Mídia conheceu ontem os vencedores do “3º Prêmio Cândidos Jornalistas - 2005”

16/12/2005

Ontem a noite, 15/12, os “Jornalistas do Cândido” – equipe de usuários do serviço, que desenvolve os veículos de comunicação da instituição – revelaram os ganhadores do "3º Prêmio Cândidos Jornalistas 2005 - Parceiros da Saúde Mental".

Os premiados foram Nice Bulhões, da Agência Anhanguera de Notícias (AAN), com o trabalho “’Malucos beleza’ de Campinas põem o Fórum Social no ar” na categoria Jornalismo Impresso; Raquel Krähenbühl, da TV Gazeta/SP, com “Maluco Beleza” em Telejornalismo; Flávio Botelho, da rádio CBN, com “Luta Antimanicomial” na categoria Radiojornalismo; Carlos Sousa Ramos, da AAN, com “’Malucos beleza’ de Campinas põem o Fórum Social no ar” em Fotojornalismo; Paulo Costa, Editor de Imagem da TV Gazeta/SP, com “Maluco Beleza” na categoria Trabalhos Técnicos e Cursinho do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Campinas pela doação de quatro bolsas de estudo a usuários e funcionários do Cândido Ferreira na categoria Parceria.

A categoria Imprensa Alternativa foi marcada por um empate entre Rita Hennies, do Jornal da PUC-Campinas, com o trabalho “Maluco Beleza inaugura a era do rádio inclusão” e Ottoni Fernandes, da Revista Desafios do Desenvolvimento, com a matéria “Maluco Beleza”.  

Depois da premiação os participantes saborearam o gostoso coquetel servido pelo Núcleo de Oficias e Trabalho do serviço e dançaram ao som das músicas do Clube Insano, escolhidas especialmente para o evento.

Vale ressaltar que a premiação homenageou toda mídia, que durante o ano de 2005 colaborou com a transformação da opinião pública no tocante aos novos modos de tratar em psiquiatria.

Candido Ferreira: convivendo bem com as diferenças para promover a paz

Os jornalistas têm sido importantes parceiros na construção da nova imagem dos usuários da saúde mental e na conquista e garantia dos seus direitos. Esta aliança nasceu há muito tempo atrás, antes mesmo da fundação da instituição. 

O Cândido Ferreira foi inaugurado em abril de 1924, motivado por uma matéria do Estadão, publicada em 1916, na qual os jornalistas denunciavam os maus tratos cometidos contra os portadores de transtorno mental, que naquela época ficavam presos no porão da cadeia pública de Campinas. A partir desta denúncia, um grupo de filantropos se reuniu e trabalhou para a fundação do hospital.

Desde 1990, com a assinatura de um convênio de co-gestão com a Prefeitura de Municipal Campinas, a instituição tem colocado em prática uma transformação nos modos de tratar a “loucura”, abrindo mão do uso de métodos invasivos como a camisa-de-força e o eletrochoque e deixando cair as grades e portões.  

Hoje, depois da abertura dos portões e da retirada das grades, os tratamentos se baseiam na reinserção social e familiar dos usuários e a instituição tem como eixo terapêutico fundamental a promoção dos Direitos Humanos.  

Muitas novas formas de cuidar da doença mental têm sido implementadas no serviço, uma dessas formas é a reinserção através da Comunicação. As atividades da Comunicação desenvolvidas no Cândido Ferreira há cerca de 8 anos, contam hoje com a oficina de jornal impresso (Jornal Candura - Espaço Aberto para um Novo Pensamento), oficina de rádio (Programa Maluco Beleza, veiculado na rádio Educativa FM 101,9MHz há mais de três anos) e oficina de roteiro (com a produção de um vídeo sobre a Reforma Psiquiátrica).  

O que move os "Jornalistas do Cândido" é a confiança no fato de que somente com a democratização dos meios de comunicação é que poderemos construir uma sociedade mais justa, em que a convivência com as diferenças possa ser possível.

Volta ao índice de notícias