria de
Saúde retiraram mais de duas toneladas de entulhos e outros
materiais que podem servir para procriação de mosquito em
um terreno na esquina das ruas Hércules Florence e Falcão
Filho. A área abriga a fundação de um edifício da falida
Construtora Encol.
Os
trabalhos foram realizados por ajudantes de controle
ambiental, técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)
e contaram com apoio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos.
A equipe
prosseguiu com os trabalhos também na última terça, 25,
numa outra construção abandonada desta vez na rua Luiz de
Queiroz, no Botafogo.
No Largo do
Rosário, na segunda-feira, estandes com material educativo,
maquetes e situações que exemplificam o que é certo e o
que é errado com relação à dengue foram expostas em duas
barracas para conscientizar os pedestres.
"A
Prefeitura de Campinas, em parceria com o Ministério da Saúde,
quer dar ênfase para a data que marca o dia nacional contra
a doença", disse Fernanda Borges. Ela informa que as ações
já vêm sendo realizadas constantemente e diariamente em
Campinas. "Estas atividades que estão sendo realizadas
no período que antecede a estação das chuvas visa reduzir
de maneira significativa a oferta de criadouros do mosquito
para que nós possamos enfrentar o próximo verão com um número
ainda menor de casos do que o que foi registrado neste
2003", disse.
Centros de
Saúde realizam ‘Troca-Treco’
Dentro da
programação para o Dia D Nacional contra a Dengue, o
Centro de Saúde Florence e o Módulo de Saúde da Família
do Campina Grande, localizados na Região Noroeste da
cidade, promovem atividades Troca-Treco, que consiste na
troca de materiais que podem se transformar em criadouros do
mosquito da dengue como garrafas, pneus, latas, vidros,
potes e copos descartáveis por brinquedos, cestas básicas
e guloseimas.
O
Troca-Treco do Campina Grande aconteceu das 8h à 14h30
desta quarta-feira. Na atividade, foram distribuídas 36
cestas básicas e brinquedos variados. A agente comunitária
de saúde Kellye Cristine Cônsulo explicou que cada
criadouro é classificado de acordo com o tamanho e vale
pontos com os quais a pessoa adquire o prêmio.
Os
brinquedos, cestas básicas e outros materiais foram doados
pela Secretaria de Promoção Social, pelos próprios
funcionários dos serviços e por representantes da
comunidade local, segundo informou a agente.
Além de
recolher os potenciais criadouros, durante a atividade os
profissionais de saúde desenvolvem ações de conscientização
em relação à doença. As pessoas são informadas sobre
sintomas, como combater o mosquito e quando procurar a
equipe de saúde. "A idéia é que estes conceitos
sejam disseminados na família e na comunidade", disse
Kellye.
No CS
Aeroporto, na Região Sudoeste, o Troca-Treco ocorre nesta
quinta, 27, e sexta, 28. As equipes de saúde vão dar
cachepôs em troca de pratos de vasos de violeta. A idéia
é eliminar o prato que pode acumular água e, portanto,
consiste em potencial criadouro, pelo recipiente que
desempenha a mesma função mas que, por ser justaposto ao
vaso, elimina o risco para a dengue.
Os cachepôs
foram confeccionados a partir de garrafas pet por usuários
do Centro de Convivência Tear das Artes e por grupos de usuários
e por funcionários do próprio Centro de Saúde.
No CS
Florence, o Troca-Treco ocorre no sábado, a partir das 9h,
e o alvo principal da atividade são as crianças. Na
oportunidade, elas vão poder conhecer, por meio de exposições,
o ciclo de vida do mosquito da dengue, o Aedes aegypti.
As equipes vão apresentar um kit com ovo, larva, pupa e o
mosquito na fase adulta, além de larvas vivas.
As crianças
vão receber também folhetos educativos com dicas sobre
como fazer limpeza de caixas d’água e eliminar
criadouros.
No quintal.
Levantamento recente da Secretaria de Saúde mostra que o
mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio
quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada. E ainda
mostra que mais de 80% dos criadouros disponíveis para o
mosquito estão nas casas e quintais. São lotes sem
capinar, cheios de sucatas, pratos de vasas de planta,
latas, garrafas, potes, pneus e reservatórios de água
entre outros.
É por
isso, segundo a psicóloga Fernanda Borges, supervisora das
ações da dengue na Prefeitura, que cada família deve
cuidar do seu quintal mantendo-o livre de qualquer
recipiente que possa acumular água. "As comunidades
precisam se unir contra a dengue", afirmou.
Os sintomas
da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza.
Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum
destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde o
mais rápido possível.