Mutirão de cirurgias vai usar radiofrequência para casos graves de varizes

07/03/2014

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O Complexo Hospitalar Ouro Verde, de Campinas, vai realizar neste sábado, dia 8 de março, mais um mutirão de cirurgia vascular com a utilização de radiofrequência, técnica avançada para casos de doenças venosas graves.

O hospital é o primeiro do SUS a fazer o procedimento em pacientes com problemas crônicos de varizes, casos em que, normalmente, há feridas abertas e que demoram muito para cicatrizar.

O cirurgião José Felipe Freire Martins, responsável pelo serviço vascular da unidade médica, explica que a nova técnica permite fazer a cirurgia mesmo com a ferida aberta, porque o procedimento é minimamente invasivo e que, utiliza um cateter (espécie de sonda), e imagens de ultrassom para guiar e posicionar o cateter na veia afetada.

“ O cateter é alimentado por energia de radiofrequência, que fornece calor controlado à parede da veia e, à medida que a energia térmica é fornecida, ocorre um processo inflamatório, ocasionando o seu fechamento. “Uma vez que a veia afetada está fechada, o sangue é automaticamente direcionado para veias saudáveis, excluindo o refluxo venoso, e isso possibilita o alívio e recuperação do paciente mais rápido “, explicou.

Outra vantagem da nova cirurgia é que o procedimento elimina o problema recorrente com os métodos tradicionais e reduz os riscos de infecção. “Com a cirurgia tradicional o tempo de recuperação fica em torno de 30 dias, com essa técnica são cinco dias. Com isso, o paciente pode voltar a trabalhar mais rápido”, afirmou.

Martins disse que apesar de inicialmente ser mais caro que o método tradicional, verificou-se que é mais vantajoso econômica e socialmente adotar o novo método.

“Um levantamento de custos do gasto de curativos durante três meses, sem o calculo do custo de médico, enfermeiro e o custo social, nos revelou a vantagem do novo método”, disse.

Por enquanto, os mutirões de cirurgia vascular com a utilização de radiofrequência são realizados uma vez por mês, com uma média de nove pacientes atendidos por vez. Ainda neste ano, as atividades deverão ser ampliadas com a realização de dois mutirões ao mês e, pelo menos, 150 pacientes atendidos até o final do ano.

Casos crônicos

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 23% da população brasileira sofrem de doenças vasculares e, em torno de 6% têm doença venosa avançada, sendo a 14ª causa de afastamento do trabalho e a 32ª de aposentadoria por invalidez.

Varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele. Dependendo da fase em que se encontram, podem ser de pequeno, médio ou de grande calibre. As veias mais acometidas são as dos membros inferiores: nos pés, pernas e coxas.

O principal fator de risco para se ter varizes é a presença desta doença na família: a hereditariedade. As mulheres são mais propensas do que os homens; fatores hormonais da gestação, menstruação e menopausa parecem ter relação com a maior facilidade de dilatação das veias. Pesquisas revelam que a parede das veias também sofre as agressões das substâncias contidas nos cigarros e o sobrepeso também é fator de contribuição para o aparecimento de varizes.


Crédito: Ouro Verde
Técnica avançada

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