Secretaria de Saúde capacita rede para enfrentamento da sífilis congênita

22/10/2014

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O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde de Campinas, realizou neste mês de outubro uma oficina para articular ações estruturadas de capacitação da rede para o enfrentamento da sífilis congênita. Transmitida de mãe para filho, a sífilis congênita pode acarretar a morte do bebê (em 40% dos casos) ou deixar sequelas como surdez, problemas neurológicos e má formação óssea.

O número de notificações cresceu de 37 em 2012 para 59 em 2013 no município. “Esses números podem significar que a doença vem crescendo em todo o país, mas que também estamos conseguindo identificar os casos para darmos tratamento adequado”, explica a médica infectologista do Devisa, Valéria Correia de Almeida.

O trabalho, coordenado pela Vigilância e desenvolvido em parceria com o Departamento de Saúde e todos os seus Distritos, tem como meta a eliminação da sífilis congênita no município e incluirá a capacitação dos técnicos das vigilâncias em saúde e dos hospitais que contam com maternidade; busca ativa de todos os casos de sífilis diagnosticados no laboratório municipal visando principalmente o tratamento adequado; e discussão com a equipe do centro de saúde sobre os casos suspeitos notificados nas maternidades para identificar se houve falhas no pré-natal e propor medidas de adequação das condutas.

Segundo a médica infectologista, o maior desafio em relação à sífilis congênita é o tratamento do companheiro da mulher, que muitas vezes não aceita ser medicado. “A sífilis congênita pode ser evitada e tratada. Por isso, temos a meta de zerar os casos”, diz. De acordo com a médica, o Estado também têm se empenhado para erradicar a doença.

Durante os exames pré-natal devem ser feitos dois exames de sífilis - um logo no início e outro no terceiro trimestre de gravidez, conforme protocolo do Ministério da Saúde. Esses exames são fundamentais na eliminação da sífilis congênita. “O exame é gratuito e o tratamento, feito com penicilina, também. Se a mãe for alérgica à penicilina, ela toma outro remédio”, informa. A gestante tem que fazer o tratamento completo e com orientação de seu médico. Para o acompanhamento de cura, a gestante deverá repetir o exame para sífilis todo mês. “O companheiro da gestante com sífilis também deve se tratar e a camisinha deve ser usada porque é uma doença sexualmente transmissível (DST)”, diz.

Valéria informa, ainda, que toda gestante e toda mulher que quer engravidar, independentemente de apresentar qualquer sintoma, deve fazer o exame que diagnostica a sífilis. “A gestante tem direito ao teste e deve solicitá-lo, se o médico não o fizer”, afirma. 

A sífilis congênita é uma doença de notificação compulsória. Portanto, todos os casos têm que ser informados obrigatoriamente à Vigilância em Saúde.


Crédito: Arquivo PMC
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