Humor dos Hospitalhaços ajuda na luta contra a dengue, zika e chikugunya

04/12/2015

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Dengue, zika e chikungunya não têm graça nenhuma. Mas os esforços de prevenção a essas terríveis doenças podem, sim, caminhar de mãos dadas com o bom humor. É o que pretende provar a Secretaria de Cultura de Campinas, que, numa parceria com a Secretaria Muncipal de Saúde e o Comitê Gestor Municipal de Prevenção e Controle das Arboviroses (o nome técnico das doenças), colocará a ong Hospitalhaços para protagonizar ações de mobilização da comunidade contra a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor. 

Essa abordagem lúdica junto à população se dará dentro do projeto Prefeitura nos Bairros e em outras atividades de educação em saúde. O esquema começará a ser montado durante um encontro entre os Hospitalhaços e os profissionais de saúde que atuam em campo, como agentes comunitários de saúde e de controle ambiental, no próximo dia 9, quarta-feira, às 9h, no auditório do Colégio Culto à Ciência (entrada pela Rua Delfino Cintra, s/nº, Botafogo, próximo à E.E.Professor Benedito Sampaio, Rua Delfino Cintra, 789). Ao todo, as “turnês” conjuntas com os hospitalhaços deverão envolver cerca de mil profissionais de saúde. Os Hospitalhaços somam aproximadamente 200 voluntários em Campinas. 

O secretário de Cultura, Ney Carrasco, de quem partiu a ideia, justifica que o propósito é subverter o caráter algo “opressivo” das campanhas de utilidade pública: “Não vamos mais tentar a conscientização pelo choro, mas pelo riso; a pessoa, sentindo-se menos oprimida por mensagens como 'se você descuidar de criadouros, o mosquito vai te matar', receberá melhor as orientações. E, lógico, o pessoal da saúde continuará passando as dicas práticas e técnicas”, explica Carrasco. 

“O grande problema com essas doenças, atualmente, já não é mais a falta de informação, como ocorria há 20 anos, porém, muitas pessoas ainda costumam esperar que só o poder público resolva. Mas, tocados pelo humor, essas pessoas tenderão a fiscalizar mais efetivamente, até num pique brincalhão”, complementa. 

Embora a iniciativa seja inédita no país, em se tratando de dengue, zika e chikungunya, o secretário ressalta que a Cultura já coprotagonisou outras campanhas de utilidade pública, como as encabeçadas pela Sanasa, durante a crise hídrica. “Tivemos ótimos resultados”, observa Carrasco. 

“Pretendemos que programas como esse que vamos começar agora se tornem permanentes na cidade, quaisquer que foram as campanhas de utilidade pública”, conclui o secretário. 

A coordenadora municipal do Programa contra Dengue, Zika e Chikungunya, Andrea Von Zuben, afirma: “Essa ideia de implantar uma nova abordagem, de natureza lúdica, junto à população, tem tudo para dar muito certo”.

 

Hospitalhaços 

Fundada em Campinas, em 1999, a Organização Não Governamental Hospitalhaços utiliza a figura do palhaço para levar sorrisos ao ambiente hospitalar. O desafio diário é criar uma atmosfera mais leve, alegre e descontraída para pacientes, familiares e profissionais da área da saúde. 

A Ong beneficia hoje mais de 360 mil pessoas anualmente, em 22 hospitais de várias partes do Brasil. O numério total de voluntários é de 430 palhaços humanizadores, brinquedistas, pessoal de administração, equipes de apoio, comunicação e triadores (cerca de metade deles atuando em Campinas).


Crédito: Arquivo PMC
Brincadeiras até já são usadas, mas humor aumentará

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