Inauguração do Caps Estação Reúne mais de 100 pessoas

14/12/2007

Autor: Denize Assis

Mais de cem pessoas entre gestores, servidores e conselheiros municipais de saúde, pacientes e seus familiares e profissionais da imprensa reuniram-se nesta quinta-feira, dia 13 de dezembro, às 10h, durante a cerimônia de inauguração da nova sede do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Estação, na rua Francisco Gaspar da Silva, 180, Jardim Eulina.

O evento contou com a presença do secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva; do superintendente do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, Nobusou Oki; do diretor municipal de saúde, Pedro Humberto Scavariello; da coordenadora municipal da área técnica de Saúde Mental, Elza Lauretti Guarido; da diretora do Departamento Administrativo da Secretaria de Saúde, Lígia Aparecida Neaime de Almeida; e do diretor do Distrito de Saúde Norte, Edson Martins da Silveira.

O Caps Estação foi fundado em 2001 e até então funcionava na região leste da cidade, em duas casas alugadas que se tornaram inadequadas para a demanda. “Na nova sede, o acesso tornou-se facilitado já que o endereço fica próximo dos endereços dos pacientes atendidos e dos outros serviços que constituem a rede de assistência à saúde a esta população. Além disso, o espaço é amplo, a casa tem vários banheiros e um ambiente acolhedor que permitem um atendimento mais qualificado, humanizado”, disse a psicóloga Patrícia Bichara, coordenadora do Caps Estação.

Para Elza Lauretti, coordenadora da Saúde Mental, o novo espaço é bonito e gostoso e proporciona trabalho com mais conforto para a equipe e com mais dignidade para os pacientes. “Valoriza e mostra o quanto é importante para esta gestão a área da saúde e mais especificamente a saúde mental. Toda a rede de saúde está muito feliz pela região norte poder contar com este equipamento”, disse.

O secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, disse que a nova sede trata-se de um grande avanço. “É a saúde mental preponderando. A comunidade conquistou este espaço novo, bonito, arejado. O trabalho desenvolvido no Caps segue rigorosamente a Política Nacional de Saúde Mental proposta pelo Ministério da Saúde. É um trabalho muito bom. Agradeço especialmente ao Serviço de Saúde Cândido Ferreira, que tem desenvolvido uma gestão com seriedade, profissionalismo e comprometida com o SUS. Fico feliz por poder compartilhar este momento com a comunidade e agradeço a presença do Conselho Municipal de Saúde e da imprensa”, afirmou.

O Secretário ressaltou que Campinas é referência em saúde mental e conta com uma rede constituída com amplo leque de serviços que vão desde a atenção básica até as residências terapêuticas.

Mais sobre o Caps. O Caps Estação, mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Secretaria Municipal de Saúde e do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, é referência para os mais de 200 mil habitantes da região norte de Campinas e tem inscritos, atualmente, 300 pacientes adultos portadores de transtornos mentais graves – psicóticos e neuróticos.

A unidade funciona diariamente, inclusive aos finais de semana, e fica aberta 24 horas, com disponibilidade de atender à noite pacientes em crise. Todos os dias, em média 100 pessoas passam pelo serviço para atendimento médico, de enfermagem e de psicologia, terapia ocupacional, atividades de geração de renda e outros. São oferecidas refeições para os pacientes e pessoas que necessitam recebem vale-transporte.

O custo da unidade, incluindo recursos humanos, é de aproximadamente R$ 200 mil. Os recursos são federais (25%) e municipais (75%).

No próximo sábado, às 14h, será realizada eleição para o Conselho Local de Saúde do Caps Estação. As pessoas interessadas em concorrer devem morar da área de abramgência do Caps e devem comparecer à sede da unidade.

Alternativa a internações. A Política Nacional de Saúde Mental, lançada em 2003, define os Caps como o principal elemento da rede de atenção extra-hospitalar, formada também pelas residências terapêuticas, centros de convivência e pelo programa De Volta para Casa. Na concepção da reforma psiquiátrica, o modelo centrado na atenção hospitalar não reabilita o paciente. Quando isolado, o portador de transtornos mentais não consegue se ressocializar e perde sua individualidade.

Dentro deste contexto, os Caps foram criados como serviços de atenção diária, usados para substituir as internações hospitalares. Oferecem desde cuidados clínicos até atividades de reinserção social do paciente, por meio do acesso ao trabalho e ao lazer, direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e sociais.

A equipe de profissionais do Caps é multidisciplinar, justamente para prestar atendimento integrado ao paciente. O grupo é formado por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiras e auxiliares de enfermagem.

Pioneirismo. Campinas foi uma das primeiras cidades brasileiras a atender à reforma psiquiátrica proposta pelo Ministério da Saúde, tornando-se referência em Saúde Mental. O município conta atualmente com nove Caps, sendo um Caps infantil, seis adultos e dois AD – para pacientes dependentes de álcool e outras drogas.

O fortalecimento da rede - com a inauguração da nova sede do Caps Estação - é fundamental para ampliar o acesso e garantir a eqüidade no atendimento. Na prática, isto significa que cada vez menos o hospital é o destino dos portadores de transtornos mentais. Para os técnicos da Secretaria de Saúde, é um sinal claro de que a rede extra-hospitalar está desempenhando o papel que se espera dela.

Segundo Elza Lauretti, desde 2005, Campinas ampliou a rede de saúde metal com a inauguração do Caps AD Independência, na região sul, seis residências terapêuticas e três centros de convivência, que desenvolvem inclusive projetos de geração de renda. Foi promovido trabalho de integração entre as equipes da rede básica e as equipes de saúde mental, o que multiplicou o trabalho. Além disso, houve um avanço enorme com a participação do Samu/192, que passou a contar com psiquiatras 24 horas e a fazer a regulação dos casos.

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