"Operação Pente Fino" busca reduzir casos de dengue no Campo Belo

17/01/2002

A Secretaria Municipal de Saúde continua intensificando suas ações de combate à dengue na região do Campo Belo, bairro nas proximidades do Aeroporto de Viracopos onde habitam cerca de 1.800 famílias. Em operação que está sendo chamada de "Pente Fino", onze agentes de saúde e dois coordenadores percorrem as ruas do bairro realizando o Índice de Breteaux, que é a avaliação da quantidade de larvas nos eventuais criadouros do Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença ao homem..

A "Operação Pente Fino" teve início no último dia 3, quando funcionários da Prefeitura, orientados pelos coordenadores da Secretaria de Saúde, precisaram de cerca de doze caminhões para recolher toneladas de pneus velhos, garrafas, latas e demais vasilhames que poderiam servir de criadouro do mosquito.

Renata Lúcia Gigante, coordenadora de Vigilância à Saúde do Distrito Sul, que abrange o Campo Belo, lembra que desde abril do ano passado, quando foram confirmados os primeiros casos de dengue nesse local, foi deflagrado um amplo trabalho de fechamento de caixas d’água, tambores e outras vasilhas utilizadas pelos moradores para armazenar água.

Renata explica que as caixas d’água e vasilhames abertos são o maior problema que contribui para a disseminação da doença, uma vez que o saneamento básico no bairro é bastante precário e as residências não contam com água encanada.

Em dezembro, com a confirmação de um número maior de casos, outra operação, desta vez envolvendo Secretaria Municipal de Saúde, Sucen e Sanasa, foi realizada no local. Enquanto a Secretaria promovia a orientação e a remoção de criadouros, a Sucen fazia a pulverização de inseticida e a Sanasa cuidava do abastecimento de água.

Neste sábado, dia 19, técnicos da Prefeitura, juntamente com representantes de moradores, participam de uma assembléia para discutir novas medidas que possam reduzir o surgimento de novos casos.

 

Caixas d’água e tanques abertos são perigos constantes

A dona de casa Sara Hilária Agostinho, residente na Rua 6 do Jardim Campo Belo, ficou surpresa nesta quinta-feira quando o Supervisor de Saúde, Giovanni Legendre Del Gallo, encontrou larvas do mosquito dentro de tanque que ela utiliza para lavar utensílios domésticos. "É difícil manter o tanque fechado todo o tempo porque a gente utiliza muito a água", justifica a dona de casa.

Rosa Maria Ferreira Gonçalves, residente na mesma rua, também ficou preocupada ao ser advertida do perigo pela agente de Saúde Maria de Souza Mello. Seus dois tambores de água, utilizados para a lavagem de roupas, estavam destampados.

A agente explicou que qualquer recipiente pode ser utilizado como criadouro, "desde uma tampinha de garrafa com água, até um pneu ou uma garrafa tipo PET. Se eliminarmos esses criadouros o mosquito não tem como sobreviver".

Enquanto isso, a agente de Saúde Maria Cleidimar de Oliveira conversava com o morador Carlos Alberto Telles, que já havia providenciado o fechamento de suas duas caixas d’água. "A dengue só vai acabar aqui no bairro quando todos tiverem consciência do perigo", adverte o morador.

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