Bairro
registra um
dos mais altos
índices de desnutrição
infantil de
Campinas
Por Sílvio
Anunciação
O projeto
Hortas Comunitárias Residenciais, parceria entre
Prefeitura, comunidade e entidades, iniciou o trabalho de
implantação de 150 hortas no bairro Campina Grande, com a
participação direta de mais de 150 famílias da região. O
projeto, instalado parcialmente há quatro meses no bairro,
pretende oferecer aos moradores e suas famílias a
possibilidade de melhorar não só a qualidade da alimentação
diária, mas também complementar a renda familiar com a
venda da produção excedente. O Campina Grande, localizado
na região Noroeste, é um dos bairros mais populosos e
carentes da cidade e possui altos índices de desnutrição
infantil, segundo dados dos serviços de saúde da região.
Inicialmente,
o projeto surgiu como iniciativa do agente comunitário de
saúde João Cestari do Posto de Saúde da Família do
Campina Grande (PSF) e foi iniciado quando o agente montou
uma pequena horta nos fundos do próprio posto. Atualmente o
projeto, que rapidamente chamou a atenção da comunidade
atendida no posto, foi ampliado e já começou a formar dez
grupos de famílias. Cada família será responsável pela
implantação de uma horta e o projeto todo prevê a formação
de 150 famílias do bairro.
Grande
horta.
"Nossa idéia é que essas hortas comunitárias
residenciais despertem na população o desejo de instalar
uma grande horta comunitária no bairro, que complemente a
renda destas famílias", explica João Cestari. Para
isso, o projeto conta com uma série de colaborações
intersetoriais, entre elas o Posto de Saúde da Família de
Campina Grande, o Coordenadoria Regional de Assistência
Social Noroeste, o Distrito de Saúde Noroeste, a Administração
Regional 13, além de Estagiários de Nutrição da Pontifícia
Universidade Católica (PUC-Campinas), do Departamento de
Parques e Jardins (DPJ) e do Sindicato Rural de Campinas.
As hortas
comunitárias residenciais são alternativas baratas e
eficientes para uma população que, segundo o Posto de Saúde
da Família do bairro, possui altas taxas de carência
nutricional e doenças relacionadas à subnutrição.
"O bairro tem um dos maiores índices de desnutrição
infantil. Então começamos a reunir essas famílias para
entregar a cesta básica e destacar, sempre, a importância
de ter uma horta em casa. O pessoal dizia, porém, que a
terra era fraca e era muito difícil plantar qualquer coisa.
Daí eu fiz a horta no Centro de Saúde o que despertou
interesse da população do bairro", explica João.
Funcionamento.
O projeto de Hortas Comunitárias Residenciais será
desenvolvido em etapas. Na primeira etapa, serão formados
grupos de dez famílias, cada um deles responsável por 15
horta. O primeiro grupo, já formado, implantou 13 hortas.
Outras famílias interessadas em formar novos grupos estão
sendo cadastradas.
A intenção
é de que as famílias que queiram participar do projeto façam
inscrição em formulário próprio e se disponham a
realizar as atividades de plantio e colheita das verduras e
legumes. O projeto prevê ainda visitas domiciliares nas
casas das famílias e uma reunião mensal sócio-educativa
para discutir assuntos de interesse do grupo.
"Pretendemos envolver toda a comunidade em projetos que
visem a busca de formas alternativas para suprir a carência
nutricional das famílias e propicie geração de trabalho e
renda. Para isso contamos com o apoio técnico de algumas
entidades e diversas secretarias da Prefeitura de
Campinas", ressalta Cestari.
Trabalho
e renda. Além
de melhorar a alimentação, principalmente das crianças, o
projeto busca uma série de outras alternativas para a
comunidade. Entre elas, a geração de trabalho e renda, o
envolvimento e a participação social em grupo e a discussão
ambiental sobre a importância do desenvolvimento sustentável.
"O objetivo final desse projeto é a formação de uma
grande horta comunitária que permita geração de renda
para a população do bairro", explica João Cestari.