Atividades na praça marcam Dia Mundial de Luta contra a Aids em Campinas

01/12/2010

Autor: Denize Assis

Campinas promove nesta quarta-feira, dia 1º de dezembro, uma série de ações na Praça Rui Barbosa, no Centro da cidade, atrás da Catedral Metropolitana, para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Às 10h ocorre abertura oficial com presença do secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, e a coordenadora do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), Cláudia Barros.

Em seguida, às 11h, uma colcha de retalhos, costurada com pedaços de tecidos com mensagens sobre o dia-a-dia das pessoas que vivem ou convivem com a Aids, será aberta na praça. Entre 12h e 14h ocorrem atividades de educação, informação e mobilização social, com distribuição de folhetos e preservativos. Equipes vão estar disponíveis para tirar dúvidas e todas as pessoas abordadas serão convidadas a realizar o teste rápido de HIV no Centro de Referência em DST/Aids, que fica a duas quadras da praça, na rua Regente Feijó, 637.

Às 14h serão constituídos grupos de ginástica chinesa lian gong e de ginástica harmônica. Às 16h ocorre revoada de balões e, a partir das 16h30, shows artísticos de parceiros do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas.

No início das atividades, a ONG ATEAC, parceira do Programa Municipal de DST/Aids, participa com cães que atuam com equipes de humanização em ambientes de saúde. No decorrer do dia, grafiteiros parceiros do Programa vão promover atividades no local. Estarão instaladas no espaço barracas da Rede de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e outros parceiros.

Este ano, o tema da campanha será “A vida continua...para mim, para você, para todos”. Os objetivos são a desconstrução do preconceito sobre as pessoas vivendo com HIV/aids e a conscientização dos jovens sobre comportamentos seguros de prevenção.

Segundo a médica infectologista Cláudia Barros, coordenadora do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), a mensagem deste ano tem um duplo sentido. “As pessoas não devem ter preconceito em relação aos cidadãos que vivem com HIV/Aids e nem de fazer o teste ou de usar o preservativo. O preconceito de achar que só que tem Aids é quem faz algo errado, que é equivocado, é que muitas vezes leva as pessoas a não se protegerem. Além disso, tendo preconceito, prejudicamos a vida destas pessoas e contribuímos para que sejam segregadas”, disse.

Segundo Cláudia, os dados da doença em Campinas mostram que a epidemia de Aids está estável, assim como ocorre no Estado de São Paulo e no País. Mas este termo ‘estável’ não significa parada. Em algumas faixas etárias, inclusive, há aumento da infecção.

Dados epidemiológicos.

Desde 1.982 e até o final de 2009, Campinas registrou 5.859 casos acumulados de Aids, sendo 150 em menores de 13 anos. No entanto, o banco de dados é sempre revisto e pode mudar principalmente em relação aos últimos dois anos computados.

No começo da epidemia, a proporção de casos entre gênero era de 26 casos em homem para cada caso em mulher. Atualmente, é de dois em homem para um em mulher, o que mostra o aumento da participação do sexo feminino na epidemia.

Todas as faixas etárias são atingidas, embora tenha havido redução significativa entre crianças com a instituição da testagem no pré-natal. Além disso, a distribuição se dá em todas as classes sociais e em pessoas de todos os níveis de escolaridade.

A transmissão sexual é predominante e existe uma concentração da incidência entre homossexuais. E a população mais vulnerável é a de homens que fazem sexo com homens, além de usuários de drogas e profissionais do sexo.

A data.

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é comemorado em vários países. A data foi instituída como forma de despertar a necessidade da prevenção, promover o entendimento sobre a pandemia e incentivar a análise sobre a Aids pela sociedade e órgãos públicos. No Brasil, a data começou a ser comemorada no final dos anos 1980, envolvendo os governos federal, estaduais, distrital e municipais e organizações sociais.

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