UM MODELO PARA DETECTAR CRIANÇAS DE ALTO RISCO EM UM SERVIÇO BÁSICO DE SAÚDE

Introdução

A mortalidade infantil tem sido amplamente utilizada em estudos, como indicador de saúde e desenvolvimento social, refletindo a vinculação entre o processo saúde-doença com as condições sócio-econômicas-sanitárias de determinada população.

No Brasil, assim como na maioria dos países da América Latina, verificou-se uma redução significativa na mortalidade infantil nas últimas décadas, passando de um coeficiente de 164 óbitos por 1000 nascidos vivos em 1940, para cerca de 76 óbitos por 1000 em 1980 e 45,3 em 1990. Apesar da queda verificada na mortalidade infantil, persistem ainda grandes contrastes inter e intra regionais e uma elevada proporção de óbitos por causas evitáveis. Em 1989, a região Sudeste apresentou um coeficiente de mortalidade infantil de 35 óbitos por 1000 nascidos vivos, enquanto no Nordeste, o mesmo foi de 73 óbitos por 1000. Essas diferenças expressam as dificuldades de sobrevivência, frente às precárias condições de nutrição, moradia, saneamento e assistência à saúde a que estão submetidas parcelas significativas da população brasileira (BRASIL, 1996, p.7). O perfil de causas de mortalidade infantil no Brasil, tem como predomínio os óbitos por afecções perinatais, representando cerca de 50% da mortalidade infantil, seguidos pelas doenças infecciosas (diarréia e pneumonias),(CENEPI,1992). 

Dentro das estratégias de reorganização dos serviços, propostas pelo Ministério da Saúde, vem sendo adotado o enfoque de risco, que busca identificar grupos sociais com maior risco de adoecer e morrer. A proposta do enfoque de risco foi desenvolvida pela OMS a partir de 1978 e amplamente incorporada na área materno-infantil.

Os fatores de risco universais são: baixo peso ao nascer, idade e escolaridade materna, gemelaridade, intervalo interpartal, criança indesejada, desmame precoce, curva de crescimento descendente ou estacionária, multimortalidade em crianças menores de cinco anos, residir em micro área de risco (BRASIL, março 1996). Essas características aumentam a probabilidade de patologia perinatal e infantil, por isso, devemos nos preocupar com as características reais  da comunidade a qual assistimos, sem deixar de lado o baixo peso ao nascer e o desmame precoce, que são fatores de risco agravantes para mortalidade e morbidade infantil.

Considerando os fatos citados anteriormente, observamos a importância de caracterizar os fatores de risco da população infantil atendida em um programa de puericultura desenvolvido em um Centro de Saúde da região Norte do Município de Campinas. Através de um formulário preenchido pelo enfermeiro, após o atendimento da criança, nos possibilitou conhecer um pouco sobre as condições de vida e de saúde dessa população infantil.

Índice

Próximo Texto

Índice Geral dos Trabalhos de Enfermagem

Página atualizada em Setembro / 2001