Artistas do Cândido Ferreira realizam oficina de pintura no Sesi-Amoreiras sobre o tema “Dias pra aprender e dias pra ensinar” 

28/11/2005

O Espaço 8 Atelier realiza amanhã, dia 29/11, a partir das 14h no Serviço Social da Industria, Unidade Amoreiras/Campinas (Sesi-Amoreiras) uma oficina de artes plásticas (pintura) gratuita e aberta ao público. O Sesi-Amoreira fica na Av. das Amoreiras, 450, Pq. Itália – Campinas/SP.  

A oficina é parte do trabalho desenvolvido na exposição “Dias pra aprender e dias pra ensinar” do Espaço 8 Atelier – atelier de artes do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira – fruto de uma parceria de compromisso social para divulgar o talento dos artistas do serviço e trocar saberes com a escola de arte do Sesi-Amoreiras.  

A oficina será oferecida pelos artistas do atelier: Samuel Souza Santos, Silvana Borges, Ademir Andrade, Wilson Amaral, Ângelo Cioca, Mario da Silva, Antonio Marsalo, Marcos Pio, Francisco de Assis e Ironete.  

Vale dizer, que a exposição “Dias pra aprender e dias pra ensinar” pode ser vista até 08 de Dezembro, de segunda à sexta-feira das 9 às 20h e de sábado das 9 às 15h no espaço do Sesi-Amoreiras. A visita é gratuita e aberta ao público.  

 “Aprender e ensinar não tem hora nem lugar”  

Nos nossos tempos, o artista cria um mundo próprio para satisfazer a urgência de reaprender o conhecimento, para compreender a sua necessidade de ordem. Mas esse outro mundo por ele criado não pode simplesmente ser equacionado sem o mundo real da interpretação.  

Sendo assim, aprender não tem dia nem hora. É igual às necessidades biológicas, tem de ser no momento que der vontade. Se, quando der vontade, você realizar, com certeza terá prazer e será estimulado a fazer novamente, porque é bom.  

Com esse intuito o Espaço 8 Atelier – atelier de artes do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira desenvolve experiências de arte não convencional e criação coletiva que culminam na criação do sensibilizar os usuários-artistas para que esses atuem e se envolvam no universo proposto pela sociedade, através das artes plásticas.  

Percebendo esse trabalho e o modelo de tratamento adotado pelo Cândido Ferreira, o Serviço Social da Industria, Unidade Amoreiras/Campinas (SESI-Amoreiras/Campinas) convidou os artistas plásticos do serviço de saúde mental para expor seus trabalhos, bem como interagir com os artistas da sua escola de arte. A mostra denominada “Dias pra aprender e dias pra ensinar” vislumbra apresentar os artistas que estão “fora” das chamadas escolas acadêmicas de arte: os artistas do Espaço 8 Atelier.  

Os artistas plásticos do atelier imprimem seu jeito de ser e fazer arte. São trabalhos nada convencionais que fogem dos padrões ditados pelas academias potencializando uma nova postura de criar. Essa forma de produção que estimula a criatividade e incentiva o artista a conhecer e criar novas formas de pintar caminha no sentido das experiências propostas pela escola de arte do SESI, bem como, estabelece uma troca de percepção e experiências artísticas entre os artistas do SESI e do Espaço 8 Atelier.

São trocas de posturas que possibilitam o aprender e o ensinar, tanto da forma mais convencional como as práticas acadêmicas ensinadas no SESI, quanto a arte livre não convencional do querer e do ser presenciada no Espaço 8 Atelier.  

São formas artísticas diferenciadas, mas com um único objetivo: transformar o olhar de quem vê e faz arte. Essa proposta exige ruptura; exige despir-se de fantasmas e de relações de poder que povoam todo o processo artístico. Exige coragem e exige querer!  

Espaço 8 Atelier 

O Espaço 8 Atelier foi criado em 1992,  com a proposta de trabalhar o lado estético dos artistas que porventura se encontram na instituição, ou que vieram fazer tratamento-dia depois da abertura psiquiátrica. Muitos artistas do atelier já participaram de vários salões, bienais, e muitas vezes foram premiados.  

Desde 1990, através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Campinas e o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira a situação dos pacientes começou a mudar para melhor por meio da humanização efetiva das formas de cuidado na saúde mental.

Portas foram abertas, grades foram retiradas, foram abolidos o uso da camisa de força e do eletrochoque e os desejos e expectativas dos pacientes são parte importante na elaboração dos projetos de tratamento de cada um dos usuários. Os tratamentos, hoje, se baseiam no respeito aos direitos do portador de transtorno mental e buscam sua reinserção social e familiar, mantendo como eixo terapêutico principal a promoção da cidadania.

Por esta nova postura, desde 1993 a instituição é considerada referência de tratamento no país, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  

Candido Ferreira prioriza a construção coletiva dos valores que promovem a convivência

Desde 1990, através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Campinas e o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira a situação dos pacientes começou a mudar para melhor por meio da humanização efetiva das formas de cuidado na saúde mental.

Por esta nova postura, desde 1993 a instituição é considerada referência de tratamento no país, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  

A principal meta da instituição é a desospitalização. Atualmente, a entidade atende um público de mais de mil usuários por mês e conta com um Núcleo de Atenção à Crise, um Núcleo de Atenção à Dependência Química, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS Estação, CAPS Antonio da Costa Santos e CAPS Esperança), um Núcleo Clínico, 12 Oficinas de Trabalho, um Centro de Convivência e Arte, o Espaço 8 Ateliê - ateliê de arte do serviço - e uma escola para alfabetização de adultos, o  Centro Cultural Cândido Fumec.  

Os usuários também realizam atividades relacionadas à Comunicação Comunitária, distribuídas em três oficinas: oficina de jornal impresso, oficina de rádio, oficina de roteiro.

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