Cães
e gatos serão vacinados nesta quinta-feira. Pessoas também
foram encaminhadas para tratamento. Medida é necessária porque
mais um caso de raiva animal foi confirmado no local
Equipes do CCZ
(Centro do Controle de Zoonoses) da Secretaria de Saúde de
Campinas promovem nesta quinta-feira, 19 de dezembro, vacinação
em cães e gatos num raio de 500 metros nas imediações de uma
Chácara do bairro Bananal, na região Leste de Campinas. A
medida, chamada tecnicamente de bloqueio, está sendo adotada
porque o Instituto Pasteur, de São Paulo, confirmou nesta terça-feira
um caso de raiva em cavalo na propriedade, localizada no número
25 da rua 2.
O Centro de Saúde
do Taquaral, responsável pela área do Bananal, encaminhou doze
pessoas que tiveram contato com o animal para o HC (Hospital de
Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para
tratamento de pós-exposição – que pode ser sorovacinação
ou a vacinação conforme o grau de contato.
Desde janeiro
de 2002, 25 casos de raiva em herbívoros foram registrados no
município, a maioria deles em animais da área rural do
Taquaral, nos bairros Campo Belo, Bananal, Carlos Gomes, Recanto
dos Dourados e Gargantilha. Também foram confirmados dois casos
em morcegos.
A raiva animal
tem avançado na cidade desde 2000, quando foram notificados os
primeiros casos em herbívoros – bovinos, eqüinos, suínos e
ovinos - na área de Joaquim Egídio, região Leste de Campinas.
Em 2001, a doença atingiu também Sousas e a área rural do
Taquaral e o município confirmou 30 casos entre bovinos, eqüinos
e morcegos.
A ocorrência
da doença em animais que convivem próximos ao ser humano
aumenta a possibilidade da doença, sempre fatal, atingir o
homem. Por isso, é importante que as pessoas informem o CCZ, o
Centro de Saúde ou o Escritório de Defesa Animal se algum
animal morrer com suspeita de raiva ou por outro motivo
desconhecido. As pessoas não devem manter contato com o animal
suspeito de raiva.
O controle da
raiva dos herbívoros deve ser feito por meio de vacinação dos
rebanhos e do controle da população de morcegos. A vacinação
em animais de grande porte é de responsabilidade do proprietário.
Em áreas onde ocorrem muitos casos – epizootia - a revacinação
é obrigatória e deve ser feita a cada seis meses.
Outra medida
importante no controle da raiva é a vacinação de cães e
gatos. Em Campinas, a Prefeitura promove campanha de vacinação
contra a raiva para estes animais todo ano. Além disso, o
Centro de Controle de Zoonoses mantém a vacinação durante
todo ano. As doses são gratuitas.
Também é
importante que a população contribua para diminuir o número
de animais abandonados que perambulam pelas ruas da cidade e
evite crias indesejáveis. As crias podem ser evitadas prendendo
a fêmea no cio ou por meio da castração.
Morcegos
Para combater a
raiva em Campinas, a Secretaria de Saúde também tem
intensificado o controle das colônias de morcego, principal
transmissor da doença. Somente na região rural do Taquaral,
neste ano, já foram eliminadas 9 colônias de morcegos hematófagos
– que se alimentam de sangue. Na área urbana, as espécies
mais comuns são as que se alimentam de insetos e de frutas e
que também podem transmitir a raiva.
"Os
morcegos só vão colocar a saliva em contato com algum animal
ou com o homem no momento de morder e esta mordida é uma reação
natural, para se defender. Por isso, é importante que as
pessoas nunca manipulem morcegos", informa a veterinária
Jeanete Trigo Nasser, coordenadora do CCZ de Campinas. O vírus
da doença é transmitido por meio do contato com a saliva do
animal doente.
A raiva animal
é uma doença sempre fatal e pode atingir o homem se ele
mantiver contato com algum animal infectado. Então, no caso de
morcegos com os sintomas, o correto é recolhê-lo com a ajuda
de uma vassoura e uma pá e entrar em contato com o CCZ ou com o
Centro de Saúde. "Somente pessoas autorizadas, com
capacitação técnica ou pré-expostas à raiva devem ter
contato com morcegos", informa o veterinário Luiz Henrique
Martinelle Ramos, da Visa (Vigilância em Saúde) do Distrito de
Saúde Leste.
Ele diz ainda
que o problema de morcegos em áreas urbanas, em prédios
principalmente, é comum nas cidades grandes com características
como as de Campinas. Se a população tiver alguma queixa neste
sentido, o correto é se informar sobre como proceder e
solicitar ajuda ao CCZ. Martinelle informa que existem alguns
artefatos, algumas formas de colocar barreiras para impedir a
entrada de morcegos nestes locais. "Também existem técnicas
de engenharia que podem ser adotadas para impedir que morcegos
tomem estes locais como abrigos", completa.