Caminhada pelo Dia Mundial do Diabetes reúne mais de 300 na Lagoa do Taquaral

14/11/2007

Autor: Denize Assis

Além da caminhada, para marcar data, em Campinas ficarão iluminadas com a cor azul, até domingo, a Torre do Castelo, a Caravela da Lagoa do Taquaral e o Paço Municipal

Mais de 300 pessoas portadoras de diabetes participaram na manhã desta quarta-feira, dia 14 de novembro, de uma caminhada na Lagoa do Taquaral, no Parque Portugal. A atividade é uma das ações programadas para marcar em Campinas o Dia Mundial do Diabetes que, este ano, tem como tema ‘Diabetes em Crianças e Adolescentes’.

A caminhada foi conduzida pelo secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, e pelo vice-presidente da SBD, Walter Minicucci. Também participaram os médicos Maria Fernanda Haddad, coordenadora municipal da Saúde da Criança e do Adolescente; Rogério Araújo, coordenador municipal da Saúde do Adulto; e William Hyppólito Ferreira, Coordenador Municipal da Saúde Integrativa.

Após a caminhada foi servido um café da manhã no Ginásio de Esportes, com refeição apropriada para portadores de diabetes. A atividade foi organizada pela Secretaria de Saúde, em parceria com a SBD, e com apoio das secretarias municipais de Cultura, Esportes e Lazer; Infra-estrutura, por meio do Departamento de Parques e Jardins; Transportes, por meio da Emdec, Transurc e Cooperativas do Sistema Alternativo de Transporte; e parceiros.

A dona de casa Rosemeire Bezerra Telles, de 31 anos, moradora do Jardim Campo Belo I e sua filha Tainá Bezerra teles, de 10 anos, estavam entre as centenas de participantes da caminhada. Rosemeire contou que seus hábitos de vida tiveram que ser adequados nos últimos três meses, depois que ela descobriu ser portadora da doença.

“Comecei a ficar cega. Passei mal e resolvi procurar o Centro de Saúde São Domingos, onde foi feito o diagnóstico. Minha diabetes estava em 600. Primeiro levei um choque, entrei até em depressão. Passado o susto, sob orientação da equipe de saúde, comecei a tomar medicação, mudei a dieta, tirei o açúcar e a massa, e passei a fazer caminhar. Agora estou bem, minha glicemia tá controlada. Gostei muito da caminhada e aprendi mais sobre a doença”, disse Rosemeire.

Maria Aparecida Petito Dias, de 83 anos, também integrou o grupo da caminhada. Moradora do Jardim Santa Genebra, na região leste de Campinas, dona Maria contou como conseguiu conviver nos últimos 20 anos com o diabetes tendo uma vida muito próxima do normal e sem complicações de saúde.

“Procuro me cuidar: não como açúcar, faço exercícios e tomo a medicação. É necessário se conscientizar de que é preciso seguir uma dieta adequada e se exercitar. Assim dá para conviver sem maiores problemas com esta doença. Participo do grupo da 3ª idade no Centro de Saúde Costa e Silva. Foi por meio deles que cheguei aqui. Achei este evento maravilhoso”, disse Maria Aparecida.

O médico endocrinologista Walter Minicucci, vice-presidente da SBD, afirmou que o Dia Mundial do Diabetes foi idealizado para chamar a atenção dos governos e da população a respeito da gravidade do problema.

A doença é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma epidemia mundial; e, junto com a hipertensão, é a doença que mais mata no Brasil. É também a principal causa de internações, por complicações como doença cardiovascular, diálise por insuficiência renal crônica e amputações de membros inferiores.

Mas, segundo Minicucci, ninguém precisa perder um dedo, um olho, sentar numa cadeira de rodas ou se submeter à diálise porque tem diabetes. “Com diagnóstico precoce e acompanhamento e tratamento adequados é possível evitar, diminuir e postergar as complicações da doença e ter uma vida quase normal”, disse Minicucci. Exemplo disso é o caso de dona Aparecida Petito Dias, citado acima.

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, informou que a Secretaria de Saúde e o Ministério da Saúde investe significativamente no tratamento do diabetes e da hipertensão, mas também destaca a importância da prevenção e da promoção da saúde. “É fundamental a adoção de hábitos saudáveis, como atividade física e uma alimentação balanceada. Todos os postos de saúde da rede pública estão disponíveis para a realização de exames diagnóstico”, disse.

O Ministério da Saúde estima em 6 milhões o número de portadores da doença no país. Desse total, metade sabe que tem a enfermidade e é tratada pelo SUS: os medicamentos de uso oral (Glibenclamida, Metformina e Glicasida) são comprados por estados e municípios com recursos do Ministério da Saúde e distribuídos a 2,6 milhões de pessoas.

A insulina NPH, por sua vez, é comprada diretamente pelo ministério e enviada a cerca de 380 mil portadores da doença. No caso dos medicamentos de uso oral, o Ministério da Saúde gasta o equivalente a R$ 1,15 per capita por ano. Com relação à insulina NPH, são distribuídos mensalmente 900 mil frascos ao custo unitário de R$ 9,18.

Tudo azul. Além da caminhada, para marcar o Dia Mundial do Diabetes, em Campinas ficarão iluminadas até domingo, dia 18, com a cor azul a Torre do Castelo, a Caravela da Lagoa do Taquaral e o Paço Municipal. O azul é a cor símbolo sugerida para o Dia Mundial do Diabetes de 2007 pela International Diabetes Federation (IDF) e adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Cidades espalhadas por todos os continentes da terra vão iluminar seus monumentos.

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela IDF em parceria com a OMS, em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo.

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