Jornalistas do Cândido oferecem oficina de rádio na 5ª edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre

20/01/2005

De 26 a 31 de janeiro, um grupo de dez usuários/comunicadores do Serviço de Saúde "Dr. Cândido Ferreira" — repórteres do programa Maluco Beleza e do Jornal Candura - Espaço Aberto para um Novo Pensamento — vai ajudar a compor a programação oficial de atividades da quinta edição do Fórum Social Mundial na capital gaúcha pela primeira vez, oferecendo uma oficina de rádio no dia 28 de janeiro. O grupo está se preparando para trabalhar na cobertura jornalística do evento pela segunda vez e também já confeccionou faixas e bandeiras para levar seu protesto, junto aos demais grupos de minoria, na marcha pela Paz. “LOUCO É O BUSH!” e “MANICÔMIO NUNCA MAIS!”, é o grito dos representantes do movimento da Luta Antimanicomial do Cândido Ferreira.  

A primeira participação da equipe de repórteres do Cândido Ferreira no Fórum Social Mundial foi em janeiro de 2003, na terceira edição do encontro. O grupo realizou entrevistas com diversas personalidades políticas, índios Pataxós, representantes da palestina, além de muitos representantes de movimentos sociais. Como resultado desse primeiro trabalho de cobertura jornalística, os jornalistas produziram e apresentaram uma edição especial do programa de rádio Maluco Beleza sobre o evento. O grupo também participou de mesas sobre Mídia Alternativa, Saúde Mental e de uma programação cultural que incluiu o filme "Uma Onda no Ar", de Helvécio Ratton, que trata da bem-sucedida experiência da Rádio Favela, em Belo Horizonte.  

Há oito anos, a abertura que o "Cândido Ferreira" proporciona aos seus funcionários e usuários fez com que projetos relacionados à comunicação e à reabilitação psicossocial fossem implementados na instituição. Os projetos, que incluem, além do rádio e do jornal, grupos de fotografia, são coordenados pela equipe da assessoria de comunicação do Cândido Ferreira sob a supervisão do jornalista Régis Moreira.

O Cândido Ferreira, fundado em 1924, a partir de 1990 iniciou uma nova fase de sua história, quando a Prefeitura Municipal de Campinas tornou-se co-gestora da instituição. Iniciou-se, então, um intenso processo de humanização dos cuidados e defesa dos Direitos Humanos dos usuários, rumo à inclusão social. Portas foram abertas, grades foram retiradas, foi abolido o uso da camisa de força e do eletrochoque. Hoje, os tratamentos se baseiam na reinserção dos usuários na vida familiar e comunitária, entendendo como eixo terapêutico a promoção da cidadania. O processo de transformação do Cândido, como inúmeros outros projetos existentes no mundo, é parte do projeto de HUMANIDADE anunciado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pelo Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1948. 

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