Saúde promove bloqueio contra raiva no Eulina, Taquaral e Centro

24/07/2015

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A Secretaria de Saúde de Campinas promove na próxima semana, dias 27 e 28 de julho, bloqueio contra raiva nas áreas de abrangência do Jardim Eulina, Taquaral e Centro, regiões Norte e Leste do município. A ação está sendo desencadeada porque no local foi confirmado um caso positivo da doença em morcego e inclui atividades de informação, educação e mobilização social, levantamento da população de cães e gatos, visita a médicos veterinários da região e inquérito vacinal dos animais.

A execução será em conjunto com as Vigilâncias em Saúde Norte e Leste, em parceria com a UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses) e com os Centros de Saúde do entorno (Eulina, Taquaral e Centro), em uma área de abrangência de 96 quarteirões.

As ações foram desencadeadas por conta da confirmação de um caso de raiva em um morcego, em 17 de julho, pelo laboratório do Instituto Pasteur, referência para a doença no Estado de São Paulo. Trata-se um morcego Artibeus lituratus, espécie que se alimenta de frutas.

Serão realizadas visita nas casas da área de possível trânsito do morcego, com levantamento do número de cães e gatos e da situação vacinal dos mesmos e orientação à população através de folhetos informativos, visita aos clínicos veterinários dessas áreas do território.

De acordo com o médico veterinário Felipe Vita Pedrosa, da Vigilância em Saúde Norte, é importante informar médicos veterinários, tanto no sentido de aumentar a sensibilidade para a detecção da doença, como para que os mesmos adotem todas as medidas preconizadas para o manejo dos animais. “Médicos veterinários, pesquisadores e tratadores de animais são pessoas com risco de exposição ao vírus da raiva durante atividades ocupacionais e devem ter profilaxia pré-exposição, realizada com vacinas”, afirma Vita.

Situação em Campinas

A raiva é uma doença que pode atingir todos os mamíferos (inclusive os humanos) sendo, portanto, uma zoonose. É causada por um vírus que confere letalidade próxima a 100%. A transmissão ocorre quando o vírus existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

Em Campinas, os últimos casos de raiva humana e canina foram registrados no ano de 1981 e 1982, respectivamente. Em 2014 foi diagnosticado com raiva um felino, na região de Nova Aparecida, sendo verificado laboratorialmente se tratar que a infecção foi decorrente de uma variante viral proveniente de morcego não hematófago.

O município tem registrado em sua área urbana uma média de dez casos de raiva em morcegos não hematófagos (se alimenta de frutos) todos os anos, além de casos em bovinos, equinos e morcegos hematófagos (chamado popularmente de vampiro) na área rural. Em 2015, até o momento, foram diagnosticados três casos de raiva em morcegos não hematófagos.

Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego. “Nossa maior preocupação é por conta do ciclo aéreo da doença (ou seja, o vírus circulando entre os morcegos). Por isso, é muito importante que as pessoas mantenham os cães e gatos vacinados, pois a reintrodução da raiva em humanos pode acontecer por meio do contato das pessoas com animais domésticos infectados por morcegos”, explica o veterinário da UVZ, Ricardo Conde Alves Rodrigues.

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