A quarta Campanha Regional de Combate ao Mosquito Aedes aegypti foi lançada nesta quarta-feira, dia 23 de janeiro, pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette. A ação que combate o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya será em 16 de fevereiro, a partir das 8h. A campanha é um projeto da EPTV, emissora de televisão afiliada da Rede Globo, nas regiões de Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto e sul de Minas Gerais, em parceria com as prefeituras das cidades das quatro regiões cobertas pela emissora.

O prefeito Jonas Donizette recordou que enfrentou duas epidemias de dengue no município desde que assumiu a Prefeitura em 2013. Segundo ele, isso causa uma preocupação muito grande na população exigindo que se dê assistência, cuidando da saúde das pessoas, e, ao mesmo tempo, faça ações para conscientização de que tudo aquilo ocorreu porque não houve prevenção, já que é uma doença que depende do ambiente para se expandir. “Não estamos vivendo uma epidemia como outras regiões do Estado, mas não podemos relaxar, temos que manter o trabalho para não incorrer em situações de muita incidência. Além disso, temos uma preocupação adicional, que é a incidência da dengue tipo 2, que tem mais letalidade e pode agravar mais o estado de saúde das pessoas.”

O prefeito também agradeceu o trabalho do Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses e da EPTV. “É muito boa a ideia da EPTV de fazer essa difusão de pequenas ações que podem fazer a diferença. Cabe a nós (prefeitos) arregaçar as mangas e trabalhar para que a população não tenha a preocupação de que um familiar adoeça pela ação do mosquito.”

O secretário Municipal de Saúde, Carmino de Souza, também destacou o trabalho feito pelo Comitê que é intersetorial e se reúne sempre a cada duas semanas. “É impressionante o trabalho que tem sido feito possibilitando fazer uma fotografia em tempo real da situação de Campinas. Ainda não temos vacina, por tanto temos que enfrentar o vetor. O mosquito não pode nascer. O enfrentamento é uma das coisas mais importantes porque 80% das transmissões ocorrem em casa. Esse é o grande desafio, como mobilizar a população para que faça o que é necessário. É um desafio de comunicação mais do que de saúde.”

Representando a EPTV Campinas, o diretor de Relações Institucionais da emissora, Paulo Brasileiro, fez uma apresentação e ressaltou que a rede reconhece que o combate à dengue é um trabalho diário que tem um projeto estruturado. “Queremos potencializar, criar um envolvimento regional para que todo esse trabalho ganhe mais visibilidade e possamos envolver as comunidades. A EPTV é uma parceira e convidamos todos os meios de comunicação para que venham fazer parte deste grande movimento. Estamos colocando toda a nossa estrutura e nossas ferramentas a disposição. Durante todo este período de campanha, nossos telejornais vão dedicar um tempo, uma atenção especial a esse tema.”

O evento teve também a presença do vice-prefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira, do prefeito de Nova Odessa, Benjamim Bill Vieira de Souza, presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC (Região Metropolitana de Campinas), e do diretor da Defesa Civil de Campinas e coordenador do Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, Sidnei Furtado, além de autoridades legislativas, de secretários municipais e diretores de diversos órgãos do município de Campinas. O evento contou com a presença de diversos outros prefeitos (ou seus representantes) de 23 cidades da área de cobertura da EPTV Campinas para expor os objetivos e discutir como a ação será realizada.

Ao longo do evento, também foram realizadas apresentações da Secretaria de Estado da Saúde, por meio da diretora do Centro Regional de Campinas da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), Renata Caporalle Mayo, e do médico veterinário do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) “Prof. Alexandre Vranjac”, João Fred. O diretor de Comunicação da Prefeitura de Campinas e representante da Comunicação no Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, Artur Araújo, também realizou uma apresentação sobre as ações previstas para a Campanha.

Mutirão

O mutirão do dia 16 de fevereiro será realizado simultaneamente nas 317 cidades da área de cobertura das quatro emissoras da EPTV, que representam uma população de 11,9 milhões de pessoas. Somente, a EPTV Campinas é responsável pela cobertura de 49 cidades, que juntas têm uma população de cerca de 4,6 milhões de pessoas.

Cada Prefeitura decidirá como a cidade participará. As atividades podem contar com mutirões de remoção de criadouros, ações educativas, entre outros.

No dia do mutirão em Campinas, a ação será no bairro Satélite Íris 1, distrito do Campo Grande. O ponto de encontro das equipes da Prefeitura de Campinas será na CEI Bem Querer “Dom Edward Robinson de Barros Cavalcanti”, que fica na rua Dr. Dante Erbolato, nº 1.631.

Serão realizadas a operação cata-treco, uma apresentação musical de alunos do Instituto Anelo na CEI Bem Querer e a distribuição de folhetos educativos por agentes de saúde e integrantes da ONG Mãos Que Ajudam. A expectativa é que pelo menos 2 mil imóveis sejam trabalhados. O mutirão será intersetorial. Todas as 14 secretarias e a Sanasa, que participam do Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, participarão.

Em Campinas, já a partir do dia 4 de fevereiro, será realizada a avaliação de densidade larvária por Aedes (de 4 a 8 de fevereiro), ações educativas em escolas, ação educativa no Instituto Anelo, preleção para voluntários do Mãos Que Ajudam, operações de retirada de entulho, reunião com a comunidade do bairro Cidade Satélite Íris 1. 

Ações em Campinas

A Prefeitura de Campinas realiza diariamente ações de combate ao Aedes aegypti. Entre janeiro e novembro de 2018, as equipes de Saúde visitaram mais de 350 mil imóveis e tiveram acesso a cerca de 250 mil. 

Muitas casas estão fechadas quando os profissionais estão nas ruas. Também há casos em que os moradores não permitem a entrada dos agentes, o que dificulta o trabalho da Prefeitura. O mutirão no sábado é uma oportunidade de visitar esses imóveis que estão vazios durante a semana. 

Números das arboviroses

Balanço fechado em 10 de janeiro aponta que Campinas teve 307 casos confirmados de dengue durante todo o ano passado. Segundo esse balanço, em 2018 também foram confirmados 22 casos de zika e 24 de chikungunya.

Em 2015, a cidade registrou 65,5 mil casos de dengue, número recorde em Campinas. Já em 2016, as ações conseguiram reduzir esse universo para 3.542 casos de dengue no município. Em 2017, foram 131 casos. Nos anos após 2015 não foram registradas mortes.

Já sobre a zika, o número de casos também apresenta declínio: em 2017 foram confirmados 43 casos. Já em 2016, haviam sido 49 casos de zika confirmados por critério laboratorial e 475 casos confirmados por critério clínico epidemiológico. A chikungunya teve 25 casos registrados em 2017 e em 2016 haviam sido 13 casos.