Atendimento do ambulatório da Ceasa é tese de médica na Unicamp

17/03/2014

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Pesquisas demonstram que o homem vive menos e adoece mais que as mulheres, consequência principalmente da falta de atenção do sexo masculino à sua saúde. Pensando nesta realidade, a médica Valéria Cristina Yoshida resolveu usar sua experiência de trabalho no ambulatório médico da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) – onde a maioria dos atendidos são homens - para sua tese de mestrado na Unicamp.

“Embora aparentemente saudáveis e exercendo, na maioria das vezes, um trabalho que exige esforço físico, esses trabalhadores apresentam frequentemente doenças crônicas não transmissíveis, em especial hipertensão e diabetes, sem acompanhamento regular”, conta a médica. Por isso, desde 2009, o ambulatório começou a realizar um trabalho chamado de integral e de acolhimento que vai além da demanda apresentada e que leva os serviços e informações ao local de trabalho.

“Eles vêm, por exemplo, com uma queixa de dor ou para fazer um curativo, mas perguntamos sobre sua saúde, propomos a realização de exames, acompanhamos na integralidade o cuidado com estes homens”, explica. Ela conta que o ambulatório também leva serviços e faz campanhas preventivas pela Ceasa, o que facilita também o acesso e incentiva os trabalhadores.

Este acompanhamento dos doentes crônicos, segundo a médica, podem reduzir e prevenir a manifestação de problemas como acidente vascular cerebral (AVC) e ataques cardíacos. “Imagine que podemos evitar que estes homens em idade produtiva entre 25 e 59 anos se aposentem, fiquem inválidos. Imagine as consequências para a saúde mental de um homem que sobre um problema destes e para sua família”.

Para a tese, Valéria utilizou os dados de 2013 quando o ambulatório cadastrou 300 atendidos com hipertensão e/ou diabetes e 130, ou 41,14%, realizavam acompanhamento regular de saúde. Apesar de não haver dados das unidades básicas de saúde, ela avalia que é um número importante pela experiência que ela tem como médica na rede há 10 anos.

O ambulatório médico da Ceasa pertence à rede municipal de saúde e tem um trabalho diferenciado de outras unidades básicas da cidade, onde a maior parte dos atendidos são mulheres, crianças e idosos. Funciona dentro da Central e atende o público que circula no entreposto, a maioria homens: funcionários dos atacadistas, caminhoneiros de várias partes do país e até do exterior, carregadores, entre outros.


Crédito: Ceasa
Valéria: experiência levada para a academia

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