Aos 40 anos, "Mário Gatti" relembra o passado e celebra o futuro

30/10/2014

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O Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, fundado em 1974, completa 40 anos ostentando marcos de respeito: atende exclusivamente SUS e trabalha no sistema de “portas abertas”, ou seja, funciona 24 horas por dia, recebendo todos os casos, por demanda espontânea, sem recusar atendimento a ninguém. E uma pesquisa, feita com os usuários, mostrou que a grande maioria considera o Mário Gatti um excelente hospital.

É referência médica de urgência e emergência de alta complexidade em Campinas. Realiza em torno de 1.500 consultas diárias no seu ambulatório e em seus dois prontos-socorros, adulto e infantil, além de 900 internações e 500 cirurgias mensais.

Possui um corpo assistencial com cerca de 1.700 funcionários. Entre eles, figuram cerca de 500 médicos e 700 profissionais de enfermagem.

Esses e outros fatos relativos ao passado e ao presente do Hospital foram lembrados pelo prefeito Jonas Donizette nesta quinta-feira, dia 30 de outubro quando, acompanhado pelo presidente do Hospital Municipal, Marcos Eurípedes Pimenta, prestigiou o jantar festivo de comemoração pelos 40 anos da unidade hospitalar. O evento reuniu autoridades, representantes da sociedade civil e servidores do hospital, referência médica. de urgência e emergência de alta complexidade.

O primeiro presidente do 'Mário Gatti', o médico Gustavo Murgel, também participou do evento. Em conversa com o prefeito Jonas Donizette, relembrou o início das atividades do hospital, com destaque para o empenho das equipes. Segundo Murgel, os primeiros médicos do 'Mário Gatti' trabalhavam de graça e utilizavam os próprios equipamentos.

O prefeito parabenizou os servidores do Hospital, agradeceu o empenho profissional e a dedicação, e destacou a credibilidade da qual o Hospital goza junto ao público e ao corpo médico como um reconhecimento justo, feito pela população.

Falando durante a solenidade no Hospital, o prefeito Jonas Donizette também fez uma avaliação positiva das ações de governo. Ressaltou que, depois do equilíbrio das contas públicas, e investimentos, “Campinas caminha para o desenvolvimento com justiça social”.

Centro de excelência

O HMMG atende no regime “portas abertas”. A entrada dos pacientes se dá de duas formas: pelo chamado Setor Azul, para pessoas que chegam de carro, de ônibus, e para os casos menos graves; ou pelo Setor Vermelho, a ala de urgência e emergência, com capacidade de atender cinco pessoas ao mesmo tempo, que recebe os casos graves trazidos pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ambulâncias, etc.

A unidade hospitalar pública municipal de Campinas é reconhecida como centro de excelência de formação de profissionais na área de saúde possuindo, desde o ano de 2004, a chancela como hospital de ensino, dos Ministérios da Saúde e Educação. Em 2013, mais de 4.300 profissionais passaram por estágios ou aperfeiçoamento profissional.

Reforma geral

Como parte das comemorações de aniversário, o hospital está concluindo a reforma geral que envolve o edifício da hotelaria/internação, abrangendo os quatro pavimentos, com custo total de 4,5 milhões. Os serviços, iniciados em janeiro de 2013, foram realizadas por etapas, sendo a primeira delas concluída no dia 18 de julho de 2013, com melhorias em 18 leitos de ortopedia, 15 de cirurgia geral, 14 de pediatria, cinco da clínica médica e seis da neurologia.

Em agosto de 2014, foram concluídas as obras do 4º andar, que abriga a pediatria e UTI infantil. A obra de reforma contemplou 23 leitos de enfermaria, sendo três deles semi-intensivos, e um de isolamento, além de 10 leitos de UTI infantil. Foram refeitas as instalações elétricas e hidráulicas, além da substituição do forro, recuperação do piso, troca de revestimentos, louças e metais, colocação de novas portas e a reformulação das áreas de apoio, como posto de enfermagem e salas de medicação. Também foi executada nova pintura em todo o ambiente.

Com a reforma, a rede de gases medicinais foi ampliada e a área onde estão instalados os três leitos semi-intensivos recebeu climatização e um sistema especial de filtração do ar foi implantado na área de isolamento. O sistema é importante para evitar contaminação de paciente, equipes e visitantes. Os mesmos serviços, foram realizados na UTI pediátrica.

De acordo com informações do presidente do Hospital Municipal Dr. Mario Gatti, Marcos Pimenta, entre janeiro e julho deste ano, a unidade hospitalar já realizou investimentos no valor de R$ 7 milhões.

Segundo Pimenta, o Mario Gatti se encontra em processo de reformulação e, nos próximos três anos, deve investir R$ 20 milhões em novo projeto arquitetônico e modernização de equipamentos. “O Mario Gatti estava em processo de sucateamento, nos últimos trinta anos, tanto na estrutura física, como no mobiliário e equipamentos. Fruto de um processo moderno de redefinições e realinhamento administrativo, ao completar 40 anos de idade, o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti já iniciou um projeto com obras que estão sendo implementadas na sua estrutura física, propiciando melhorias técnicas, de acolhimento e humanização aos seus pacientes e servidores. Vamos continuar implementando aperfeiçoamentos e, nos próximos três anos, vamos investir R$ 20 milhões”, disse Pimenta.

Doutor Mário Gatti

O nome do maior hospital público da Região Metropolitana de Campinas vem do médico ítalo-brasileiro, Mário Gatti, que exerceu a profissão na primeira metade do século 20. 

O doutor Mário Gatti nasceu em Nápoles, na Itália, em 1879, e conheceu Campinas em 1905, quando tinha 26 anos. Não veio para trabalhar, mas para se casar com Francisca de Marco Gatti, jovem que conhecera na Europa e que era filha do empresário Roque de Marco, italiano que prosperou por aqui.

Realizado o enlace, o médico retornou com a esposa para a Itália e lá prosseguiu o trabalho e os estudos. Dois anos depois, a pedido dos sogros, fixou residência em Campinas e começou a clinicar na Beneficência Portuguesa. Passado um ano, foi a Paris aperfeiçoar-se na arte cirúrgica. Só regressou em 1915.

O renomado médico italiano ostentava vários cursos pela Europa. Mas foi no Brasil que Mário Gatti se formou em Medicina, na Bahia. Depois, de alguns anos estudando em Paris, retornou para Campinas, em 1915, onde fixou residência.

Segundo amigos e familiares, Mario Gatti tinha Campinas como cidade do coração e costumava dizer que o município era seu segundo berço. “É o meu segundo berço, o mais importante cenário de minha humilde existência. Foi neste pedaço de paraíso que iniciei a minha carreira profissional. A eterna primavera de seu clima ameno, a bondade e a simplicidade dos seus filhos empolgaram a minha juventude”, disse à época. 


Crédito: Antônio Oliveira
Gustavo Murgel e prefeito Jonas durante evento


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Prefeito fala da importância do Hospital para Campinas


Crédito: Antônio Oliveira
Presidente do Mário Gatti recepciona Jonas

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