"Cinema Mostra Aids
Campinas" traz 15 filmes e diversas óticas sobre a vida
com o HIV
Ciclo de cinema é
realizado de 2 a 11 de outubro, no Museu da Imagem e do
Som de Campinas
São 15 os filmes em exibição na primeira
edição do
Cinema Mostra Aids Campinas
, realização do Grupo Pela Vidda/SP
em parceria com o Programa Municipal de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids (PMDST/Aids-Cps)
da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de
Campinas , e o Programa Estadual de DST/Aids de
São Paulo que acontece entre os dias 2 e 11 de
outubro no Museu da Imagem e do Som (MIS) de
Campinas, exceto ao final de semana – Rua Regente Feijó,
859, Centro, em Campinas. A programação inclui curtas e
longas-metragens, ficções e documentários.
As parcerias construídas
entre instituições públicas e sociedade civil organizada
permitiram a exibição de filmes em um local alternativo
– a sala de projeção do MIS, no Palácio dos Azulejos, um
espaço público e que integra o patrimônio
histórico-cultural de Campinas –, em condições de
acessibilidade à população, já que está localizado no
Centro de Campinas e todas as sessões terão entrada
franca.
Entre os
destaques desta primeira
Cinema
Mostra Aids Campinas
estão a exibição de "Filadélfia", realizado há onze
anos, e que ainda é a maior referência do gênero para as
grandes platéias. Há filmes que abordam a caótica
realidade da epidemia no continente africano como "
House of Love" e "Wa N 'Wina"; que revelam o
drama das crianças que vivem com HIV e os órfãos da Aids
em " O Dia
em que Meu
deus Morreu"; ou que trazem a temática
homossexual em tempos de Aids: "A Família de Felix" e
"Dias".
A epidemia globalizada é retratada no
documentário inédito " Pandemia: encarando a Aids".
O Brasil está representado pelo documentário "Borboletas
da Vida". Filmes que foram sucesso de público e
crítica também estão presentes na Mostra, como " As
Horas" e "Tudo Sobre Minha Mãe".
Uma geração de filmes que permite, inclusive, sacudir
uma evidência estabelecida sobre a doença voltando-se
ao seu foco, como o documentário " O Outro Lado da
Aids", que põe em xeque o vírus HIV como agente
causador da Aids.
Nesse painel democrático
de abordagens, a Aids transformou-se em recurso até para
um thriller na linha que Hollywood tanto banalizou, mas
que dificilmente sairia de um de seus estúdios. Em "
O Prazo Final", o formato independente permite ao
diretor Tony Piccirillo jogar com a vida de dois homens,
um que procura vingança, outro na expectativa de um
exame de sangue que lhe salve da morte.
A idéia, com a realização
da Mostra é usar um evento de apelo cultural para falar
sobre AIDS. Assim, um vasto painel sobre questões da
epidemia é traçado a partir da seleção de filmes que
trazem a infecção pelo HIV como tema central ou pano de
fundo. Em alguns dos títulos, a AIDS é o tema central do
filme, em outros aparece na trama ou na vida de
personagens.
Ao longo de mais de duas
décadas da epidemia, são muitos os autores e diretores
de cinema que transformaram a AIDS em fonte de
inspiração. Além de retratarem a realidade da epidemia
pelo HIV/AIDS no mundo, provocaram diversas reações:
polêmica, comoção, medo, conscientização, ironia,
indignação, nas platéias de diferentes partes do mundo.
Os títulos desta primeira edição do
Cinema Mostra Aids
Campinas,
trazem perplexidades e respostas do cinema frente à
AIDS, e também alertam para a necessidade da prevenção e
da eliminação do preconceito, além de testemunharem
parte da realidade das pessoas que vivem com HIV/AIDS na
sociedade atual.
O Centro de Referência do
Programa Municipal de DST/Aids de Campinas realiza
testes de Aids e DST e está localizado à rua Regente
Feijó, número 637, no Centro. A unidade pública de saúde
atende gratuitamente a população e no caso dos testes
para HIV e DST, só a pessoa que fez o exame fica sabendo
o resultado. No caso de o teste ser positivo para o HIV
a pessoa pode realizar o tratamento no próprio Centro de
Referência do Programa Municipal de DST/Aids de
Campinas.
O Centro de Referência do
Programa Municipal de DST/Aids funciona de segunda a
sexta-feira, das 7h às 20h, exceto aos feriados e dias
de ponto facultativo. Para mais informações sobre os
testes de HIV e DST o telefone é o seguinte: (19) 3236 -
3711 e para saber mais sobre o Centro de Referência do
Programa Municipal de DST/Aids o telefone é (19) 3234 -
5000.
Apoiadores
Coordenada por Adriano
Brandão, membro do Grupo Pela Vidda/SP, a Mostra conta
com o apoio de jornalistas especializados em cinema,
distribuidoras de filmes, tradutores e colaboradores
voluntários do Grupo Pela Vidda/SP, parceiros do
Programa Municipal de DST/Aids de Campinas e
trabalhadores do Museu da Imagem e do Som (MIS) de
Campinas, que cedeu gentilmente sua sala de projeções e
pessoal de apoio para a realização da Mostra.
MAIS INFORMAÇÕES À
IMPRENSA: (19) 8115 - 4856 / 3234 - 5000 / 3236 - 3711,
com Eli Fernandes
Programação dos filmes
Cinema
Mostra Aids Campinas
De 2 a 11 de outubro de 2006.
Exceto final de
semana
Museu da Imagem e do Som
Dia 02/10
(segunda-feira)
15h
–
BORBOLETAS DA VIDA
PROTESTO CONTRA O MONOPÓLIO
19h
–
PANDEMIA : ENCARANDO A AIDS
Dia 03/10
(terça-feira)
19h –
O DIA EM QUE MEU DEUS
MORREU
Dia
04/10 (quarta-feira)
15h
– AS HORAS
19h
-
DIAS
Dia 05/10 (quinta-feira)
15h –
FILADELFIA
19h
–
O
PRAZO FINAL
Dia 06/10
(sexta-feira)
15h
-
TUDO SOBRE
MINHA MÃE
Dia
09/10 (Segunda-feira)
15h
–
WA N´WINA
19h –
TRAINSPOTTING: SEM LIMITES
Dia 10/10
(terça-feira)
19h
–
ANTES
DO ANOITECER
Dia 11/10
(Quarta-feira)
15h – HOUSE
OF LOVE
O OUTRO
LADO DA AIDS
19h -
A
FAMÍLIA DE FELIX
FILMES:
CINEMA MOSTRA AIDS CAMPINAS – 11/09 a
22/09 – exceto final de semana
|
BORBOLETAS DA
VIDA
Brasil, 2004, 38
min.
Direção: Vagner Almeida
Produzido em 2004 pela ABIA - Associação
Brasileira Interdisciplinar de AIDS , com O
apoio do Programa Nacional de DST/AIDS do
Ministério da Saúde da Unesco, o filme
"Borboletas da Vida" expõe a realidade de
jovens homossexuais que vivem na periferia
do Rio de Janeiro, sofrem os efeitos da
pobreza e da miséria, mas não perdem sua
identidade, dignidade e criatividade. São
homossexuais, transformistas, borboletas da
vida real brasileira... "Carregam a mulher
na bolsa", experimentam as possibilidades e
os limites do gênero e da sexualidade,
enfrentam a discriminação de cabeça erguida,
com coragem, e determinação... Lutam pelo
direito de ser diferentes e exigem, de
diversas maneiras, que a sua diferença seja
respeitada. |
|
PROTESTO CONTRA O MONOPÓLIO
(Pills
Profits Protest)
EUA, 2003, 60 min
Direção: Ann T. Rossetti.
O documentário mostra o empenho de
militantes pelo mundo em protesto pela falta
de medicamentos contra o vírus HIV. A
análise crítica engloba a batalha de países
pobres e indivíduos marginalizados contra os
governos e as indústrias farmacêuticas para
ter acesso aos remédios. Há um momento
dedicado ao Brasil, que conquistou uma
vitória na quebra de patentes de
antiretrovirais. Ex-ministro da Saúde do
governo FHC o José Serra é visto em discurso
na ONU. A fita também aborda o destino dos
50 bilhões de dólares do Fundo Global para o
desenvolvimento de remédios contra a Aids.
|
|
PANDEMIA :
ENCARANDO A AIDS
(Pandemic:
Facing Aids)
EUA, 2003, 113min
Direção: Rory
Kennedy.
Co-produzida pela
HBO, a série em cinco capítulos explora a
luta de pessoas contra a Aids em cinco
países distintos. Em Uganda, na África, onde
há treze milhões de órfãos, o drama é das
crianças James e Jessica. Portadores do HIV,
o casal de indianos Nagaraj e Bhanu espera
seu primeiro filho. O Brasil comparece com o
relato de esperança de Alex, que consegue
gratuitamente do governo os remédios
caríssimos para seu tratamento. Na
Tailândia, a prostituta Lek recebe sua
sentença de morte num hospital. E na Rússia,
que tem um dos programas de prevenção mais
fracos do mundo, o casal de ativistas Lena e
Sergei batalha por campanhas eficazes. Com
trilha sonora assinada por Philip Glass, a
fita é narrada pelo ator Danny Glover e pelo
astro Elton John. |
|
O DIA EM QUE
MEU DEUS MORREU
(The Day my God Died
)
EUA, 2003, 70min
Direção: Andrew
Levine
O diretor
americano Andrew Levine já havia explorado
anteriormente, num curta-metragem, o tema do
tráfico de meninas do Nepal para a Índia.
Ele mantém o mesmo foco neste longa
documental e mergulha com mais detalhes no
bem organizado e violento sistema de
escravidão que atinge centenas de garotas,
futuras prostitutas nos apertados e
apinhados bordéis da antiga Bombaim, atual
Mumbai. Entre as muitas crueldades que
aguardam as recém-chegadas, do estupro a
torturas físicas, está um universo de
expansão da Aids que chega a 80% entre as
jovens. A câmera segue a trajetória de cinco
delas, inclusive uma que conseguiu escapar
durante a viagem e passou a ajudar as
colegas na fronteira. Também está em cena o
trabalho de organizações humanitárias, o que
também explica a adesão de estrelas do
cinema ao projeto de Levine, a exemplo de
Tim Robbins e Winona Ryder, responsáveis
pela narração. |
|
AS
HORAS
(The Hours )
EUA,
2002, 116min.
Direção: Stephen
Daldry
No personagem de
Ed Harris, um escritor soropositivo,
angustiado e à beira da morte, está uma das
representações mais perturbadoras da aids no
cinema recente. A dor da tragédia é dividida
com sua ex-amante (Meryl Streep), num
momento em que esta organiza uma festa para
homenageá-lo. A reação perante a doença é
simbólica de um período e de uma
personalidade que, antes de procurar
conviver com o vírus, caminha para o
desespero e a entrega. O episódio no filme
de Stephen Daldry ( Billy Elliot) é
uma adaptação para os dias atuais do romance
Mrs Dalloway, de Virginia Woolf, e se
soma a mais duas histórias --- uma sobre a
vida da escritora inglesa (interpretada por
Nicole Kidman) e outra de uma dona de casa
em crise (Julianne Moore).
|
|
DIAS
(Giorni)
Itália,
2001, 90min
Direção: Laura Muscardin
A fita italiana
pertence a um terceiro movimento na
representação da aids pelo cinema. Depois
dos filmes sobre os primeiros casos da
doença, os dramas dos soropositivos e dos
títulos engajados na conscientização e no
sexo seguro, esta produção é uma das poucas
a enfocar a convivência possível com o vírus
HIV. Nesta categoria encaixa-se o personagem
Claudio (Thomas Trabacchi), um executivo gay
bem-sucedido e com um relacionamento
estável. Sua preocupação com a enfermidade
não exige mais que o coquetel de
medicamentos diário e um check-up mensal no
hospital. O relativo bem-estar permite,
inclusive, que ele se apaixone por um jovem
garçon e dê uma reviravolta em sua vida.
|
FILADÉLFIA
(Philadelphia)
EUA, 1993, 125min
Diretor: Jonathan Demme
Em tom melodramático e pisando em ovos,
Hollywood encontrou seu jeito para abordar
até então um tema no mínimo indigesto para a
indústria do cinema. E como, ainda por cima,
atrair o grande público reconhecidamente
conservador? A saída foi chamar um ator que
é uma espécie de namoradinho da América e
abusar da emoção. Tom Hanks, vencedor do
Oscar pelo papel, certamente dá dignidade ao
advogado vítima da Aids que processa sua
firma por suposto preconceito. Acredita que
tenha sido demitido por ser portador do
vírus. Consegue cooptar um colega de menor
calibre para defendê-lo (Denzel Washington),
que vem carregado de preconceitos, medos etc
e terá de testar seus próprios limites. Com
tantas justificativas, recalques e temores,
o filme termina por cair num novelão
desbragado e hoje deve ser debatido como
referência ou não na representação da doença
pelo cinema. À época, pelo menos, as
entidades gays se incomodaram e muito com
alguns preconceitos perpetrados pelo diretor
Jonathan Demme.
|
O
PRAZO FINAL
(The 24th Day)
EUA, 2004, 97min
Direção: Tony
Piccirillo
Produção
independente americana que adota uma
fisionomia inesperada para o tema Aids. O
thriller de suspense consagrado em Hollywood
embala aqui o encontro entre o metrossexual
Tom (Scott Speedman) e o aspirante a
cineasta Dan (James Marsden). O primeiro
leva o novo conhecido para seu apartamento e
lá confidencia o relacionamento no passado
com um gay soropositivo que o infectou. Tom
acredita que Dan foi esse parceiro.
Aprisiona-o, então, e munido de uma amostra
do sangue da vítima ameaça: se o resultado
do teste for positivo, ele morre.
|
|
TUDO SOBRE
MINHA MÃE
(
Todo sobre Mi
Madre)
Espanha/França,
1999, 105min
Direção: Pedro
Almodóvar
Em Madri, Manuela
(Cecilia Roth) perde o filho precocemente e
parte para Barcelona a fim de encontrar o
pai do garoto vinte anos depois, agora um
travesti chamado Lola. A sua viagem é também
um rito de passagem para um novo e
desconhecido mundo, do qual faz parte, por
exemplo, Irmã Rosa (Penélope Cruz), uma
freira grávida e portadora do vírus HIV. Bem
ao seu estilo irreverente e com uma carga
melodramática peculiar, o cineasta espanhol
Pedro Almodóvar confronta o espectador com o
tema da aids sem fazer da doença um foco de
especial atenção em seu cinema. É a
personagem, digamos, complexa da religiosa
que dará a Manuela uma esperança de
reiniciar sua vida e à história um sentido
de renascimento. |
WA N'WINA
(Wa n'wina)
África do Sul, 2001, 52min
Diretor: Dumisani Phakathi
O jovem diretor sul-africano retorna a seu
bairro natal, em Soweto, para colher
depoimentos de amigos de infância. O
objetivo: saber como a Aids afetou o
cotidiano deles. As conversas giram em torno
de relacionamentos, tradições, tabus, amor e
sexo. Entre os colegas estão Phumla e
Timothy, que expõem suas emoções ao relatar
a dureza das ruas e as escolhas que foram
forçados a fazer. Com a câmera no ombro e
incisivo nas perguntas, Phakathi faz um
mergulho em suas raízes para revelar o
abismo existente entre a realidade e as
campanhas de prevenção contra a doença em
seu país.
|
TRAINSPOTTING:
SEM LIMITES
(Trainspotting)
Inglaterra, 1996, 94 min
Direção: Dany Boyle
Inspirado no best-seller de Irvine Welsh, o
diretor Danny Boyle realizou mais um
polêmico retrato da juventude sem rumo. Sem
enaltecer nem condenar o comportamento dos
protagonistas, focaliza um bando de
escoceses viciados em heroína. Essa comédia
barra pesada caiu nas graças da imprensa
inglesa, recebeu aplausos no Festival de
Cannes e obteve sucesso de público. Por
outro lado, em nome da moral e dos bons
costumes, houve tentativas de proibi-la em
diversos países. O narrador Mark ( Ewan
McGregor), e seus colegas Spud (Ewen
Bremner), Sick Boy (Johnny Lee Miller),
Begbie ( Robert Carlyle) e Tommy (McKidd)
levam a vida "vendo o trem passar", como
sugere a gíria britânica do título. Ou seja,
não estão nem aí para trabalho, escola ou
família. Na Edimburgo dos dias de hoje, eles
vivem a beira de perigos como a overdose ou
a aids. Mas no desfecho, nem todos se dão
mal.
|
ANTES DO
ANOITECER
(Before Night Falls)
EUA, 2000, 125 min
Diretor: Julian Schnabel
O foco desse drama biográfico é antes de
tudo o amor e a rebeldia --- na política, no
sexo, na vida--- que a Aids consome num
epílogo melancólico. O herói desregrado em
questão é o escritor cubano Reinaldo Arenas
(1943-1990), jovem homossexual de origem
pobre que divide seu tempo entre os prazeres
idílicos da ilha, a literatura, os parceiros
e a boa disposição para o engajamento
político. Chega a se unir aos
revolucionários para levar Fidel Castro ao
poder. Mas quando este chega lá, mostra
pouca ou nenhuma simpatia por algumas
categorias, gays e artistas incluídos.
Arenas pena sete anos na prisão e por fim
migra para Nova York, onde adoece e morre. O
diretor Julian Schnabel, para usar uma
expressão apropriada a sua face de pintor,
por vezes carrega nas tintas. Mas o
realizador conta com uma interpretação forte
e cativante de Javier Bardem, como Arenas,
especialmente na passagem da prisão, quando
também Johnny Depp marca presença no papel
do travesti Bon Bon.
|
HOUSE OF LOVE
(House of Love)
EUA/Namíbia, 2001, 26min
Direção: Cecil Moller
O curta-metragem integra a série documental
de 33 títulos Steps for the Future, uma
espécie de mapeamento da Aids no sul da
África, hoje a região com maior incidência
de soropositivos no mundo. Outro título do
pacote, Wa 'N Wina, filmado na África do
Sul, está previsto na seleção do ciclo
Cinema Mostra Aids. No caso, o cenário é o
pequeno porto Walvis Bay, na Namíbia, e as
personagens as prostitutas locais. Elas
dependem das rápidas visitas dos marinheiros
para sobreviver e contam ao diretor Cecil
Moller os motivos que as levaram ao
trabalho. Falam ainda de amor, sexo, pecado
e uma noção muito pessoal de redenção,
enquanto o fantasma da Aids ronda seu
cotidiano.
|
O
OUTRO LADO DA AIDS
(The Other Side of
Aids)
EUA, 2004, 87 min
Diretor: Robin Scovill
A premissa deste documentário é no mínimo
controversa e fez alarde nos festivais em
que foi exibido. O diretor Robin Scovill
explora a teoria de que o vírus HIV não é o
agente causador da Aids. Como argumento
inicial, ele traz o exemplo da mulher
Christine Maggiore, soropositiva que se
mantém saudável desde 1992 sem tomar
medicamentos. Cita, inclusive, que os dois
filhos do casal, amamentados pela mãe,
também não foram medicados e mantêm-se
imunes à doença. A fita, então, busca
depoimentos semelhantes de mais dez adultos
infectados, alguns sob efeito dos coquetéis,
outros não. Comparecem também casos de
crianças que tornaram-se alvo de disputas de
pais soropositivos e a Justiça, o que
envolve a polêmica se elas devem ser
tratadas antecipadamente ou não. São ouvidos
ainda especialistas, médicos e políticos
responsáveis pelas ações governamentais. Até
a banda Foo Fighters, responsável pela
trilha sonora, tem sua vez como promotora de
informações alternativas sobre a Aids.
|
|
A FAMÍLIA DE
FELIX
(Drôle de
Félix )
França, 2000,
95min
Direção: Olivier
Ducastel e Jacques Martineau
Outro exemplo,
assim como Dias, de um olhar renovado
sobre a Aids. Aqui, a doença deixa de ser o
fator dramático impulsionador da trama,
embora conte nas atribuições dadas ao
protagonista. O jovem Félix (Sami Bouajila),
filho de imigrantes árabes na França,
integra a geração de soropositivos que
sobrevive com a ajuda dos coquetéis. Depois
de perder o emprego, ele abandona o namorado
e parte numa viagem pelo interior do país
atrás do pai que nunca conheceu. No caminho,
diverte-se, encontra novos parceiros e
personagens que coincidem com seu desejo de
reestruturação familiar.
|
|