Troca-treco e ações educativas encerram programação do Dia Nacional de Combate à Dengue em Campinas

27/11/2003

Denize Assis

No Dia Nacional de Combate à Dengue, que acontece neste sábado, 29 de novembro, a Prefeitura de Campinas promove uma grande operação troca-treco no Parque Valença, na Região Noroeste da cidade, e atividades educativas no Centro de Saúde Carvalho de Moura, Região Sul, e no Shopping Unimart. A ações encerram a programação da Secretaria de Saúde desenvolvida desde segunda-feira em toda cidade para alertar a população sobre a necessidade do combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença.

Desde a última segunda-feira, a Prefeitura tem agitado as cinco regiões de subdivisão do município com as mais diferentes formas de manifestações para chamar a atenção para a questão da dengue. Nas escolas, os sintomas e as formas de evitar a doença passaram a fazer parte do currículo e a dengue virou tema de gincanas, concursos, teatros de fantoches, palestras e de muitos motivos para brincar.

Agentes comunitários e outros profissionais de saúde estão alertando sobre os perigos da doença em toda cidade. Foram promovidos arrastões em vários locais e limpeza em prédios abandonados para remoção de criadouros. É Campinas mobilizada para impedir a entrada de uma nova epidemia.

A cidade notificou em 2003, até ontem, 452 casos de dengue, o que representa redução de 70% em relação ao total registrado em 2002, quando foram confirmados 1.462 casos, dentre eles nove registros da forma hemorrágica, que pode levar à morte.

A coordenadora das ações preventivas da dengue na Prefeitura, a psicóloga Fernanda Borges, explica que este sábado é uma data que dá ênfase para o combate à dengue. No entanto, ela alerta aos campineiros que não é preciso esperar pelo Dia Nacional de Combate para que eles se certifiquem de que não estão criando em casa o mosquito transmissor da doença.

"É necessário tomar providências diariamente. Até pequenos objetos podem servir de criadouros. Na época de chuva, por exemplo, uma tampinha de garrafa pode servir como local de reprodução do mosquito", alerta Fernanda. E, segundo ela, basta somente um pouco de boa vontade e atenção para transformar o ambiente em um local livre de dengue. "São medidas simples como ajustar pratos aos vasos, manter garrafas de cabeça para baixo, pneus cobertos, lixos e cisternas tampados e a caixa d’água limpa e bem vedada", reforça.

A Secretaria de Saúde de Campinas também quer fazer da semana que marca o Dia Nacional de Combate à Dengue uma oportunidade para sensibilizar e incentivar os profissionais de saúde do município para que suspeitem da doença e investiguem todo caso de febre a esclarecer acompanhada ou não de outros sintomas como dor de cabeça, dores musculares e no corpo, dor atrás dos olhos e manchas na pele (exantemas).

De acordo com dados atualizados na última quinta-feira, 27, pela Vigilância Epidemiológica Municipal, em novembro foram notificados apenas 41 casos suspeitos de dengue em Campinas. Este é o menor número de suspeitos registrados este ano. No mesmo período de 2002, foram 210.

Segundo a equipe da Vigilância Sanitária, isto aumenta a chance de que algum caso ocorra sem ser diagnosticado o que pode trazer várias conseqüências como a ocorrência de novos surtos ou de casos de graves da doença.

"Por isso é importante que as equipes de saúde pensem em dengue e investiguem e notifiquem os casos para a Vigilância Epidemiológica. A detecção precoce dos casos é fundamental para a adoção de medidas de controle e para impedir a proliferação da doença", explica a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Secretaria de Saúde de Campinas.

Segundo Brigina, embora o município enfrente epidemia de dengue desde 1998, a doença está sob controle. "No entanto, para mantermos esta situação é necessário que o sistema de saúde seja ágil e identifique rapidamente os casos", disse a enfermeira.

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