Campinas promove atividades para marcar Dia Nacional Contra a Dengue

25/11/2003

Por Denize Assis

Para marcar o Dia D Nacional de Combate à Dengue, em 29 de novembro, a Prefeitura de Campinas promove uma programação especial durante toda esta semana com arrastões para remoção de criadouros do mosquito, limpeza em prédios abandonados, atividades educativas nas escolas, nos Centros de Saúde (CSs) e em praças públicas, além de iniciativas como o Troca-Treco, que consiste na troca de potenciais criadouros por brinquedos, cestas básicas e guloseimas (leia matéria nesta página). O objetivo é alertar a sociedade sobre a necessidade da colaboração de todos para afastar a ameaça da doença.

Campinas enfrenta epidemia de dengue desde 1998. Este ano foram registradas 452 ocorrências. No ano passado, foram confirmadas 1.462, com nove registros da forma hemorrágica, que é mais grave e pode levar à morte.

Na última segunda-feira, alunos das escolas que ficam na abrangência do Centro de Saúde Vila Rica, na Região Sul, apresentaram trabalhos no concurso ‘Chega de dengo, acabe com a dengue’. As apresentações premiadas foram as dos colégios Violeta Dora Lins, Celestina de Campos, Consuelo Brandão, Washington José de Lacerda Ortiz e Carlos Francisco de Paula.

Durante a preparação para o concurso, os alunos aprenderam sobre dengue, os perigos da doença e como combater o mosquito Aedes aegypti. As aulas foram ministradas pelos agentes comunitários de saúde, supervisores de dengue e por outros profissionais das equipes do Centro de Saúde Vila Rica com apoio da Secretaria Municipal de Educação.

Em várias escolas da cidade, aulas que explicam os sintomas e as formas de evitar a doença foram incluídas no currículo desta semana. A dengue virou tema de gincanas e de muitos outros motivos para brincar. Nas atividades, o mosquito transmissor da dengue é o vilão. Ganha o jogo que conseguir eliminá-lo.

Professores também receberam subsídios da Secretaria de Saúde para que tenham meios de conscientizar seus alunos trabalhando para que eles divulguem, dentro das suas casas e na comunidade, os meios de prevenir a dengue.

A ajuda de professores e alunos chega num bom momento, segundo a psicóloga Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue na Prefeitura, pois é nestes meses de calor e chuva que o mosquito encontra no meio ambiente as condições ideais para proliferar. "É uma época em que há acúmulo de água nos criadouros e, assim, os insetos encontram as condições favoráveis para se reproduzir", explica Fernanda.

Na Região Leste, também na última segunda, equipes da Secretaria de Saúde retiraram mais de duas toneladas de entulhos e outros materiais que podem servir para procriação de mosquito em um terreno na esquina das ruas Hércules Florence e Falcão Filho. A área abriga a fundação de um edifício da falida Construtora Encol.

Os trabalhos foram realizados por ajudantes de controle ambiental, técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e contaram com apoio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos.

A equipe prosseguiu com os trabalhos também na última terça, 25, numa outra construção abandonada desta vez na rua Luiz de Queiroz, no Botafogo.

No Largo do Rosário, na segunda-feira, estandes com material educativo, maquetes e situações que exemplificam o que é certo e o que é errado com relação à dengue foram expostas em duas barracas para conscientizar os pedestres.

"A Prefeitura de Campinas, em parceria com o Ministério da Saúde, quer dar ênfase para a data que marca o dia nacional contra a doença", disse Fernanda Borges. Ela informa que as ações já vêm sendo realizadas constantemente e diariamente em Campinas. "Estas atividades que estão sendo realizadas no período que antecede a estação das chuvas visa reduzir de maneira significativa a oferta de criadouros do mosquito para que nós possamos enfrentar o próximo verão com um número ainda menor de casos do que o que foi registrado neste 2003", disse.

Centros de Saúde realizam ‘Troca-Treco’

Dentro da programação para o Dia D Nacional contra a Dengue, o Centro de Saúde Florence e o Módulo de Saúde da Família do Campina Grande, localizados na Região Noroeste da cidade, promovem atividades Troca-Treco, que consiste na troca de materiais que podem se transformar em criadouros do mosquito da dengue como garrafas, pneus, latas, vidros, potes e copos descartáveis por brinquedos, cestas básicas e guloseimas.

O Troca-Treco do Campina Grande aconteceu das 8h à 14h30 desta quarta-feira. Na atividade, foram distribuídas 36 cestas básicas e brinquedos variados. A agente comunitária de saúde Kellye Cristine Cônsulo explicou que cada criadouro é classificado de acordo com o tamanho e vale pontos com os quais a pessoa adquire o prêmio.

Os brinquedos, cestas básicas e outros materiais foram doados pela Secretaria de Promoção Social, pelos próprios funcionários dos serviços e por representantes da comunidade local, segundo informou a agente.

Além de recolher os potenciais criadouros, durante a atividade os profissionais de saúde desenvolvem ações de conscientização em relação à doença. As pessoas são informadas sobre sintomas, como combater o mosquito e quando procurar a equipe de saúde. "A idéia é que estes conceitos sejam disseminados na família e na comunidade", disse Kellye.

No CS Aeroporto, na Região Sudoeste, o Troca-Treco ocorre nesta quinta, 27, e sexta, 28. As equipes de saúde vão dar cachepôs em troca de pratos de vasos de violeta. A idéia é eliminar o prato que pode acumular água e, portanto, consiste em potencial criadouro, pelo recipiente que desempenha a mesma função mas que, por ser justaposto ao vaso, elimina o risco para a dengue.

Os cachepôs foram confeccionados a partir de garrafas pet por usuários do Centro de Convivência Tear das Artes e por grupos de usuários e por funcionários do próprio Centro de Saúde.

No CS Florence, o Troca-Treco ocorre no sábado, a partir das 9h, e o alvo principal da atividade são as crianças. Na oportunidade, elas vão poder conhecer, por meio de exposições, o ciclo de vida do mosquito da dengue, o Aedes aegypti. As equipes vão apresentar um kit com ovo, larva, pupa e o mosquito na fase adulta, além de larvas vivas.

As crianças vão receber também folhetos educativos com dicas sobre como fazer limpeza de caixas d’água e eliminar criadouros.

No quintal. Levantamento recente da Secretaria de Saúde mostra que o mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada. E ainda mostra que mais de 80% dos criadouros disponíveis para o mosquito estão nas casas e quintais. São lotes sem capinar, cheios de sucatas, pratos de vasas de planta, latas, garrafas, potes, pneus e reservatórios de água entre outros.

É por isso, segundo a psicóloga Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue na Prefeitura, que cada família deve cuidar do seu quintal mantendo-o livre de qualquer recipiente que possa acumular água. "As comunidades precisam se unir contra a dengue", afirmou.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde o mais rápido possível.

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