Palestrante: Doutor
Richard Miskolci
Data: 24 de
Agosto de 2007 (sexta-feira)
Horário: 18 horas
Local: Centro de
Referência do Programa Municipal de DST/Aids de
Campinas
Endereço: Rua Regente
Feijó, 637 – Centro - Campinas
Realização: Programa
Municipal de DST/Aids de Campinas
Informações: Núcleo de Educação e Comunicação Social
(NECS).
Tel: 19- 32344995. E-mail:
necs_dst_aids@yahoo.com.br
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Resumo da Palestra: É freqüente a menção à
epidemia de HIV/aids
como um marco para transformações na saúde pública,
nos movimentos sociais e também nos estudos
acadêmicos sobre as chamadas minorias sexuais. A
epidemia trouxe ao discurso questões sobre
identidades e práticas sexuais, mas dentro de um
processo normalizador. A
aids reforçou a compreensão da sexualidade como
questão de saúde pública e controle epidemiológico,
incentivou toda uma linha de estudos que mantiveram
intocado o mito da heterossexualidade como natural,
além de ter moldado os movimentos sociais para a
criação de bio-identidades.
A Teoria Queer surge
como crítica dos pressupostos que marcaram estes
fatos. A partir da explicitação e análise dos
processos normalizadores
que criam a ilusão de identidades sexuais e de
gênero estáveis e unívocas, teóricos
queer questionam a
medicalização das
identidades, o apoio que as investigações
científicas deram a este processo assim como
denuncia como este contexto levou à "domesticação"
dos movimentos sociais. Uma reflexão
queer sobre a construção
social da aids exige compreender as estratégias por
trás da "invenção" da doença virótica como
sexualmente transmissível, passo inicial para
utilizá-la como veículo de controle social
reforçando o dispositivo da sexualidade que
estrutura a sociedade contemporânea.
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Richard Miskolci é Professor Adjunto II de
Sociologia da UFSCar. Coordena o grupo de pesquisa
Corpo, Identidade Social e Estética da Existência e
orienta estudos que exploram intersecções de
sexualidade e raça a partir de produtos culturais.
Doutor em Sociologia pela USP, publicou sua tese
como Thomas Mann, o Artista Mestiço (São Paulo:
Annablume/FAPESP, 2003).
É autor de artigos e resenhas publicados em
periódicos como cadernos pagu, Revista Estudos
Feministas, Revista de Sociologia e Política e
Sociologias. Co-organizou o dossiê Sexualidades
Disparatadas da revista cadernos pagu ( n.28/2007),
co-editou a coletânea O Legado de Foucault (São
Paulo: Editora Unesp, 2006) e editou o dossiê
Normalidade, Desvio, Diferenças (teoria&pesquisa,
2005). Coordenou eventos sobre Michel Foucault
(2004), Corpo e Identidade Social (2005), Estudos
Culturais Hoje (2006) e Gênero e Sexualidade no
Cinema Contemporâneo (2006 e 2007). Suas pesquisas
mais recentes investigam a emergência do dispositivo
de sexualidade no Brasil entre 1870 e 1930 e as
discussões contemporâneas sobre as relações entre
corpo, identidades sociais e subjetivações.