“Prêmio Cândidos Jornalistas” incentiva o respeito aos diferentes

12/12/2005

Na próxima quinta-feira, dia 15, às 20h, no Clube Insano o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira realiza o "3º Prêmio Cândidos Jornalistas 2005 - Parceiros da Saúde Mental". O Clube Insano fica na Av. Princesa D’Oeste, 1.700 – Vl. Paraíso – Campinas/SP (próximo ao Estádio do Guarani).

A premiação busca homenagear toda mídia, que durante o ano de 2005 colaborou com a transformação da opinião pública no tocante aos novos modos de tratar em psiquiatria.

Os finalistas foram escolhidos pelos “Jornalistas do Cândido” – equipe de usuários do serviço, que desenvolve os veículos de comunicação da instituição.  

Os trabalhos finalistas concorrem nas categorias: Jornalismo Impresso, Imprensa Alternativa, Telejornalismo, Radiojornalismo, Fotojornalismo, Trabalhos Técnicos e Parceria.  

Foram selecionados os seguintes profissionais para cada categoria:  

-  Mídia Impressa: Joseane Giacomini Alves, do Correio Popular, com a matéria “Arte como remédio”; Nice Bulhões, da Agência Anhanguera de Notícias (AAN), com os trabalhos “Com o pé na estrada” e “’Malucos beleza’ de Campinas põem o Fórum Social no ar”; Fabiana de Oliveira, da AAN, com o material “Unidos do Candinho faz uma festa em Sousas” e Delma Medeiros, também da AAN, com a notícia “Passeata no Centro marca o Dia da Luta Antimanicomial”.  

- Telejornalismo: Sandra Granzotti, da EPTV Campinas, com “Escrita é usada no tratamento do hospital Cândido Ferreira”; Celso Falaschi, da TVB Campinas, por “Lançamento do Livro ‘Histórias Úteis’”; Amanda Artioli, também da TVB Campinas, por “Maluco Beleza é sucesso de audiência” e Raquel Krähenbühl, da TV Gazeta/SP, com “Maluco Beleza”.  

- Radiojornalismo: Carlos Vanderlei, da rádio Band, com o material “Bloco Unidos do Candinho”; Jean Spaduzano, da rádio Band, por “Semana da Luta Antimanicomial”; Flávio Botelho, da rádio CBN, com “Luta Antimanicomial” e Rosana Lee, da rádio CBN, com “Fumec vence prêmio”.  

- Fotojornalismo: Sommer Andrey, da Revista Desafios do Desenvolvimento, com “Maluco Beleza”; Ricardo Lima, do Jornal da PUC-Campinas, por “Maluco Beleza inaugura a era do rádio inclusão”; Augusto de Paiva, da AAN, com Passeata no Centro marca o Dia da Luta Antimanicomial”; Calos Sousa. Ramos, também da AAN, com “’Malucos beleza’ de Campinas põem o Fórum Social no ar”  e Leandro A. Ferreira, da AAN, com “Unidos do Candinho e City Banda vão às ruas”.

- Trabalhos Técnicos: Fabiana Ribeiro, artista gráfica da Revista Ver e Ouvir, com o trabalho “Novos Poetas”; Cláudio Doretto, cinegrafista da TVB Campinas, com Maluco Beleza é sucesso de audiência”; Oswaldo Zague Filho, cinegrafista da EPTV, por “Escrita é usada no tratamento do hospital Cândido Ferreira”, Javé, artista gráfico da Gazeta do Cambuí, com “Arte como remédio” e Paulo Costa, Editor de Imagem da TV Gazeta/SP, com “Maluco Beleza”.  

- Mídia Alternativa: Rita Hennies, do Jornal da PUC-Campinas, com o trabalho “Maluco Beleza inaugura a era do rádio inclusão”; José Pedro Martins, do Jornal FEAC (Federação das Entidades Assistenciais de Campinas), com o material “Cândido Ferreira no Fórum Social Mundial” e Ottoni Fernandes, da Revista Desafios do Desenvolvimento, com a matéria “Maluco Beleza”.  

- Parceiros da Saúde Mental: Cursinho do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Campinas pela doação de quatro bolsas de estudo a usuários e funcionários do Cândido Ferreira; Meliá Confort Campinas pela doação de agasalhos e permuta social para realização de eventos; Decathlon pelo empréstimo de suas dependências, Christian Janiake pelo trabalho voluntário dedicado a Rádio Comunitária em implantação no Cândido Ferreira e Flávio de Castro pela contribuição no projeto Pontos de Cultura do Ministério da Cultura.  

O critério de escolha, entre tantos profissionais excelentes, foi perceber os jornalistas que foram além da cobertura do seu veículo. A iniciativa de premiar os parceiros, que não são jornalistas, foi de reconhecer as instituições, empresas e cidadãos que estiveram presentes nas atividades que realizamos neste ano e pelo seu compromessimo com a inclusão social na saúde mental. 

A pareceria com o Insano, clube com público alvo predominantemente homossexual, se baseia no reforço do respeito aos Direitos Humanos. Assim como o Cândido Ferreira, o Clube Insano busca uma sociedade mais justa e inclusiva, que reconheça direitos iguais para todos.

Candido Ferreira: convivendo bem com as diferenças para promover a paz

Os jornalistas têm sido importantes parceiros na construção da nova imagem dos usuários da saúde mental e na conquista e garantia dos seus direitos. Esta aliança nasceu há muito tempo atrás, antes mesmo da fundação da instituição.

O Cândido Ferreira foi inaugurado em abril de 1924, motivado por uma matéria do Estadão, publicada em 1916, na qual os jornalistas denunciavam os maus tratos cometidos contra os portadores de transtorno mental, que naquela época ficavam presos no porão da cadeia pública de Campinas. A partir desta denúncia, um grupo de filantropos se reuniu e trabalhou para a fundação do hospital. 

Desde 1990, com a assinatura de um convênio de co-gestão com a Prefeitura de Municipal Campinas, a instituição tem colocado em prática uma transformação nos modos de tratar a “loucura”, abrindo mão do uso de métodos invasivos como a camisa-de-força e o eletrochoque e deixando cair as grades e portões.

Hoje, depois da abertura dos portões e da retirada das grades, os tratamentos se baseiam na reinserção social e familiar dos usuários e a instituição tem como eixo terapêutico fundamental a promoção dos Direitos Humanos.

Muitas novas formas de cuidar da doença mental têm sido implementadas no serviço, uma dessas formas é a reinserção através da Comunicação. As atividades da Comunicação desenvolvidas no Cândido Ferreira há cerca de 8 anos, contam hoje com a oficina de jornal impresso (Jornal Candura - Espaço Aberto para um Novo Pensamento), oficina de rádio (Programa Maluco Beleza, veiculado na rádio Educativa FM 101,9MHz há mais de três anos) e oficina de roteiro (com a produção de um vídeo sobre a Reforma Psiquiátrica).  

O que move os "Jornalistas do Cândido" é a confiança no fato de que somente com a democratização dos meios de comunicação é que poderemos construir uma sociedade mais justa, em que a convivência com as diferenças possa ser possível.

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