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Resultados
e Discussão
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Os
resultados obtidos na utilização do formulário aplicado as
crianças de zero a um ano
que fizeram puericultura no periodo de março a setembro
de 1998, foram analisados segundo seu conteúdo que será
apresentado a seguir.
A
primeira parte, englobou os dados sobre identificação da criança,
que constava nome, sexo, data de nascimento, filiação,
escolaridade dos pais, procedência, localização da criança
na constelação familiar, antecedentes familiares, antecedentes
da criança: estes dados foram preenchidos com um certo critério,
aproveitando a forma de arquivo familiar, isto é, todos os
prontuários dos familiares são arquivados juntos, existe um número
único de arquivo, possibilitando a análise em geral dos outros
membros que constituem a família da criança em destaque. Isto
nos permitiu uma avaliação detalhada da situação da criança
em se tratando da forma
de assistência a ser oferecida pelo profissional de saúde.
A
Segunda parte do estudo retratou as complicações mais
presentes durante o primeiro ano de vida com estas crianças
acompanhadas no serviço em estudo, que foram divididos em:
negligência com as imunizações, erro alimentar, precário hábitos
de higiene e saneamento básico insatisfatório.
Das
60 (sessenta) crianças assistidas, aproximadamente 25% das
crianças não contavam com a presença do pai no domicílio (mães
solteiras, viúvas ou separadas), 30 % das mães trabalhavam
fora de casa, e a renda média familiar per capita era de 1,1
salário mínimos. O Serviço Único de Saúde representa o único
recurso assistencial para 84,5% destas famílias.
A
escolaridade destas mães pode ser consideradas baixa: 14,9% são
analfabetas ou apenas alfabetizadas ( sabem ler ou escrever, mas
não freqüentaram escola ).
As
doença maternas foram registradas em 48,8% das mulheres, sendo
um total de 24,4% de anemias, 10,4% de hipertensão
arterial e 3,0% de diabetes.
Do
total de mães em estudo , 46,6% não receberam qualquer orientação
sobre aleitamento materno no pré-natal, apesar desta constatação
96,5% referiram intenção de amamentar. Das mães entrevistadas
35,5% referiram dificuldade para amamentar o bebê atual e 31,3%
referiram problemas relacionados com as mamas.
Os dados
registrados entre março e setembro de 1998 mostraram que: 94,4%
dos nascimentos referiam a recém nascidos com 37 a 42 semanas
de gestação e 5% com menos de 37 semanas, cesáreas chegaram a
38,6% do total de
partos e apenas 5%
destas crianças tiveram apgar de 5 minutos igual ou abaixo da
pontuação 8. A média de peso ao nascer foi de 3.180 gramas,
sendo que 7% das crianças tiveram peso de nascimento abaixo de
2.500 gramas.
Quanto ao perfil
do aleitamento materno nesta população, constatamos que 48,8%
destas crianças estavam em aleitamento materno misto e 20%
estavam desmamadas após os 3 meses de vida.
Deve-se
considerar que as informações apresentadas são resultados da
interação de vários fatores, além daqueles referentes às
atividades de captação precoce destas crianças e atendimento.
Neste período foi dado prioridade ao atendimento da criança no
seu primeiro ano de vida no sentido de marcação imediata das
consultas quando detectávamos qualquer complicação;
promoveu-se reuniões com as mães para discussão sobre suas
dificuldades no cuidado com a criança, orientações sobre a
importância do aleitamento materno, quando introduzir outro
tipo de alimentação; importância das imunizações e noções
básicas de higiene ambiental e pessoal. Também devemos
salientar algumas atividades ocorridas de forma espontânea como
inter-consultas no momento do atendimento e conversas informais
sobre as atividades que possibilitaram integração dos
profissionais envolvidos no atendimento à população infantil.
A
identificação destes fatores de risco, na população,
possibilita por um lado o reconhecimento de grupos de alto
risco, e por outro, o desencadeamento de intervenções que
busquem o controle e eliminação desses fatores de risco.
A
estratégia de risco pressupõe ainda que os serviços de saúde
analisem os problemas de sua área de atuação, definam
prioridades e redirecionem suas ações aos grupos sociais com
maiores necessidades e riscos.