Atuação do Centro de
Saúde do Jardim Itatinga com a sociedade civil
organizada, o projeto Grupo Permanente de Prevenção e
Ações Intersetoriais em Doenças Sexualmente
Transmissíveis e Aids (GPPAI) envolve profissionais da
rede pública com a própria população atendida no local.
É um projeto de prevenção
à aids e às doenças sexualmente transmissíveis
desenvolvido com recursos pactuados através do Plano de
Ações e Metas (PAM) do Programa Municipal de DST/Aids da
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de
Campinas.
Em Belo Horizonte,
durante o 6º Congresso Brasileiro de Prevenção às DST/Aids,
que será realizado em novembro, em iniciativa do
Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, o
projeto será apresentado aos participantes de todo o
Brasil e da comunidade internacional.
O grupo atua desde 2005
em diversas ações junto à comunidade do Jardim Itatinga,
localizado à região Sudoeste de Campinas. O conjunto
de atividades do GPPAI inclui ações de educação e
comunicação social para redução da vulnerabilidade da
população local, e freqüentadores do bairro, às dst e ao
hiv/aids.
Este projeto surgiu a
partir da necessidade de um atendimento específico para
as travestis e com a participação do CS Itatinga na
elaboração do plano de ações e metas de 2005, quando o
projeto recebeu mais recursos –materiais educativos,
equipamentos como videocassete e ainda processos de
educação permanente junto aos profissionais e equipes
especializadas em DST/aids.
O público adolescente,
por exemplo, foi foco de um evento para dar visibilidade
às práticas relacionadas à prevenção às dst/aids no
Centro de Saúde do Jardim Itatinga, dia 27 de setembro
de 2006, entre 9h e 16h. Ações de educação e comunicação
social foram realizadas pela equipe do Centro de Saúde
do Itatinga e ongs no evento que teve o tema:
"Diversidade Sexual, DST/Aids e Adolescência".
Palestras, atividades em
grupo e performances artísticas e culturais, como teatro
e apresentações musicais foram realizadas com quatro
organizações de Campinas: Ação Artística para
Desenvolvimento Comunitário (Acadec), E-Jovem, Grupo
Identidade e SOS Adolescente. Acadec, Identidade e SOS
Adolescente são parceiras do Programa DST/Aids.
O Centro de Referência de
Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Bissexuais
(GLTTB) de Campinas também participou, com uma palestra
sobre identidade sexual e cidadania. Equipes do Programa
de Redução de Danos (PRD) do Centro de Referência do PM
DST/Aids, para usuários de drogas, e a Vigilância em
Saúde (Visa) do Distrito Sudoeste também participaram do
dia de atividades de prevenção no Jardim Itatinga.
Inserida no GPPAI, a
atividade contou, entre outras coisas, com a "Barraca da
Dadá", uma unidade móvel de prevenção às dst e aids.
Dentro dela, próteses para demonstração do uso de
preservativos, seringas descartáveis, material educativo
sobre planejamento familiar, folhetos etc. A cesta de
prevenção é apresentada por profissionais do Centro de
Saúde e parceiros da comunidade local devidamente
capacitados.
Segundo a coordenadora do
CS Itatinga, Zeliete Zambon, as atividades estão
inseridas no projeto GPPAI, formado pela equipe da
unidade de saúde e pela sociedade civil organizada, o
que inclui a comunidade do Jardim Itatinga. Trata-se de
uma série de atividades que são realizadas desde 2005
com recursos pactuados através do Plano de Ações e Metas
(PAM) do Programa DST/Aids de Campinas.
O grupo realizou em 2005
o evento "Prevenção de DSTs e Aids na Diversidade
Sexual", promovido em parceira com o Grupo Identidade,
uma organização não-governamental (ONG) de ação em favor
da cidadania de lésbicas, gays, travestis, transexuais e
bissexuais (LGTB).
Com a realização do
encontro, no próprio centro de saúde, desde estudantes
da rede pública, profissionais de saúde e profissionais
do sexo participaram de um conjunto de ações educativas.
O evento contou com várias atividades simultâneas, como
as de expressão corporal, dinâmicas que tratam da
auto-estima, oficinas educativas, palestras etc.
"Eu Sou Mais Eu", por
exemplo, é um espaço reservado dentro da unidade em que
uma médica ginecologista ministra aulas voltadas à
saúde, com ênfase nas questões que envolvem as vidas das
pessoas que trabalham como profissionais do sexo.
O incentivo ao uso do
preservativo nas relações sexuais continua atual e
necessário. É por isso que trabalhadores da rede pública
de saúde e seus parceiros na sociedade civil organizada
buscam veicular mensagens que contrapõem a idéia de
prejuízo ao prazer sexual nas relações com uso de
camisinha.
O Centro de Saúde do
Jardim Itatinga realizou em 2006 uma atividade
relacionada a um desfile de Carnaval diferenciado, pelas
ruas do bairro, durante a tarde da sexta-feira, dia 24
de fevereiro.
Objetivo: Aproveitar o
período do Carnaval para, além de incentivar o uso do
preservativo nas relações sexuais, tanto entre a
população local como freqüentadores do bairro, ampliar a
visibilidade do atendimento oferecido aos moradores e
trabalhadores daquela região.
Foi o terceiro ano
consecutivo em que o Centro de Saúde realizou o evento.
Foi a primeira vez, no entanto, que o trabalho ganhou
reforço como a participação da ong Centro de Estudos e
Promoção da Mulher Marginalizada (Ceprom), agentes da
rede pública municipal de saúde e membros da comunidade
local.
A atividade contou com a
realização de um desfile pelas ruas do bairro e a
distribuição de um kit contendo camisinhas, material
informativo e uma bala, junto de um folheto com a
seguinte mensagem: "A bala você pode chupar sem casca",
reforçando o uso dos preservativos em todas as formas de
relação sexual.
O desfile ocorreu durante
a tarde e começou no Centro de Saúde, localizado à Rua
Caiua, número 218. Em seguida, por volta de 14 horas, as
equipes saíram às ruas para entrega dos kits pelas ruas
do bairro, acompanhados de uma banda formada com apoio
do Ceprom, junto à comunidade. O objetivo, segundo o CS,
é formar um bloco carnavalesco. As atividades da UBS
Itatinga terminam no início da noite. Normalmente o CS
Itatinga funciona das 8 às 16 horas, de segunda a
sexta-feira.
"Analisando o histórico
de nossas ações de prevenção, é possível verificar que
as ações estão se tornando mais amplas e ao mesmo tempo
mais complexas, com relação à abrangência das populações
mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis,
ao HIV e à Aids", disse Zeliete que é médica
especialista em família e comunidade.
Na Barraca da Dadá, no
Acolhimento do Centro de Saúde, na recepção do CS, nas
análises das notificações, nas conversas com as
comunidades, são colhidas informações, são
compartilhados problemas e conquistas, são tiradas as
dúvidas, são apontadas novas questões no espaço de
atuação, como cuidados específicos com DSTs como o HPV
(vírus que provoca o condiloma), pois trata-se de uma
patologia que pode ser transmitida somente com a fricção
da pele ou dos órgãos genitais.
É um espaço para coleta
de dados, conversas, debates e esclarecimento de
dúvidas. E o projeto vai longe: Um dos planos é criar um
cine clube no local.
(Eli Fernandes – 01
de novembro de 2006, da Assessoria de Imprensa do
Programa Municipal de DST/Aids de Campinas -
comunicaids@gmail.com
)