Campinas inicia bloqueio contra a raiva, após caso confirmado em gato

06/11/2014

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A Secretaria de Saúde de Campinas inicia nesta quinta-feira, 6 de novembro, um plano de ações de bloqueio contra a raiva numa área da região Norte de Campinas, na divisa com Sumaré. O planejamento será construído em conjunto com as secretarias de Saúde de Sumaré e do Estado de São Paulo.

Os trabalhos incluem atividades de informação, educação e mobilização social; levantamento da população de cães e gatos, com busca ativa e investigação de casos com sinais neurológicos; e inquérito vacinal dos animais.

As ações serão desencadeados por conta da confirmação de um caso de raiva em gato, na noite de 4 de novembro, pelo laboratório do Instituto Pasteur, referência para a doença no Estado de São Paulo. O animal doente foi atendido pelo Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, da Prefeitura de Campinas, em 30 de setembro, e morreu um dia após chegar à unidade.

De acordo com a médica veterinária do Departamento de Vigilância em Saúde, Andréa Von Zuben, técnicos da Secretaria de Saúde investigam se houve contato do animal doente com humanos e ainda de que forma o gato pode ter contraído a doença, se foi por contato com um morcego infectado ou com outro animal.

Raiva controlada

Campinas é classificada como área onde a raiva está controlada. O último caso em humano ocorreu em 1982. Em gato, a última ocorrência havia sido em 1.999. No município, a doença se manifesta no ciclo aéreo, com casos em morcegos, e entre bovinos. Desde 2006, vêm sendo notificados em média dez casos em morcegos não hematófagos por ano na cidade.

Nesta quinta-feira, 6 de novembro, equipes da Vigilância em Saúde farão as seguintes ações:

Visita de casa em casa na área de possível trânsito do animal, com levantamento do número de cães e gatos e da situação vacinal dos mesmos, reforço vacinal dos animais e orientação à população;

Visita aos clínicos veterinários do Distrito de Nova Aparecida, área onde o animal circulou;

Ampla divulgação na imprensa dirigida aos munícipes e médicos veterinários;

Informe técnico para a rede de saúde e especialmente aos médicos veterinários – profissionais de Campinas e Sumaré receberão, por mala direta, informe técnico sobre o caso.

“É importante informar médicos veterinários tanto no sentido de aumentar a sensibilidade para a detecção da doença, como para que os mesmos adotem todas as medidas preconizadas para o manejo dos animais. Médicos veterinários, pesquisadores e tratadores de animais são pessoas com risco de exposição ao vírus da raiva durante atividades ocupacionais e devem ter profilaxia pré-exposição, realizada com vacinas”, afirma Andrea Von Zuben.

Situação em Campinas

Os últimos casos de raivas felina e canina foram registrados em Campinas nos anos de 1.999 e 1.982.

Em 2013, a cidade confirmou sete casos de raiva em herbívoros (bovinos e equinos), além de 13 casos em morcegos (o chamado de ciclo aéreo da doença). Em 2014, até novembro, foram quatro casos em herbívoros e quatro em morcegos. A raiva é uma doença que atinge mamíferos e que pode ser transmitida aos homens sendo, portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal.

A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

“Nossa maior preocupação é por conta do ciclo aéreo da doença. Por isso, é muito importante que as pessoas mantenham os cães e gatos vacinados, pois a reintrodução da raiva em humanos pode acontecer por meio do contato das pessoas com animais contaminados por morcegos”, explica o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Campinas Ricardo Conde Alves Rodrigues.

Campanha

Em Campinas, a campanha de vacinação antirrábica aconteceu em outubro. A estratégia não atingiu a meta de imunizar 80% dos cães e gatos, preconizada pela Saúde Pública. Portanto, quem não levou os animais para receber a vacina, deve procurar o Departamento de Proteção e Bem Estar Animal (Rua das Sapucaias, s/nº, Vila Boa Vista), de segunda à sexta, das 8h às 17h, onde há um posto permanente de vacinação. A vacina é segura e gratuita. Os animais que foram vacinados pela primeira vez devem receber uma dose de reforço 30 dias depois.


Crédito: Arquivo PMC
Gato recebe vacina

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