Cartilha de Saúde da Mulher Negra é lançada em Campinas

28/10/2014

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A Prefeitura de Campinas lançou nesta segunda-feira, 27 de outubro, em parceria com o Comitê Técnico da Saúde da População Negra, duas cartilhas de saúde voltadas para a população negra, uma especialmente sobre o “Direito da Mulher Negra à Saúde”. O evento teve a participação do Secretário de Saúde de Campinas, Carmino Antonio de Souza e de representantes do Comitê e da comunidade e foi realizado no Ceprocamp (Centro de Educação Profissional de Campinas Prefeito Antonio da Costa Santos), na Estação Cultura, Centro de Campinas.

A cartilha foi elaborada por um corpo técnico da Secretaria de Saúde e foi baseada em estudos que apontam as doenças que mais acometem as mulheres negras. “O documento pretende auxiliar a entrada desta população em nossos serviços e orientar os profissionais que prestam atendimento para que tenham um olhar mais específico e um diagnóstico precoce”, explica a médica ginecologista Verônica Gomes Alencar.

O chefe da pasta ressaltou a importância da publicação. “Sabemos que cuidados específicos são fundamentais e os profissionais devem ter informações e praticar ações de orientação e acompanhamento desta população. Fico muito satisfeito com o trabalho do grupo técnico voltado ao tema que tem discutido e produzido textos e orientações. A informação é sempre a melhor forma de avançarmos e protegermos nossa gente”, disse Souza, que parabenizou a iniciativa.

Kátia Aparecida Marins Vascon, integrante do Comitê, ressaltou que as cartilhas são uma conquista para essa população. “O lançamento do documento vem para confirmar nosso trabalho de inserção das mulheres negras na comunidade, facilitando acesso e auxiliando os profissionais de saúde a fazerem um diagnóstico mais fácil das doenças que acometem essa população”, disse.

Valdir Oliveira, coordenador do Comitê, disse que esse é o início de uma nova fase, que começou com a aprovação da Lei que instituiu o Comitê Técnico da Saúde da População Negra do Município de Campinas em 2013. “Nosso objetivo é ir além e levar informação para a população e as unidades de saúde, através de capacitações, sobre as doenças que mais acometem os negros”, disse.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra constitui, atualmente, mais de 50,7% do total da população do país - a maioria desse contingente é mulher.

De acordo com o Ministério da Saúde, existe um consenso entre estudiosos sobre doenças prevalentes na população negra. Conforme informa o ministério, há as genéticas como anemia falciforme, deficiência de glicose; as que são adquiridas em condições desfavoráveis, como desnutrição, anemia ferropriva, doenças do trabalho, DST/HIV/AIDS, mortes violentas, mortalidade infantil, abortos sépticos, estresse, depressão, tuberculose; e as que são agravadas ou em que há dificuldade no tratamento, como hipertensão arterial, diabetes, doenças do coração, insuficiência renal crônica, câncer, entre outras.


Crédito: Carlos Bassan
Representantes do comitê técnico mostram cartilha


Crédito: Carlos Bassan
Cerimônia de apresentação da cartilha

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